Uma quadrilha responsável por extorquir modelos e influencers de Goiás e de outros quatro estados, além do Distrito Federal, foi alvo de uma operação nesta quinta-feira, 14, suspeita de se passar por uma agência. Jovens entre 18 e 30 anos eram aliciadas por meio das redes sociais para produzir conteúdo erótico em troca de cachês milionários. No entanto, ao enviar os conteúdos de teor sexual, as vítimas passavam a ser extorquidas e ameaçadas.

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Uma das modelos chegou a ser coagida a praticar sexo oral e anal com um motorista de app, a fim de realizar o fetiche de um suposto cliente em troca de R$ 745,5 mil. O motorista também fazia parte do esquema criminoso, tendo se aproveitado do golpe para ter relações sexuais com a vítima. A cena foi gravada e usada para chantageá-la.

As mulheres eram obrigadas a ceder dinheiro aos criminosos sob ameaça de divulgação dos vídeos e fotos íntimas em redes sociais. Intimidadas, as modelos faziam pagamentos via Pix, para contas laranjas fornecidas pela organização criminosa.

Segundo as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal, após escolher a vítima, um dos membros do bando usava um perfil falso no Instagram e dizia ser dono de uma agência de modelos. Para convencer a vítima, eles afirmavam que as mulheres se encaixavam no perfil que eles estavam procurando.

Depois de estabelecer diálogo e conquistar a confiança das jovens, o membro do grupo criminoso mandava cópias de documentos, além de fotos e vídeos de conteúdos íntimos. Em seguida, induzia as mulheres a enviarem fotos e vídeos nuas, sempre com a promessa de que elas iriam seguir carreira de modelos e que conseguiriam altos cachês.

Milhões de reais

Para enganar as modelos, o golpista enviava prints de extrato de contas bancárias com milhões de reais de saldo, afirmando que esses valores teriam sido alcançados fazendo trabalho de modelo, especialmente videochamadas.

Em seguida, o membro do grupo, usando o perfil falso que seria da representante da agência de modelos, informava as vítimas que um cliente teria se interessado por elas, e que pagaria uma quantia alta – na casa das centenas de milhares de dólares – caso elas realizassem seus desejos por meio de uma videochamada pelo Facebook.

Na ligação em vídeo, o suposto “cliente” informava que não iria realizar o pagamento, alegando que as vítimas não teriam obedecido suas diretrizes. Geralmente, as vítimas entravam em contato com a suposta agenciadora e ela informava que iria resolver com o cliente.

Extorsão

Dias depois, as vítimas eram contatadas por outro integrante do grupo criminoso, por meio de outro perfil falso no Instagram. A vítima passava a receber os vídeos que havia mandado para a suposta dona de agência de modelos ou que havia sido gravado pelos supostos “clientes” por meio das videochamadas.

Assustadas, as vítimas entravam em contato com o primeiro perfil, supostamente da proprietária da agência de modelos, quando, então, eram informadas que a proprietária teria sido assaltada e perdido seus aparelhos celulares com as fotos e vídeos das modelos da sua agência.

A vítima ainda era informada que a tal agenciadora teria conseguido negociar com o assaltante para que ele não divulgasse os vídeos das “modelos” da sua agência. Para isso, as vítimas teriam que entrar em contato com um perfil do Instagram que era fornecido pela golpista. 

A ordem era que elas pagassem determinada quantia, de acordo com a orientação do dono desse perfil. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Ceilândia, Gama, Jaboatão dos Guararapes (PE), São Paulo e São José do Rio Preto (SP).