Judicialização de eleição trava Câmara de Senador Canedo, diz vereador
05 abril 2023 às 16h03
COMPARTILHAR
O vereador Reinaldo Alves (PSDB) afirmou ao Jornal Opção nessa terça-feira, 4, que a maioria da Câmara Municipal de Senador Canedo está sendo cerceada pela minoria da Casa, subsidiada pelo Poder Judiciário. Ele explicou que o atual presidente do Legislativo, o vereador Carpegiane Silvestre (Patriota), optou pela disputa judicial em detrimento ao debate político na Câmara.
Assim como ocorreu em diversos municípios, o Poder Legislativo de Senador Canedo antecipou as eleições e reelegeu Carpegiane, em novembro de 2021. No entanto, segundo Alves, a mudança no regimento da Casa foi feita “na base da canetada”. Embora na época tivesse a maioria, com o passar do tempo, o parlamentar perdeu a base de apoio. Contabiliza-se que ele tenha apenas quatro apoiadores.
Para se ter ideia, da Mesa Diretora eleita com ele, em 2021, ao menos três membros renunciaram aos cargos. Em dezembro de 2022, a maioria dos parlamentares cancelaram a resolução permitindo a eleição antecipada. Com isso, realizaram uma nova eleição, sendo vitorioso Reinaldo Alves, para o biênio 2023-2024. Porém, Silvestre não aceitou a decisão e procurou a Justiça.
De acordo com Alves, Carpegiane está presidindo a Casa por liminar e sem maioria. Mesmo assim, ele tem tentado recompor a Mesa Diretora e barrar até requerimentos de parlamentares. “Como somos maioria, queremos escolher o nosso presidente”, ressalta Reinaldo. Para forçar a recomposição, Silvestre utiliza a tática de abrir as sessões, coloca em pauta, primeiramente, a votação para repor a direção, momento que os contrários abandonam o plenário.
Nesse contexto, a confusão tem impedido a deliberação de importantes projetos na Câmara. O mês de março, por exemplo, foi improdutivo. Enquanto isso, entrou também na celeuma o Ministério Público de Goiás (MP-GO), que recomenda ao próprio Legislativo uma solução, sob ameaça de ajuizamento de ação, com pedido de multa e outras sanções. Mas, como pontua Alves, “a Justiça nos deixa sob judice, sem julgar a causa e impedir que escolhamos nosso próprio presidente e a nova Mesa Diretora”.
Judicialização do mandato
Ao Jornal Opção, Carpegiane disse que está assegurado pelas liminares judiciais. Para a redação, ele enviou várias sentenças de mandados de segurança para justificar a permanência dele no cargo. Em relação aos apoios, o atual presidente garante que: “Hoje tenho 7 apoiadores dos 15 vereadores”.