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Na sexta-feira, 4, Vanderlan Cardoso estava em Ceres, articulando com políticos locais. O pré-candidato a governador pelo PSB está trabalhando para formatar sua chapa de candidatos a deputado federal e estadual. Não está fácil. Mais uma coisa é certa: Vanderlan é determinado e, por isso, não costuma desistir de seus projetos.
Um promotor de justiça teria provas de como um empresário milionário bancou a fuga de Marcos Vinicius, açougueiro envolvido na morte do radialista Valério Luiz, para Portugal. O empresário teria alugado o jato para a fuga de Marcos Vinicius para Portugal, onde estaria vivendo de uma polpuda mesada. Culpar juiz pela fuga de Marcos Vinicius é, no mínimo, falta de bom senso. O magistrado que está com o processo é, além de competente, absolutamente íntegro.
Há indícios de que sumiram 2 milhões de reais de um veículo deixado no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia. Deixaram no automóvel euros e dólares. Detalhe: o carro estava fechado. A Polícia Militar terá de se explicar a respeito ou não? A Polícia Federal está investigado a possibilidade de lavagem de dinheiro (tudo indica que não é do dono do carro), cerca de 3 milhões de reais, e o sumiço de parte da grana. Estranhamente, no estacionamento do Aeroporto Santa Genoveva, as câmaras filmam quando o veículo entra. Mas no pátio não tem câmaras. Se alguém abrir um carro, como ocorreu recentemente, as câmeras não flagram o ato criminoso.
Não convidem os ex-deputados Wagner Guimarães e Ivan Ornelas para comer a picanha maturada da Churrascaria Montana Grill na companhia de Júnior Friboi. Pode sair muito sangue e não será da picanha. Guimarães e Ornelas podem fazer picadinho da picanha e, se brincar, até de Friboi.
O líder de um pequeno partido garante que um político está oferecendo 5 milhões para obter seu apoio. Ele assegura que o “candidato” daria 2,5 milhões agora e mais 2,5 milhões entre agosto e setembro. Anote: o esquema de grana deste candidato vai virar, brevemente, escândalo nacional.
Quem frequenta o Empório Piquiras do Bougainville começa a reclamar do “aterro sanitário” do shopping. O Bougainville armazena seu lixo nas proximidades das casas dos militares do Exército e o mau-cheiro está cada vez mais insuportável. É um vexame para um shopping que se pretende para a classe média e para a classe média alta.
De um petista: “Iris Rezende tem raiva tanto de Marconi Perillo quanto de Júnior Friboi. Ele não perdoa o fato de Friboi tê-lo ‘atropelado’ e se filiado ao PMDB num esquema arranjado pela cúpula nacional. Não perdoa também a maneira pouco católica de o empresário conquistar apoio dos peemedebistas”. Friboi, por seu turno, fala cobras e lagartos de Iris. Mas só nos bastidores, é claro. Porque, claro, não é louco de falar publicamente. Porque ele acredita que, no final das contas, Iris vai apoiá-lo para governador. Mas Iris, dizem os friboizistas, se for candidato, vai precisar da estrutura montada por Friboi.
O empresariado de Anápolis torce pelo sucesso do prefeito João Gomes (PT), que é empresário respeitado na cidade. João Gomes é empresário e, como tal, entende os pleitos e problemas dos colegas. Ele é visto como uma pessoa arrojada e, por isso, não deverá deixar a peteca cair.
O marqueteiro Duda Mendonça vetou, de vez, o uso de berrante na campanha de Júnior Friboi. O empresário pode até achar engraçado, alguns apaniguados podem até aplaudir, mas o publicitário não quer caipirismo na campanha do peemedebista. No último encontro com Friboi, Duda Mendonça lidou como se ele fosse candidato. Definitivamente candidato.
Jornal Opção republica entrevista histórica concedida pelo médico goiano pioneiro, fundador da Faculdade de Medicina e do Hospital Santa Genoveva, que morreu na semana passada
Em 2009, o jornalista Paulo Henrique Amorim (foto acima) disse que o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, era racista (danos morais). Kamel o processou e foi ganhando nas instâncias iniciais, até vencer, em definitivo, no Supremo Tribunal Federal. Amorim terá de pagar 60 mil reais ao jornalista das Organizações Globo.
Amorim terá de pagar, além da indenização, as custas processuais e honorários advocatícios — 10% do valor da condenação.
Kamel diz que, como escritor e jornalista, batalha, desde o início da carreira, contra o racismo.
Segundo um jornalista, o “Pop” “está com a macaca” — tal o volume de erros em suas páginas, e, mesmo assim, o jornal não faz as devidas correções. Na terça-feira, 9, na coluna “Giro”, do “Pop”, aconteceu um fenômeno “mediúnico”. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Milton Alves, depois de “assumir” o cargo de diretor-geral da Assembleia Legislativa de Goiás, pediu exoneração. A seguir, para ficar por dentro, ou por fora, leia a nota “Demissão aceita”, escrita pelo repórter-colunistsa Jarbas Rodrigues Jr.:
“Afastado do cargo de diretor-geral da Assembleia desde que foi preso pela Operação Poltergeist, Milton Alves entregou ontem seu pedido de exoneração”.
Como se sabe fora da redação do “Pop”, quem pediu exoneração foi Milton Campos, e não Milton Alves. Como há uma operação Poltergeist, Jarbas Rodrigues deve ter pensado mais ou menos assim: como o brilhante político mineiro Milton Campos já morreu, o nome deve ser Milton Alves.
Milton Alves é conselheiro do TCE. E, curiosamente, o presidente da Assembleia Legislativa, Helder Valin (PSDB), quer ocupar sua vaga ainda este ano. Milton Alves diz que sai apenas em 2015.
O “Pop” acaba de promover uma ampla reforma política, ao cassar o mandato de um deputado federal, Thiago Peixoto, e elegê-lo vereador em Goiânia.
Confira a nota “Trocar líder”, da coluna “Giro” (quarta-feira, 9), assinada pelo repórter Jarbas Rodrigues Jr.: “A bancada do PSDB também se reuniu na Câmara de Goiânia. Além de combinar mais ataques ao PT e ao PMDB, quer trocar o líder Thiago Peixoto, que é pré-candidato a deputado estadual”. O repórter do “Pop” esquece uma função básica do jornalismo: por que a bancada quer trocar o jovem líder? Jarbas "Passarinho", ops!, Rodrigues, nada diz.
Como se sabe fora da redação do “Pop”, Thiago Peixoto é deputado federal e, portanto, não despacha na Câmara Municipal de Goiânia. Mais: Peixoto está entre os políticos “protegidos” pela redação do jornal. Bola fora dupla, portanto, de Jarbas Rodrigues. Ah, sim, Thiago Peixoto também não trocou de partido. Até terça-feira, 8, quando Jarbas Rodrigues redigiu a nota, o jovem economista era filiado ao PSD. Nunca foi do PSDB. E, como não há mais “tempo” para trocar de partido, continua no PSD.
Ao contrário do que publicou o “Pop”, o líder do PSDB na Câmara é o vereador Thiago Albernaz, neto do ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz. O motivo pelo qual o outro Thiago, o Peixoto, é protegido, na redação do “Pop”, todos sabem. As razões das críticas frequentes a Albernaz, também Thiago, só Jarbas Rodrigues e uma repórter do jornal podem explicar.
A reportagem “Dilma sobe o tom em resposta para a oposição” é a da Agência O Globo e foi publicada pelo “Pop” na terça-feira, 8 (página 11). No último parágrafo, o repórter escreveu: “Nas duas últimas semanas, os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) vêm atacando a gestação de Dilma, principalmente devido à crise na Petrobrás e à situação da economia”.
Claro que não é “gestação” — o que sugere que a presidente Dilma Rousseff, de mais de 60 anos, está grávida —, e sim gestão. O editor do “Pop” pode culpar a agência? Não pode. O editor da página deveria ter corrigido o erro. Até agora, no site do jornal, não há nenhuma correção, o que indica que os editores não perceberam o erro.

Eu sei o que você escreveu ontem
Demétrio Magnoli
“Os senhores escravocratas do século 21 ainda se movem ao sabor das crenças de 50 anos atrás (...)”, escreveu Mino Carta na revista "CartaCapital" do dia 2/4, para concluir: "Daí a oposição sistemática aos governos Lula e Dilma". Na política, o passado é uma massa de modelagem sempre disponível para servir aos interesses do presente. Sugerir que os críticos do lulismo são reencarnações dos golpistas de 1964 já se tornou um clássico da "imprensa" chapa-branca. Quando, porém, a fábula emana do teclado de Carta, um cheiro de queimado espalha-se no ar.
Nos idos de 1970, Carta ocupava o cargo de diretor de Redação da revista "Veja" e assinava os editoriais com suas iniciais. O que M.C. escreveu em 1º de abril de 1970, sexto aniversário do golpe, está no acervo digital da revista:
"Propostos como solução natural para recompor a situação turbulenta do Brasil de João Goulart, os militares surgiram como o único antídoto de seguro efeito contra a subversão e a corrupção (...). Mas, assumido o poder, com a relutância de quem cultiva tradições e vocações legalistas, eles tiveram de admitir a sua condição de alternativa única. E, enquanto cuidavam de pôr a casa em ordem, tiveram de começar a preparar o país, a pátria amada, para sair da sua humilhante condição de subdesenvolvido. Perceberam que havia outras tarefas, além do combate à subversão e à corrupção –e pensaram no futuro." Fofo?
Enquanto Paulo Malhães lançava corpos em rios, M.C. batia bumbo para Médici. A censura não tem culpa: os censores proibiam certos textos, mas nunca obrigaram a escrever algo. Os proprietários da Abril não têm culpa (ou melhor, são culpados apenas pela seleção do diretor de Redação): segundo depoimento (nesse caso, insuspeito) de um antigo editor da revista e admirador do chefe, hoje convertido, como ele, ao lulismo, Carta dispunha de tal autonomia que os Civita só ficavam sabendo do conteúdo da "Veja" depois de completada a impressão.
Carta foi quercista quando Orestes Quércia tinha poder (e manejava verbas publicitárias). Hoje, é lulo-dilmista até o fundo da alma. Na democracia, não é grave ter preferências político-partidárias, mesmo se essas (mutáveis) inclinações tendem quase sempre na direção do poder de turno. Mas aquilo era abril de 1970, bolas! As máquinas da tortura operavam a plena carga –algo perfeitamente conhecido, não pelo povo, mas por toda a imprensa. A bajulação condoreira a Médici não deve ser qualificada como um equívoco de avaliação: era outra coisa, que prefiro não nomear.
"CartaCapital" de 2 de abril publicou, também, um ensaio histórico sobre as relações entre a imprensa e a ditadura no qual –surpresa!– não há menção aos editoriais da "Veja" assinados por M.C. em 1970. A revista de Carta faz coro com os arautos do "controle social da mídia", eufemismo de censura em tempos de democracia. Cada um a seu modo, os grandes jornais acertaram as contas com o próprio passado, oferecendo desculpas ("O Globo"), reconhecendo erros (Folha) ou produzindo revisões circunstanciadas ("Estadão"). Carta optou por um caminho diferente: a camuflagem.
O artigo de Carta na "CartaCapital" é uma catilinária contra os "reacionários nativos" que, "instalados solidamente na casa-grande" e "com a colaboração dos editorialistas dos jornalões", perpetraram o golpe de 1964. De tão santa e barulhenta, a indignação editorializada induzirá algum desavisado leitor estrangeiro a imaginar que o autor denuncia, corajosamente, um golpe militar em 2014. Mas, no fim, é mesmo do presente que trata o grito rouco, o adjetivo sonante e o chavão escandido: por meio dessas técnicas, Mino Carta esconde M.C.
Acervos digitais são uma dessas maravilhas paridas pela revolução da informação. A França do pós-guerra não tinha algo assim, para sorte dos colaboracionistas de Vichy. O Brasil de hoje tem. Sorte nossa.
Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana, é especialista em política internacional. Escreveu, entre outros livros, 'Gota de Sangue - História do Pensamento Racial' (ed. Contexto) e 'O Leviatã Desafiado' (ed. Record). O artigo foi publicado na “Folha de S. Paulo”, no sábado, 5.
