Um levantamento técnico realizado por especialistas da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO), Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE-GO) e profissionais autônomos, revela um dado alarmante: 83% das pontes e viadutos de Goiânia apresentam algum tipo de deterioração estrutural. O estudo, realizado em 2022, aponta problemas como corrosão de armaduras, manchas de umidade, erosões, rachaduras e falhas funcionais, colocando em risco a segurança da população.

As chamadas Obras de Arte Especiais (OAEs), que englobam pontes e viadutos, deveriam passar por vistorias periódicas e manutenções preventivas ao longo de sua vida útil — estimada em pelo menos 50 anos, segundo a norma ABNT NBR 15.575:2013. No entanto, a ausência de políticas públicas efetivas e investimentos contínuos em infraestrutura têm agravado a situação.

“O Brasil não tem cultura de manutenção preventiva. Isso é grave. Só se age depois que o problema já está instalado, muitas vezes após incidentes ou interdições”, alerta Henrique Santiago, um dos engenheiros envolvidos no estudo.

Ponte sobre Córrego Cascavel l Foto: Guilherme Alves / Jornal Opção

Diagnóstico técnico

O programa de vistoria, que já analisou 66 das 75 OAEs cadastradas na capital, segue metodologia baseada nas normas DNIT 010/2004 e ABNT NBR 9452:2019. Cada estrutura recebe notas de 1 a 5 em critérios como segurança estrutural, durabilidade e funcionalidade. A nota mais baixa identificada é utilizada para classificar o estado geral da obra.

Com base nesses dados, é calculado o Grau de Deterioração (Gd) da OAE, indicador que orienta a ordem de prioridade para ações corretivas. As informações são armazenadas em uma plataforma de Business Intelligence, que mapeia a localização, condição e riscos de cada estrutura.

Ponte sobre o Córrego Botafogo, Crimeia Leste l Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Casos críticos

Entre os exemplos mais críticos está a ponte da Avenida T-63 sobre o Córrego Cascavel. Com histórico de erosões severas desde 2015, a estrutura lidera o ranking de necessidade de intervenção. Segundo o relatório do CREA, o desgaste avançado compromete as fundações e ameaça a estabilidade da via lateral ao córrego.

A segunda colocada é a ponte da Rua Dr. Constâncio Gomes, sobre o Córrego Botafogo, com problemas graves de deslizamento e empuxo em pilares. Já a ponte da Avenida Universitária, terceira no ranking, sobre a Marginal Botafogo, apresenta armaduras de pilares rompidas e corrosão generalizada.

Outros episódios chamam atenção para os riscos da negligência. Em 2018 e 2019, a ponte da Av. Marechal Rondon foi interditada três vezes por rachaduras e risco de desabamento. Em 2021, a ponte da Av. das Pirâmides ficou mais de um ano interditada após apresentar danos graves. No ano seguinte, o colapso parcial da ponte da Av. Acary Passos e o incêndio no viaduto João Alves de Queiroz reforçaram a urgência de intervenções planejadas.

Estrutura da Ponte sobre o Córrego Botafogo, no Crimeia Leste l Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Riscos à população

A deterioração das OAEs traz prejuízos diretos à sociedade: acidentes, perdas econômicas, aumento de congestionamentos e comprometimento da mobilidade urbana. “A manutenção preventiva é mais barata e eficaz do que intervenções emergenciais após colapsos”, afirma Henrique Santiago.

Engenheiros defendem a criação de um plano contínuo de vistorias, com base em ensaios técnicos e monitoramento inteligente. A ideia é identificar falhas precocemente, reduzir riscos e prolongar a vida útil das estruturas.

“É fundamental reconhecer que o estado de conservação de uma ponte é dinâmico. As estruturas interagem o tempo todo com fatores ambientais, tráfego intenso e até ações humanas, como vandalismo”, explica o relatório técnico.

Caminho possível

Embora não exista um padrão nacional para definir critérios de prioridade, o grupo responsável pelo levantamento propôs um modelo baseado no Grau de Deterioração (Gd), utilizando parâmetros internacionais e nacionais.

Ponte da Avenida Universitária sobre a marginal Botafogo l Foto: CREA

A expectativa é de que, com dados técnicos em mãos, os gestores públicos possam implementar uma cultura de prevenção que garanta mais segurança à população e mais eficiência na aplicação dos recursos.

“O que está em jogo não é apenas concreto e aço, mas a vida de milhares de pessoas que passam todos os dias por essas estruturas”, conclui o relatório.

Alerta de um especialista

O engenheiro Henrique Santiago, que participou do estudo sobre a condição das pontes e viadutos de Goiânia, destaca que o trabalho realizado em 2022 é uma continuidade de vistorias anteriores feitas em 2012 e 2017. No entanto, ele observa uma grande diferença no último levantamento. “Em 2022, houve um aumento significativo na quantidade de pontos e viadutos vistoriados na capital, além de uma nova metodologia adotada para a avaliação qualitativa dessas estruturas”, afirmou.

Segundo Henrique, a avaliação seguiu as normativas estabelecidas pela NBR 9452 de 2022, que orienta as vistorias de pontes e viadutos. “Dentro dessa metodologia, analisamos e classificamos a parte estrutural dessas pontes e viadutos, além de avaliar a sinalização, o estado de conservação e outros aspectos”, explicou o engenheiro.

Henrique Santiago conversa com o repórter Cilas Gontijo, do Jornal Opção l Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Durante as vistorias, foram inspecionados mais de 60 pontos na capital. Desses, quatro apresentaram as piores condições, com notas entre 1 e 2, o que os classificou como “muito críticos”. “Um exemplo disso é a ponte na Marginal Botafogo e a ponte na T-63 com o Córrego Cascavel”, detalhou Santiago.

Em relação à ponte sobre o Córrego Cascavel, na avenida T-63, o engenheiro explica que a fundação da estrutura está exposta, o que compromete sua segurança. “O projeto original previa que a fundação ficasse sob a terra, mas ao longo dos anos, as margens do Córrego Cascavel se abriram, e a fundação foi exposta às intempéries. Isso representa um risco, pois a fundação não pode ficar visível e em contato direto com a água”, afirmou.

O estudo também revelou que, embora o talude da ponte tenha sido parcialmente estabilizado com pedras, não houve nenhuma obra efetiva para recuperar a estrutura de forma adequada. “Não foi feito nenhum projeto para recuperar os taludes, e isso precisa ser abordado de forma urgente”, alertou Henrique Santiago.

O engenheiro também discutiu a vida útil das pontes. “Quando uma ponte é projetada, ela tem uma vida útil mínima de 50 anos. Mas para que isso aconteça, é necessário realizar a manutenção adequada, que inclui a recuperação das armaduras e o controle de infiltrações”, afirmou.

Ele destacou ainda que, se realizadas as manutenções adequadas, essas estruturas podem durar até 100 anos ou mais. “A falta de manutenção pode acelerar o desgaste e tornar o custo de recuperação muito mais elevado”, ressaltou.

Henrique Santiago – engenheiro que participou do estudo em 2022: “ao invés de realizar manutenções preventivas, o governo gasta mais para recuperar estruturas já danificadas” l Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Henrique também criticou a falta de investimentos na manutenção preventiva. “Infelizmente, existe uma cultura administrativa que só investe quando a situação já está crítica. Goiás e Goiânia não estão fora dessa realidade”, declarou. Ele acrescentou que, ao invés de realizar manutenções preventivas, o governo gasta mais para recuperar estruturas já danificadas.

Em relação às vistorias anteriores, Santiago informou que, embora os órgãos públicos tenham recebido o estudo de forma positiva, pouco foi feito para implementar as melhorias sugeridas. “Em 2022, foram vistoriadas 66 obras de arte, como pontes e viadutos, mas, após o estudo, não vimos a execução de obras efetivas de recuperação”, afirmou.

Ele também mencionou o problema da lixiviação, um processo de infiltração que prejudica a integridade das estruturas. “Mais de 70% das pontes e viadutos estão sofrendo com isso. A lixiviação enfraquece o concreto, tornando-o mais frágil, como se fosse osteoporose”, comparou o engenheiro.

Santiago explicou ainda que as enchentes na Marginal Botafogo têm causado danos às estruturas. “As enchentes afetam as partes mais sensíveis das pontes e viadutos, podendo provocar um desgaste prematuro”, afirmou.

Por fim, sobre a possibilidade de novas vistorias, Henrique esclareceu que há uma previsão de retomada dos estudos. “A última vistoria durou cerca de dois meses, envolvendo cerca de 50 profissionais. São estudos complexos que exigem coordenação e a participação de diversas instituições”, explicou.

Independente dos desafios, o engenheiro manteve um tom otimista. “Apesar de termos um sentimento de ‘enxugar gelo’ às vezes, continuamos acreditando que, com o tempo, a conscientização sobre a importância da manutenção dessas estruturas pode despertar antes que uma tragédia aconteça”, concluiu.

Henrique Santiago enfatizou a necessidade de investimentos preventivos. “É essencial que o poder público invista em planejamento e na conservação das infraestruturas da cidade, antes que o problema se agrave. A capital precisa de ações mais assertivas e urgentes”, finalizou.

Seinfra

Desafios e Soluções para a Recuperação das Pontes de Goiânia

Flávia Ribeiro Dias, superintendente de Obras e Infraestrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), esclareceu que a gestão está ciente do estudo realizado pelo CREA e pelo Ibape-GO sobre o estado das pontes da cidade. Segundo ela, com base nesse levantamento, a Seinfra classificou as pontes em diferentes condições, identificando aquelas em pior estado de conservação.”

“Apesar de nenhuma ponte ter sido classificada como crítica, realizamos um levantamento das que estavam em condições mais precárias. Juntamente com as solicitações do Ministério Público, conseguimos identificar 15 pontes que apresentam mais danos. Para essas, estamos realizando a licitação para contratação do estudo e do projeto para determinar a melhor solução estrutural para cada uma, já que cada ponte apresenta um tipo de deterioração diferente”, afirmou Flávia Ribeiro.

Flávia Ribeiro Dias: “O CREA nos forneceu um laudo detalhado sobre essas patologias” l Foto: Cilas Gontijo/Jornal Opção

De acordo com a superintendente, as deteriorações nas pontes podem ser causadas por diversos fatores, como gases poluentes, impactos de caminhões que ultrapassam a altura permitida e até o desgaste natural. “O CREA nos forneceu um laudo detalhado sobre essas patologias. Nós acompanhamos de perto a evolução da deterioração dessas estruturas e, quando necessário, realizamos intervenções paliativas, mas o grande reparo só poderá ser feito após o estudo técnico mais aprofundado”, destacou.

Flávia Ribeiro também abordou as críticas do CREA sobre a falta de manutenção preventiva nas pontes e reconheceu que em gestões passadas, por falta de recursos ou conhecimento técnico adequado, a manutenção não foi feita de forma ideal. “Eu não gosto de comentar sobre administrações anteriores, mas sabemos que houve períodos em que a manutenção das pontes não foi realizada corretamente. Porém, atualmente, a Seinfra tem feito o acompanhamento, com relatórios atualizados, e com o novo estudo, poderemos agir de forma mais efetiva nas pontes mais danificadas.”

A superintendente listou as pontes que precisam de atenção, entre elas a Ponte da Avenida T63 sobre o Córrego Cascavel, a Ponte da Avenida das Pirâmides sobre o Córrego Água Branca e o Viaduto da Rodovia BR-153, entre outras. Para algumas dessas estruturas, intervenções imediatas são necessárias, incluindo a correção de fissuras, recalques e a exposição de armaduras. Flávia ressaltou, no entanto, que um diagnóstico definitivo só será possível após a conclusão dos estudos.

“Existem várias soluções tecnológicas que podem ser aplicadas, mas precisamos de um estudo mais profundo para definir a melhor metodologia para cada ponte. Algumas delas, talvez, podem até precisar ser condenadas, mas isso só saberemos após o estudo”, explicou.

A superintendente também comentou sobre os problemas com os taludes expostos nas pontes, que indicam falhas na drenagem urbana e na estrutura das obras. Ela explicou que isso é uma consequência de descidas irregulares de águas pluviais, que causam o alargamento dos córregos e comprometem as obras de arte especial. Flávia destacou que o plano diretor de drenagem urbana, que será discutido em audiência pública no dia 30 de abril, é essencial para tratar dessas questões.

“O plano de drenagem urbana envolve toda a cidade e estamos buscando soluções para essas falhas no sistema de drenagem, que afetam diretamente a integridade das pontes. Vamos discutir isso na audiência pública, e é fundamental a participação da população”, afirmou.

Sobre a execução de melhorias nas pontes, Flávia Ribeiro Dias esclareceu que, embora o estudo do CREA tenha sido importante para alertar a prefeitura, o projeto para a execução das obras ainda está sendo preparado. “Estamos na fase de elaboração do termo de referência para licitação dos projetos. A contratação das obras dependerá desses projetos, que ainda precisam ser elaborados com base nos estudos e laudos”, afirmou.

Flávia também destacou a parceria com o Ministério Público e a urgência para a execução das licitações, que, segundo ela, estavam previstas para o ano passado, mas foram adiadas devido a dificuldades financeiras enfrentadas pela prefeitura. “Estamos cientes da gravidade da situação, e o prefeito colocou como prioridade a contratação dos projetos e o início das obras de recuperação”, concluiu.

Por fim, Flávia Ribeiro Dias tranquilizou a população sobre a segurança das pontes, afirmando que, embora algumas estejam em condições ruins ou regulares, não há nenhuma ponte em situação crítica. “Vamos continuar monitorando de perto e, dentro dos próximos seis meses, teremos os projetos para iniciar a recuperação das pontes”, garantiu.

Ela ainda convidou os cidadãos a participarem da audiência pública no dia 30 de abril, para ouvir as propostas e contribuir com ideias. “É muito importante que a população de Goiânia se envolva nessa discussão. Quanto mais ideias, mais a cidade ganha”, concluiu.

Vista geral da ponte da Av. das Pirâmides sobre o córrego Água Branca l Foto: Crea/GO

Especialista aponta falhas de drenagem em viaduto da Marginal Botafogo

O engenheiro civil Rodrigo Carvalho da Mata, doutor em Engenharia de Estruturas pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que a ocorrência de caminhões encalhados nos viadutos da Marginal Botafogo, em Goiânia, não deveria ser considerada normal. Segundo ele, há uma normativa nacional que determina a altura mínima livre de 5,5 metros na parte inferior dessas estruturas.

“Existe uma normativa de rodovia que exige que a parte inferior dos viadutos tenha pelo menos 5,5 metros livres. Essa norma é usada para aprovação na Goinfra, no DNIT e em outras agências reguladoras, e deve ser seguida também pelos municípios. Então, isso não é normal”, pontua o especialista, que também é mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

Para o engenheiro, a falha já deveria ter sido evitada na fase de projeto. “No projeto, tem que ser especificada essa altura de, no mínimo, 5,5 metros. As cargas são muito altas e, se os viadutos estivessem sofrendo recalques, que são deslocamentos verticais nas fundações, isso causaria muitas fissuras e problemas estruturais. A progressão para o colapso, nesse caso, seria muito rápida. Então, isso não tem sentido físico ou estrutural”, explicou.

Rodrigo Carvalho da Mata: “a solução exige planejamento e investimento” l Foto: Arquivo pessoal

Sobre o viaduto da Avenida Jamel Cecílio, também na Marginal Botafogo, Rodrigo diz que a estrutura não apresenta risco iminente, apesar das vibrações percebidas por motoristas. “Ele atende aos quesitos normativos. É um viaduto dimensionado dentro dos critérios mais rigorosos. A vibração é típica das obras de arte especiais, como pontes. Não há risco aparente nesse sentido”, afirma.

No entanto, o especialista alerta para um problema de drenagem na parte inferior da estrutura. “Ali, sim, há um problema. É necessário fazer uma intervenção para melhorar a captação e drenagem da água. Isso indica uma possível falha no estudo hidrológico. O acúmulo ocorre na calha do canal da Marginal Botafogo, que está canalizado, mas a obra está provocando esse represamento”, afirma.

De acordo com o engenheiro, a solução exige planejamento e investimento. “Primeiro, é preciso um estudo hidrológico adequado. Esse estudo provavelmente vai apontar a necessidade de construção de lagoas de estabilização a montante do ponto afetado. A ideia é conter a velocidade e o volume da água para canalizá-la de forma adequada”, diz.

Rodrigo cita como exemplo a Marginal Pinheiros, em São Paulo. “Lá, existem pequenos barramentos que formam lagoas para estabilizar a água da chuva. Esses dispositivos diminuem a energia das águas pluviais e distribuem o fluxo no canal de forma gradativa, evitando acúmulos e enchentes”, explica.

Viaduto da Avenida Jamel Cecílio sobre a Marginal Botafogo l Foto: Prefeitura de Goiânia

Para ele, a situação atual revela uma falha de projeto. “Infelizmente, é uma falha de planejamento. Essa condição de drenagem já é recorrente. Ninguém projeta uma obra para apresentar problemas logo no início. Estudos hidrológicos adequados e soluções como as lagoas de estabilização deveriam ter sido incluídos. São soluções de engenharia, mas que têm um custo alto”, conclui.

Moradores pedem providências

A autônoma Clarinda de Fátima Teles de Faria, de 65 anos, que passa diariamente pela ponte sobre o Córrego Cascavel, localizada na Avenida 24 de Outubro, revelou sua preocupação com a estrutura das pontes de Goiânia, incluindo esta, que integra um estudo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). O estudo de 2022 indicou que a ponte está em situação crítica. “Eu não sabia disso”, comentou Clarinda, surpresa com a informação.

Ao ser questionada sobre sua avaliação da situação, agora que tem conhecimento das condições precárias das pontes, ela afirmou: “Com tantos acidentes e tragédias envolvendo pontes que já ocorreram, é muito importante, sim, que haja uma atenção maior a esses problemas. Esta ponte, por exemplo, tem tráfego intenso, com caminhões, ônibus e carros pequenos circulando diariamente.”

Clarinda de Fátima Teles de Faria: “é uma falta de respeito com o povo” l Foto: Guilherme Alves/Jornal opção

O CREA emitiu um relatório detalhado sobre a situação da ponte, mas, até o momento, nenhuma ação foi tomada pelos órgãos públicos responsáveis. Para Clarinda, a falta de resposta é uma demonstração de desrespeito com os cidadãos. “Acho uma morosidade muito grande e uma falta de respeito com quem usa a ponte. Precisamos de mais consciência e respeito pelas pessoas que dependem desse local.”

Ela ainda destacou: “Pagamos impostos, e não são poucos. Um estudo como esse, feito por especialistas no assunto, deveria ser levado em consideração, mas, infelizmente, isso não tem acontecido.” A moradora reforçou a percepção de que o problema reflete uma falha do poder público em garantir a segurança da população. “É uma falta de respeito, principalmente com quem vive e precisa transitar por aqui”, concluiu.

Vanda da Costa Madureira, 63 anos, diarista, é moradora do Setor Crimeia Leste há 30 anos. Ela conta que reside praticamente ao lado da ponte da Rua Dr. Constâncio Gomes, sobre o Córrego Botafogo.

Vanda da Costa Madureira: “O poder público precisa tomar providências” l Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

“Essa ponte balança demais e passa muitos ônibus de viagem e caminhões em cima dela, além dos carros pequenos. Nós, moradores, temos medo de atravessar. Já vieram avaliar várias vezes, mas só colocam cimento, não fazem nada. E até hoje a ponte continua assim. Se ela cair, teremos que seguir até o Ferroviário do outro lado, o que vai aumentar muito o nosso caminho, porque a ponte está em condições precárias. Ela está totalmente deteriorada e é muito frágil para suportar caminhões pesados. O tráfego aqui é intenso, com carros o tempo todo. O poder público precisa tomar providências, porque essa ponte já está dando sinais de que não suporta mais.”

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