Um estudo, realizado em conjunto por pesquisadores brasileiros e de outros países, publicado na revista Nature Genetics, 27 pontos no genoma humano com variantes que podem aumentar o risco de desenvolvimento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O trabalho contou com colaboração dos Departamentos de Genética e de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Segundo o estudo, que envolveu mais de 38 mil indivíduos com TDAH e outras 186 mil pessoas sem a condição, há uma diferença entre os genes dos grupos. Em seis milhões de variantes genéticas examinadas, os pesquisadores notaram que pacientes com o transtorno apresentam níveis elevados de expressão em várias regiões cerebrais. Principalmente nos neurônios que liberam dopamina, responsável pela sensação de bem-estar e prazer.

A pesquisa ainda revelou que a presença de uma maior carga de variantes de risco do TDAH no genoma está relacionada com chances menores de sucesso educacional. Entretanto, a correção não significa presença de deficiência cognitiva, segundo os pesquisadores. Mas, outros aspectos como impulsividade e dificuldade de concentração prejudicam o processo de aprendizado.

Outro ponto mencionado nos estudos é que cerca de 12% a 16% das pessoas com TDAH também são diagnosticadas com transtorno do espectro autista e aproximadamente 40% com depressão.

Leia mais: Desmistificando o TDAH: um transtorno associado a dívidas, drogas e suicídio

Leia mais: Pessoas com TDAH podem se apaixonar? Especialistas explicam