Festival inicia sua 18ª edição na noite desta segunda-feira (9/5) e é preciso fazer escolhas entre as várias opções da programação, porque é impossível acompanhar tudo

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Escalado como atração principal da noite de abertura do Bananada, nesta segunda, Thiago Pethit sobe ao palco do Teatro Sesi às 22 horas com seu Rock’n’Roll Sugar Darling | Foto: Reprodução/Facebook

Goiânia viverá será nesta segunda-feira (9/5) o centro das atenções nacionais por dois motivos. O primeiro pela vinda da presidente da República Dilma Rousseff (PT), que desembarca no final da tarde na capital para inaugurar o novo aeroporto Santa Genoveva, que fica do outro lado da pista do atual terminal de passageiros, no mesmo setor Santa Genoveva.

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O segundo motivo é o início, hoje, da 18ª edição do Festival Bananada. Não é novidade para ninguém que o evento atrai o interesse de músicos e público do Brasil por ser parte de uma agenda consolidada na música independente e alternativa nacional. Com atrações locais, de outros Estados e até internacionais, os primeiros shows do Bananada de 2016 acontecem na noite desta segunda-feira.

E como a gente sabe que, pela programação extensa e com eventos marcados para o mesmo horário, é fisicamente impossível que você, interessado em ir a todos os dias do festival, divida seu corpo ao meio e mande uma parte para cada lado da cidade, o Jornal Opção separou aqueles que — com todo o peso individual das escolhas — são os artistas que você não pode perder. Ou não deveria.

Se no ano passado muita gente perdeu o belíssimo show do Maurício Pereira (SP), que se apresentou no Teatro do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG) para menos de 200 sortudos (sim, o show foi muito bom), esse ano nós vamos tentar te ajudar a ficar um pouco mais ligado. Mas é claro, pode ser que você não goste. São apenas dicas.

Abertura

A correria e as poucas horas de sono para acompanhar os sete dias do Bananada começam no Teatro Sesi (Av. João Leite, nº 1.013, Setor Santa Genoveva) com os shows de Pedro Kastelijns e Bruna Mendez às 20h20, Mahmundi (RJ) às 21 horas e Thiago Pethit (SP) às 22 horas.

Coloco os três shows como obrigatórios para quem quer acompanhar bem a programação do Bananada. A começar pela junção de Kastelijns e toda sua parafernália eletrônica ao lado de duas guitarras e a bela e intimista voz de Bruna Mendez. Se você já ouviu a fita k7 Raposa, de Kastelijns, ou o EP Pra Ela — enquanto o disco não sai –, da Bruna, deve estar no mínimo curioso com essa mistura no mesmo palco.

Em seguida vez a voz não menos encantadora e muita batida eletrônica com Marcela Vale. Opa! Peraí. Na verdade o nome artístico dela é Mahmundi. Ela já levou pra casa por duas vezes o Prêmio Multishow da Música Brasileira: um na categoria Novo Hit (2013) pela canção Calor do Amor e outro como Nova Canção com a música Sentimento.

Sentimento, inclusive, é uma das melhores músicas do disco Mahmundi, lançado na sexta-feira (6). Desse álbum, outras ótimas faixas são Quase Sempre e Wild.

Se você quiser me encontrar/Na noite mais escura/Eu estarei na rua/Como um rebelde noir/Com minha calça gasta/Enquanto o sol se afasta.” Os versos de 1992, música do disco Rock’n’Roll Sugar Darling, de 2014, mostram um lado mais roqueiro de um artista multifacetado, que já foi chamado até de integrante da dita nova MPB com Berlim, Texas (2010) e Estrela Decadente (2012).

Pethit é a grande atração da noite de abertura do Bananada nesta segunda no Teatro Sesi e é um show que você marcar como obrigatório na sua lista de atrações do festival para ver de perto.

É claro que, como eu avisei, para assistir a esses quatro artistas hoje, o jeito vai ser deixar de lado o showcase da Falante Records no Bananada nas Casas, a partir das 21 horas no República Estúdio (Alameda Botafogo, nº 428, Centro), com os bons shows das bandas goianas Sheena Ye, Almost Down e DogMan. É! Eu avisei que é coisa demais ao mesmo tempo. Acontece!

Calma! A segunda ainda não acabou. É hora de correr para o El Club (Rua 115, nº 1.038, Setor Sul) e conferir de perto o set do José Higo, mais conhecido como Neguim Beats. Morador de Goiânia, Neguim Beats tem se tornado conhecido fora do Brasil, principalmente por lançar parte das suas produções pela Darker Than Wax, de Singapura.

Neguim Beats assume a festa à 0 hora de segunda para terça-feira (10). Lembra que eu avisei sobre as poucas horas de sono? O DJ cearense que mora em Goiânia mistura várias sonoridades, que vão do hip hop ao eletrônico e funk até chegar no jazz, com muita coisa no meio, em seus samples. Eu não dormiria antes de curtir o set do cara.

A Palafita no Bananada começa às 22h45 de segunda com o DJ Angelo Martorell, tem Neguim Beats à meia-noite, Maurício Fleury (SP) 1h15 de terça e Milian G. às 3 horas. Fora que é uma noite que tem Maurício Fleury, que é apenas tecladista e guitarrista da Anelis Assumpção, Gal Costa e Bixiga 70, além de ser DJ. Nem pense em perder!

Terça-feira (10)

Jazz e música eletrônica. Uma mistura certeira no set do DJ StereoNato (SP). Isso às 19 horas no Passeio das Águas Shopping, numa proposta de happy hour do Bananada com a Box 62.

E na terça tem o rock bem representado pelas bandas goianas Lutre, Trivoltz e Dry a partir das 21 horas no showcase da Falange no República Estúdio. Mas eu daria uma chance para o indie folk platino do Cuscobayo (RS) e seu disco homônimo, lançado este ano pelo selo Honey Bomb.

A banda Cuscobayo toca às 21h30 no Complexo Estúdio & Pub (Rua 7, nº 485, Centro, entre a Rua 4 e a Avenida Anhanguera) no showcase da Honey Bomb. Alejandro Montes de Oca (trompete e voz), Lourenço Golin (baixo), Marcos Sandoval (cajón e voz), Rafael Castilhos (percussões) e Rafael Froner (violão, ukulele e voz) formam a Cuscobayo, que dialoga com a música latina, o folk e o pop rock.

Também vem do Sul a banda Catavento (RS), que toca às 22h30 no Complexo. Leo Rech voz e guitarra), Leo Lucena  vocal, guitarra e baixo), Du Panozzo (vocal, guitarra e baixo), Johnny Boaventura (teclado e vocal) e Lucas Bustince (bateria e vocal) lançaram em 2014 o álbum Lost Youth Against The Rush e estão em processo de gravação do disco CHA.

Tanto os shows no República quanto os do Complexo são uma boa escolha. Qualquer uma incluirá a exclusão da programação da Casa de Música no Shiva Alt-Bar (Alameda das Rosas, nº 1371, Setor Oeste), com os DJs Rodrigo Lagoa e Daniel de Mello a partir das 19 horas.

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Quarta-feira (11)

O set da DJ Carol Tinoco é bastante interessante (ela discoteca no happy hour do Passeio das Águas a partir das 19 horas) e talvez dê tempo de correr para o Teatro Sesi para acompanhar os shows João Canta Brandão às 20h30 e do Liniker (SP) às 21h30. Natural de Araraquara, Liniker tem chamado a atenção da crítica musical e do público com seu EP Cru (2015), que tem apenas três músicas: Zero, Louise de Brésil e Caeu.

Liniker vem com um grande time. Ele, Liniker Barros (voz), chega com Guilherme Garboso (bateria), Márcio Bortoloti (trompete), Rafael Barone (baixo), Willian Zaharanszki (guitarra) e as backing vocals Bárbara Rosa, Ekena Monteiro e Renata Santos. Se você perder essa turma na quarta, Liniker e seu time sobem ao palco novamente no sábado (14).

Com muita sorte, você consegue pegar o show do Hellbenders às 22h30, que acabou de lançar o mais do que pesado e bom disco Peyote, pela HeartsBleedBlue (HBB), selo que realiza o showcase no Diablo Pub (Rua 91, nº 632, Setor Sul) na quarta.

Você pode também deixar para ver o Liniker no sábado (14) e chegar mais cedo no Diablo Pub e ainda pegar os shows da Taunting Glaciers, de Blumenau (SC), às 21 horas, e do Insitution às 21h45. É a noite mais hardcore do Bananada com certeza. E também pode deixar para acompanhar as oito músicas novas do Hellbenders no domingo (15).

O Taunting Glaciers vem com a turnê do disco Threshold (2015), com uma atmosfera bem mais melódica. Já o Institution (SP) chega a Goiânia um ano depois do lançamento do disco Desolation Times (2015), que já apresenta um lado mais porrada na cara do hardcore.

E para isso, ainda é preciso abrir mão do showcase da Mandinga Records e Propósito Records, que terá, a partir das 21h30, shows das bandas Zuuum e Bang Bang Babies no Complexo Estúdio & Pub. Noite de decisões complicadas.

Quinta-feira (12)

Você pode começar sua quinta no happy hour Bananada no Passeio das Águas com o DJ Basílio. Se você optar por pegar o primeiro evento desse dia, é quase que obrigatório ir ao Teatro Sesc Centro (Rua 15, esquina com Rua 19, Centro) às 20 horas. É que o baterista Fred Valle vai apresentar o show “Do Café à Cachaça”. Se você já foi ao happy hour do Complexo à quartas-feiras sabe do que eu estou falando. É um show com vários convidados da primeira qualidade.

Se você é da noite, não perca os DJs Lucas Arr (3h15 de sexta-feira), Alex Justino (1h30 de sexta-feira) e Gabb Borghetti (23h45 de quinta) a partir das 23h45, hora que o primeiro DJ começa o seu set no Garage do Bananada nas Casas na boate El Club.

A minha dúvida, essa a maior da programação, ainda está entre o showcase da Fósforo Cultural às 22 horas no Bolshoi Pub (Rua T-53 com Avenida T-2, nº 1.140, Setor Sul) com as bandas Components às 22 horas, Hell Oh! (RJ) às 23 horas e Overfuzz à meia-noite. O Components começou a soltar alguns singles. A Hell Oh lançou o disco We’ve got nothing to say but a song em 2015 e a Overfuzz botou ano passado no mercado o álbum Bastard Sons of Rock ‘n’ Roll.

Ao mesmo tempo acontece o showcase da Balaclava Records com as bandas Mahmed (RN) e Supercordas (SP/RJ). Sobre a Vida em Comunidade (2015), lançado pelo Mahmed em formato digital, deve sair em vinil em breve. Já o Supercordas soltou em 2015 o disco Terceira Terra, o terceiro do grupo. Se você perder esses dois ótimos shows, ainda dá pra ver o Supercordas na sexta (13) e o Mahmed no sábado (14).

Na quarta-feira (11), o Jornal Opção publica a parte dois das dicas, com as atrações do final de semana, entre sexta (13) e domingo (15), que está cheio de bandas legais e artistas imperdíveis. Nos vemos nos eventos do Bananada.

Mais informações nos eventos publicados pelo Bananada no Facebook.