Comandantes concordam com punições a militares golpistas, diz Múcio

20 janeiro 2023 às 15h04

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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta sexta-feira, 20, que, no entendimento dele, não houve envolvimento “direto” das Forças Armadas nos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília. Ele disse também que os comandantes das Forças Armadas concordam com punições a militares que tenham participado dos atos.
Múcio deu as declarações depois de participar de reunião com os chefes do Exército, general Júlio Cesar de Arruda; da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno; com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.
“Os militares estão cientes e concordam que vamos tomar providências. Evidentemente, no calor da emoção, a gente precisa ter cuidado para que as acusações sejam justas, para que as penas sejam justas. Tudo será providenciado em seu tempo. Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Se algum elemento, individualmente, teve participação, ele vai responder como cidadão”, disse Múcio.
Questionado se é possível garantir que as Forças Armadas cumprirão seu papel em caso de um ataque similar às sedes dos Três Poderes, o ministro respondeu: “Não tem a menor dúvida de que outro daquele [ataque] não vai acontecer, até porque as Forças Armadas irão se antecipar”.
Na reunião, Múcio frisou que Lula foi o presidente da República que, “talvez, mais investiu nas Forças Armadas”. “Ele tem consciência, e as Forças Armadas também, da atenção que ele deu às Forças Armadas. E ele quis renovar essa confiança”.
Havia ainda interesse em distensionar a relação entre as partes e mudar a pauta que tem marcado o cenário político brasileiro: os atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.