Tocantins

[caption id="attachment_7009" align="alignleft" width="620"] Ex-governador Marcelo Miranda: impedir sua candidatura é o objetivo
do governo estadual / Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O ex-governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB), que assumiu o governo do Estado em setembro de 2009 e permaneceu até dezembro de 2010, teve as suas contas aprovadas pela Assembleia Legislativa referentes ao exercício de 2009, em que dividia com o ex-governador Marcelo Miranda a responsabilidade pela gestão do Estado naquele ano. Gaguim foi beneficiado com aprovação de emenda substitutiva proposta pelo deputado Iderval Silva (SD), que propõe a desvinculação das contas dos dois ex-governadores. A matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJ).
A decisão mantém a rejeição das contas de Marcelo Miranda e aprovação das contas de Gaguim. A emenda aprovada pela CCJ, apenas com abstenção da deputada Amália Santana (PT), foi analisada pelos membros da comissão e resultou na anulação da reprovação das contas de Gaguim, referentes a 2009, em virtude da desvinculação. Em seu relatório, Iderval Silva considerou injusta a rejeição que ocasionou a reprovação da gestão do ex-governador Carlos Gaguim, que assumiu somente no segundo semestre de 2009, em período inferior a um quadrimestre e que cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal e todos os índices constitucionais.
Iderval também argumentou que o ex-gestor eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, para cumprir decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não pode ser responsável pela reprovação do Balanço Geral das Contas, pois não participou da elaboração do projeto de Lei Orçamentária Anual e não estava à frente do Executivo no início do exercício de 2009 para a implantação do Plano de Governo e das despesas do Orçamento.
Durante a votação da CCJ sobre o Decreto Legislativo de rejeição das contas, também foram analisadas as emendas dos deputados Eli Borges (Pros) e José Bonifácio (PR). Eles solicitaram, em seus pareceres, a anulação da votação devido a problemas no painel eletrônico do Parlamento e por falta de defesa dos ex-gestores, respectivamente. As emendas foram rejeitadas e obtiveram em ambas a abstenção da deputada Amália Santana e o voto favorável do deputado Sargento Aragão (Pros). O resultado da votação será encaminhado à mesa diretora para homologação.
A desvinculação das contas dos ex-governadores que isentou Gaguim de qualquer responsabilidade pelas contas de 2009 e manteve a rejeição das contas de Marcelo Miranda não é nenhuma novidade. Como adiantou o Jornal Opção, o governo faz de tudo para impedir Marcelo Miranda de disputar a eleição. A rejeição das contas pela Assembleia Legislativa, com parecer favorável dos técnicos do Tribunal de Contas do Estado, teve caráter político e visa criar motivação para o Tribunal Regional Eleitoral negar legalmente o registro de candidatura ao ex-governador, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo. A medida apenas confirma a intenção do governo de tentar tirar o peemedebista da disputa.
[caption id="attachment_7014" align="alignleft" width="160"] Senador Ataídes Oliveira: reclamação na tribuna / Foto: Pedro Dias/Agência Senado[/caption]
O senador Ataídes Oliveira (Pros) em pronunciamento na tribuna do Senado chamou a atenção para a crise de gestão que vive o Tocantins. Segundo o senador a situação do Estado é grave em todas as áreas, especialmente na segurança pública e na saúde. O senador acusa o governo pelas dificuldades que vive o Estado e aponta a falta de investimento como uma falha grave da gestão. “Lamentavelmente, as coisas não são muito boas, o Estado é um gigante adormecido”, declarou o parlamentar fazendo referência ao enorme potencial inexplorado do Tocantins em contraste com uma crise grave de gestão.
[caption id="attachment_7012" align="alignleft" width="200"] Ex-prefeita Valderez seria
vice na chapa dos governistas / Foto: Ângelo Bomfim[/caption]
A chapa dos sonhos de nove entre dez governistas consultados tem o governador Sandoval Cardoso (SD) na cabeça, com a ex-prefeita de Araguaína Valderez Castelo Branco (PP) na vice e o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) como candidato ao Senado, e o filho Eduardo Siqueira Campos (PTB) ou o empresário Roberto Pires (PP) na suplência.
O contexto é outro. A realidade, bem diferente, e Sandoval Cardoso não chega aos pés de Gaguim, na inquietação, disposição para fazer política, na ganância (justiça seja feita) pelo poder. Se vai ou não repetir o fenômeno Gaguim não se pode assegurar. Mas uma coisa não se pode negar: Sandoval segue rigorosamente o roteiro do ex-governador peemedebista.
Líderes da oposição reclamam do posicionamento intransigente do senador Ataídes Oliveira (Pros), que não tem demonstrado interesse no tema união das oposições. Dizem que o senador parece obsecado pela ideia de ser candidato, deixando para o segundo turno o debate em torno de um possível acordo entre os pré-candidatos não alinhados com o Palácio Araguaia. Ataídes se vê na obrigação de ser candidato, já que montou um partido com esta premissa. Mas sozinho corre o risco de contribuir para fortalecer a candidatura governista.
Sandoval na verdade não tem nada a perder. Criado para servir de trampolim para promoção política do ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos, o governador já está virando tábua de salvação do siqueirismo. É visto pelos governistas como o nome mais forte do governo. Mas terá pouco tempo para mudar o rumo de gestão, que continua tão ruim quanto antes.
Com mais de seis meses de atraso, finalmente foi instalada a CPI do Igeprev. E já nasce morta. O deputado governista José Bonifácio (PR), que pediu para retirar o seu nome da comissão, comenta que a comissão parlamentar de inquérito sugerida pelo deputado Sargento Aragão (Pros) vai servir não para investigar os desvios de recursos dos fundos do Instituto de Previdência do Tocantins, mas para conceder habeas corpus para o ex-senador Eduardo Siqueira. Como se sabe, o Eduardo Siqueira é o principal envolvido nas aplicações temerárias que causaram um rombo de mais de R$ 500 milhões no instituto.

Deputado e pré-candidato ao Palácio Araguaia pelo PV diz que a propaganda oficial até tenta, mas não consegue descolar o novo governador do velho, pois o governo continua o mesmo, de mal a pior
Deputado e pré-candidato ao governo pelo PV diz que não há como desvincular o governador Sandoval Cardoso do ex-governador Siqueira Campos e que o eleitor tocantinense tem opinião consolidada por mudança e não apenas por alternância de poder
[caption id="attachment_6295" align="alignright" width="300"] Eduardo Siqueira terá uma força de Sandoval para se eleger deputado estadual | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O que parece demonstração de lealdade do governador Sandoval Cardoso (SD) ao ex-governador Siqueira Campos (PSDB) revela na verdade o quanto o siqueirismo anda em baixa. A declaração pública do governador de que está organizando colégio eleitoral para ajudar a eleger Eduardo Siqueira Campos deputado estadual é a mais clara confirmação desse desprestígio. O todo-poderoso filho do governador, chamado de príncipe, dependendo do prestígio político de um adesista de última hora? É o fim.
O ex-governador João Oliveira (DEM), que renunciou ao cargo para abrir caminho para a realização da eleição que sagrou Sandoval Cardoso governador, anuncia que é candidato a deputado federal. Oliveira já recebe apoio de Sandoval, que diz estar comprometido com a sua eleição para a Câmara Federal.
O presidente do PT, Júlio César Brasil, avalia que a aparente tranquilidade do governo, embora em crise, não se deve à omissão da oposição. Pelo contrário. Para ele o grande problema é que no Tocantins todo mundo só quer ser governo, ninguém quer ser oposição. O dirigente diz que o fisiologismo ainda fala alto na política local.
O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) está de volta depois de dois meses de sumiço e completo ostracismo. Siqueira reapareceu para dizer que não é candidato a nada. Em se tratando de Siqueira é bom esperar o contrário, quando diz que não é candidato é porque está articulando para ser candidato a alguma coisa, no caso, ao Senado. A desistência de Eduardo Siqueira de disputar o governo do Estado ajuda a consolidar a pretensão do pai ex-governador.
Deputados acusam o governo de alterar a prioridade na execução do orçamento como estratégia eleitoral. Eles observam que enquanto falta dinheiro para investimentos sobra para gastar com custeio da máquina administrativa. Na prática significa dizer que o governo prefere contratar cabos eleitorais oferecendo emprego a conquistar prestígio político realizando obras. O fracasso administrativo tem explicação.
Senadora Kátia Abreu passa o comando da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para o vice-presidente da entidade, João Martins da Silva Júnior, que também é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia. “Saio tranquila para minha missão de recandidatura ao Senado pelo Tocantins, reafirmando a todos que nossa casa está em boas mãos: mãos de um homem digno, ético, que conhece bem nosso setor”, afirmou a senadora, ao anunciar João Martins na presidência da CNA pelos próximos cinco meses, desde quarta-feira, 4. O evento, em que também foi celebrada a posse recente de Almir Dalpasquale na presidência da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), contou com a presença de presidentes das Federações da Agricultura de todo o Brasil e de vários líderes da bancada da agropecuária no Congresso. A senadora agora terá mais tempo para se dedicar à reeleição ao Senado ao lado do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), provável companheiro de chapa.