Alimentos ultraprocessados são vilões para o surgimento de câncer, indica pesquisa
25 março 2023 às 06h17
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A relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de câncer foi demonstrada em um estudo no Brasil. O levantamento foi realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) a partir de dados do projeto European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC).
Os pesquisadores acompanharam mais de meio milhão de pessoas em dez países europeus por uma década. O resultado foi publicado na revista científica Lancet Planetary Health em 6 de março.
Os participantes do estudo foram divididos em grupos com base no seu consumo diário de alimentos ultraprocessados. De acordo com o relatório, aqueles que consumiram mais do que um quarto de sua dieta diária desses produtos ultraprocessados apresentaram um risco maior de desenvolver câncer.
No entanto, a substituição de apenas 10% dos alimentos ultraprocessados por alimentos naturais ou minimamente processados foi associada a uma redução significativa no risco de câncer, especialmente para câncer de cabeça e pescoço, esôfago, cólon e reto, fígado e mama.
Outro estudo baseado no EPIC mostrou que o consumo de frutas e vegetais protege contra o desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Dentre os quais de cólon, mama, pulmão e próstata. Cabe ressaltar que pequenas mudanças na alimentação podem ter um grande impacto na saúde a longo prazo.
Alimentação saudável
Para isso, é recomendado substituir alimentos ultraprocessados por opções mais saudáveis. As dicas são o consumo de água saborizada com frutas, macarrão de verdade, sanduíches, bolinhos caseiros saudáveis e pratos de arroz com feijão. Tudo isso pode reduzir, não apenas o risco de câncer, mas também de outras doenças, como infarto, derrame e depressão.
Por outro lado, para facilitar o acesso a alimentação mais saudável, especialmente para a população mais pobre, os pesquisadores entendem que é necessário que haja políticas públicas. Uma das recomendações é o aumento da taxação de alimentos ultraprocessados. No mercado, atualmente, eles são mais baratos e disponíveis do que alimentos naturais.
O documento sugere também o apoio do governo da agricultura familiar, que pode ajudar a tornar a comida saudável mais acessível e barata.