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[caption id="attachment_9735" align="alignleft" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Apesar dos senões editoriais — que geralmente têm menos a ver diretamente com a área de Arte do que com a cúpula diretiva da redação —, as capas de “O Popular” durante a Copa mantiveram um padrão de bom gosto, em sua maioria.
A tradição de boas capas já vem de certo tempo, tendo começado ainda com Wilson Silvestre, veterano jornalista e também ex-integrante da equipe do Jornal Opção, e sido mantida com André Rodrigues. O editor-executivo é o responsável pelo aprimoramento do trabalho iniciado por Silvestre e que resulta frequentemente em boas citações do jornal em sites mundo afora. Foi o que ocorreu com a capa da quarta-feira, 8, intitulada “Furada histórica”, em que a bola Brazuca, um dos ícones do Mundial de 2014, aparece murcha, simbolizando a vergonhosa eliminação brasileira. A primeira página com o grafismo foi uma das dez que obtiveram destaque do Newseum, o Museu da Notícia, nos Estados Unidos.
Os goianos mereceram holofote internacional também no site da “The New Yorker”. Em meio a outras seis publicações brasileiras — entre elas “O Globo” e “O Estado de S. Paulo” — e sob o título “Humiliation, honor, and Brazil”, estava a já citada capa do Pop (embora sem aparecer a logo do jornal) e a de “O Hoje”, cujo título foi “Mineirão, 8 de julho de 2014”.
[caption id="attachment_9720" align="alignleft" width="300"] Fotos: Reprodução[/caption]
Ainda sobre as capas de “O Popular”: uma única chamada ocupou a metade superior da capa do jornal na quinta-feira, 10. Na verdade, era o principal tema, de fato, da primeira página — a manchete convencional ficou escondida na chamada “dobra de baixo”, menos valorizada, e tratava da liberação de recursos pelo Estado a prefeitos de municípios goianos no limite do prazo legal admitido pela legislação eleitoral.
O título da nota tinha um viés depressiva: “Mais um dia triste”. O “mais”, todos entendiam, era uma alusão indireta à manchete do dia anterior, a quarta-feira em que todos os jornais estamparam a “tragédia” da eliminação da seleção da Copa organizada pelo Brasil — “tragédia” deveria ter sempre aspas quando se referisse a futebol.
Mas o que poderia seria tão triste nesse dia seguinte a ponto de merecer tal destaque? A despedida de outra personalidade da importância histórica de Plínio Arruda Sampaio, cuja morte ofuscada justamente pela derrota acachapante no Mineirão? Um acidente de grande porte com um ônibus ou um avião? Um terremoto com milhares de vítimas?
Nada disso. A foto da chamada mostra jogadores vestidos de azul e branco arrancando para uma corrida em festa. O primeiro à esquerda é Messi e o grupo é o da seleção argentina comemorando a classificação, nos pênaltis, para a final da Copa do Mundo. O texto completo: “Mais um dia triste — O constrangimento da torcida brasileira ao assistir o fracasso da seleção, humilhada por 7 a 1 pela Alemanha, anteontem, teve uma segunda dose de tristeza e dor ontem: a seleção argentina, rival histórica no futebol, vai fazer a final no Maracanã após eliminar a Holanda. Muitos brasileiros já repetem que são ‘Alemanha desde pequenininhos’.”
Compreende-se que sair de uma competição de tal envergadura cause abatimento e desolação. O que não pegou bem foi qualificar o dia seguinte de “triste” simplesmente pelo fato de os argentinos terem feito sua parte, ainda que chegando à final da Copa praticando um futebol indigno de sua história e primando pelo antijogo — o que, no entanto, é assunto para outra pauta.
Foi uma espécie de humor negro às avessas: em vez de zoar algo sério, fez-se um chiste de seriedade sobre algo que nada mais é que entretenimento. A “gracinha” do jornal talvez caísse bem em uma publicação de linha irreverente, talvez no próprio tabloide “Daqui”, também do Grupo Jaime Câmara, mas ficou desnecessária, forçada e totalmente fora do padrão de sobriedade que “O Popular” evoca. É um risco que corre quem quer descontraído, mas não está acostumado a isso.
Foi com certeza uma manchete infeliz na história do jornal, que alguns dias antes havia acertado na mosca ao dividir a página entre a alegria pela classificação diante da Colômbia e a tristeza pela perda de Neymar: “Do riso fez-se o pranto”, o título, foi destaque nacional e apresentado com elogios em programas matutinos de canais esportivos País afora.
Nem sempre se pode acertar. Mas é possível evitar desgastes desnecessários. Com seu segundo “dia triste”, o Pop errou duas vezes. Primeiro, por ignorar que há um contingente de argentinos em Goiás e outro, bem maior, de simpatizantes da seleção argentina, e que grande parte deles são leitores do jornal, o maior do Estado; e, em segundo lugar, por fazer troça usando manchete séria para um assunto fútil — embora o futebol seja “a mais importante entre as coisas menos importantes”, como disse o técnico Arrigo Sacchi, quando dirigia a vice-campeã Itália na Copa de 1994.
O candidato ao Senado na chapa do governador Marconi Perillo (PSDB) definiu o nome de Alberto Araújo como seu marqueteiro. Alberto — que foi sócio de Jorcelino Braga, marqueteiro do candidato ao governo pelo PSB, na Kanal Vídeo — também é cineasta. Ele dirigiu “Vazio Coração”, filme que estreou no ano passado com boas críticas. Ele trabalhará junto com Paulo de Tarso, marqueteiro do governador Marconi Perillo, durante a campanha. Vilmar explica: “Fizemos várias reuniões e ficou definido: o Alberto dará sugestões para Paulo e vice-versa. Será um trabalho integrado da chapa majoritária.”
A questão Celg atrai as atenções do eleitorado. Isso acontece porque todos precisam de energia — quem dirá os empresários, grandes cabos eleitorais. O vice-governador José Eliton (PP), que presidiu a Celg por muito tempo, acredita que a empresa será ponto positivo durante a campanha dos tucanos. Ele explica que a Celg deve ser analisada tendo em vista dois pontos: 1) O acordo. “O acordo com o governo federal, no fim de 2011, garantiu as bases para que conseguíssemos reiniciar os investimentos no Estado, o que efetivamente fizemos em 2012. Graças a isso, temos o cenário atual, em que o Estado voltou a crescer”, diz ele; e 2) Balança da empresa. “A balança da Celg, hoje, já é positiva. O grande desafio da empresa hoje é retomar os investimentos. A Eletrobras já deveria ter feito isso, mas teve problemas entre 2012 e 2013. Se a Eletrobras fosse uma empresa privada, teria falido. Tudo isso atrasou os investimentos na Celg. Mas o próprio ministro Edison Lobão já disse que retomará os investimentos. Quando isso acontecer, a Celg dará um salto na melhoria dos serviços prestados”.
Um jornal alemão não adaptaria sua logomarca pelo futebol. Mas, se agisse assim, certamente levaria a campanha além das eventualidades de vitórias e derrotas
Será recado? Na sexta-feira, 11, uma mensagem curiosa de Friboi no Twitter: “Sucesso de um projeto está nos colaboradores”.
Assim como houve esvaziamento entre os candidatos a deputado federal, é possível dizer que o mesmo aconteceu no cenário estadual, onde a disputa deverá ser ainda mais apertada. Ao todo, se registraram no TRE, 728 candidatos para concorrer às 41 cadeiras da Assembleia. E muitos deles têm chances, uma vez que nomes “já eleitos” não disputarão este ano, pois são candidatos a federal. Caso de Fábio Sousa (PSDB), Daniel Vilela (PMDB) e Mauro Rubem (PT).
O primeiro encontro realizado pela base governista em Goianésia, na semana passada, deixou claro uma coisa: a estratégia de campanha usada pelo governador Marconi Perillo estará de acordo com a bandeira da “modernidade” que levantou como principal mote de campanha. Em Goianésia, o encontro — ou “reunião-comício”, como alguns governistas têm chamado — lançou um novo formato de contato popular a ser experimentado na campanha tucana: encontros em locais fechados, o que faz com que um número reduzido de pessoas esteja presente e os candidatos tenham um contato mais pessoal com os eleitores. O palanque baixo ajuda nesse contato. Além disso, os discursos são rápidos e sucintos. Para passar a mensagem de modo objetivo.
Com as falas sobre polarização das eleições deste ano, os petistas estão animados com o fator surpresa. Em reunião no interior, no fim da semana passada, Marina Sant’Anna, disse: “Temos a oportunidade de fazer um enfrentamento de dois grandes grupos que se demonstram elitizados. Vamos achar nossos eixos de ligação com o povo e ganhar as eleições.”
A venda dos armazéns da antiga Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Goiás (Casego) deve aparecer durante a campanha. E contra Iris Rezende (PMDB). A intenção é tornar claro que as bandeiras da ética, da moral e da decência política não poderão ser usadas pelos peemedebistas. Contudo, tais bandeiras podem ser usadas por Ronaldo Caiado (DEM). O democrata é visto como um político decente. A questão é: como levantará essas bandeiras — que tem defendido ao longo dos anos — ao lado de Iris? Uma coisa é certa: a ressurreição da Casego, da Caixego, BEG e companhia serão pontuais na campanha. Mas certamente não deverá ser ouvida nos discursos do governador Marconi Perillo (PSDB), o maior adversário de Iris nesta campanha. O governador não deverá partir para o ataque direto contra as chapas de oposição. Ao contrário, segundo garantem os governistas. Marconi deverá concentrar esforços para mostrar as obras que fez e apresentar propostas. Entretanto, nada impede que seus aliados “batam”. Aliás, isso deverá, de fato, ser feito, mesmo que de forma discreta. Sobretudo em Goiânia, cidade onde a rejeição ao nome de Marconi é maior e onde Iris tem maior aceitação.
Corre pelos corredores da prefeitura: o prefeito Paulo Garcia (PT) está muito insatisfeito com as repetitivas manchetes de crise em Goiânia. Um aliado de Paulo diz: “O prefeito já fez mais por Goiânia do que o próprio Iris Rezende. Porém, agora não é hora de mostrar isso. Depois que outubro passar, todo esse cenário negativo em torno do Paulo irá terminar.” Para bom entendedor, a resposta está dada. Isso pode explicar, porém, o porquê de Paulo ter entendido ser melhor não participar ativamente das eleições. É certo que não falará a favor de Iris, mas também não deverá desmentir, caso alguém fale que sua gestão é melhor que a passada. Agora, quem falará?
A polarização dessa eleição entre Iris e Marconi está levando inclusive os setores organizados da sociedade, como os advogados, a se posicionarem. Do lado do governador está o grupo de Henrique Tibúrcio. Do outro, o do advogado Leon Deniz. Para quem se lembra, os dois foram adversários nas últimas eleições da OAB. O primeiro pela chapa OAB Forte. O último pela Renovação com Atitude. Na Ordem, Tibúrcio saiu vencedor.
Depois do “voto-camarão”, que fez sucesso na semana passada, o cientista político Silvio Costa, da PUC-GO, tem mais denominações curiosas sobre as alianças partidárias goianas. Ele aponta para a “coligação Frankenstein”. Seria aquela feia e esdrúxula, que reúne partes desconjuntadas. Refere-se à aliança entre PMDB, Ronaldo Caiado (DEM) e o PCdoB. E tem mais. Existe também a “coligação zumbi”, aquela que reúne mortos-vivos querendo ressuscitar. O cientista político não quis nomear os “mortos-vivos”. Costa diz que o tal apelo pelo novo não vingou e constata o óbvio, mostrado pelas pesquisas: a eleição será mesmo polarizada, sem a mínima chance para a chamada terceira via.
Definido oficialmente como um dos coordenadores da campanha de Iris Rezende, o deputado Sandro Mabel está confiando na possibilidade de sucesso da chapa peemedebista por causa da rejeição do tucano Marconi Perillo, principalmente em Goiânia. Segundo Mabel, é por aí que o PMDB vai crescer e ganhar o pleito. Só que o deputado parece esquecer que Iris também tem uma rejeição considerável.
O prefeito de Novo Gama, Everaldo Martins (PPL), estava em cima do muro quanto ao seu apoio para a majoritária. O PPL fechou com o PMDB. Porém, Everaldo deverá apoiar Antônio Gomide (PT). Acontece que Everaldo é ligado ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), um dos grandes parceiros da campanha de Gomide. Além disso, Everaldo deverá apoiar Narciso Pereira de Carvalho, presidente da Câmara de Vereadores de Novo Gama, para deputado estadual. Tudo isso com a ajuda da “grande” estrutura montada no Entorno pelo PT.