Covid-19: quase 32% dos atestados médicos foram por doenças respiratórias em 2021

17 dezembro 2022 às 09h28

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Com mais de 50 mil novos casos registrados apenas nesta sexta-feira, 16, em todo o país, a Covid-19 voltou a apresentar tendência de alta. Os números preocupam as autoridades que temem uma nova onda da doença que teve seu ápice em 2021. No ano passado, por exemplo, 31,9% dos afastamentos médicos foram por doenças respiratórias.
O dado foi divulgado pela Healthtech 3778, que analisou 36.291 mil atestados médicos. Ou seja, dos mais de 36 mil pacientes, 11,5 mil contraíram Covid-19. Para o epidemiologista Mauro Cardoso, o momento atual indica um maior aumento da demanda por serviços de saúde e é esperado um crescimento moderado, porém visível no número de internações e até mesmo de óbitos.
“Essa nova onda é causada principalmente pelas sub variantes da já conhecida Omicron, que se espalha mais rápido. Mesmo assim, é esperado que essa nova onda tenha menos intensidade em número de casos graves e óbitos quando comparada aos primeiros meses da epidemia. O momento agora é de relembrar e reforçar os cuidados”, explica.
Saúde mental
Os dados apresentados pela startup, sobre os atestados analisados, indicaram outras causas importantes de afastamentos. Além do COVID-19, saúde mental foi um dos fatores que apareceu com maior frequência na pesquisa. Do total, mais de 10% apresentaram transtornos mentais e comportamentais, como estresse e depressão.
A 3778 também analisou as áreas de atuação dos mais de 36 mil atestados. Do total de profissionais avaliados, mais de 65% eram da área da saúde, enquanto 22% eram da educação e cerca de 7% da segurança pública.
“São áreas que estão sempre em contato com outras pessoas. São médicos, enfermeiros, professores e policiais. Como parte da sua atuação é o atendimento, isso explica a alta nesses setores, mas é preciso ficar atento e redobrar os cuidados para que a saúde desses profissionais também seja resguardada”, conta Mauro.
Esperado
O epidemiologista diz ainda que por conta da baixa adesão à vacina, novas ondas de infecção por Covid-19 já eram esperadas, assim como licenças médicas para tratá-las em isolamento ou em casa.
“A principal recomendação é cumprir o esquema vacinal. Cerca de 45% da população ainda não tomou as restantes doses de reforço. Podemos também evitar grandes aglomerações como em eventos culturais ou esportivos e até mesmo adotar o uso de máscara dentro de locais fechados, como os transportes públicos”, concluiu.