Nesta quarta-feira, 21, o inverno 2023 terá seu início oficial e é previsto que seja caracterizado por temperaturas acima da média e chuvas intensas em alguns locais do Brasil. Essas condições serão especialmente observadas nas regiões Sul, Norte e Nordeste do país, que são mais afetadas pelo fenômeno meteorológico conhecido como El Niño, responsável pelo aumento das temperaturas. Em Goiás, entretanto, o inverno promete ser quente e seco.

“Nos últimos três anos tivemos uma grande influência do La Niña em Goiás, que por caraterística favorece a entrada de ar polar, fazendo com o que o tempo frio chegue com mais facilidade. Este ano, desde o início de junho, nós temos influência do fenômeno El Niño, que só vai se intensificar pra valer a partir de julho. Diferente do La Niña, o El Niño dificulta a entrada de ar polar, ou seja, impede que frio avance por Goiás. Não temos prognóstico de frio intenso por aqui e nosso inverno este ano vai ser quente e sem chuvas”, afirma André Amorim, diretor do Centro de Informações Metereológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).

Antecipa-se um acréscimo de 1°C a 2°C em relação às expectativas, o que pode parecer pouco, porém resultará em temperaturas consideravelmente mais elevadas do que o usual para o período compreendido pelos meses de junho, julho e agosto.

O El Niño de 2023 se formou 2 meses antes da maioria dos outros El Ninõs e que ainda há chances de o evento crescer. As estimativas indicam que há 25% de chance de termos um Super El Niño.

Entre os anos de 2015 e 2016 aconteceu o que é chamado de Super El Niño e, atualmente, a configuração observada indica que em 2023 é possível que ele ocorra novamente em grande intensidade.

A escala do fenômeno é medida de acordo com os seguintes parâmetros:

  • até 0,9°C de mudança na temperatura é considerado fraco,
  • a partir de 1,4°C é médio;
  • de 1,5°C até 2°C é forte;
  • um aquecimento ou resfriamento de 2,5°C ou mais é classificado como super.