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O labirinto de Cédric Klapisch

Cédric Klapisch foca na natureza apaixonada do homem como objeto de estudo para uma série de desencontros dos quais, muitas vezes, somos os próprios culpados

Pequenos movimentos das coragens nossas de cada dia

[caption id="attachment_10371" align="alignright" width="620"]Foto: Kumar Gauraw Foto: Kumar Gauraw[/caption]

Graça Taguti Especial para o Jornal Opção

A premência de atos de coragem se manifesta em nossas vidas desde o instante do nascimento. Ambos, o bebe e sua mãe, precisam de imensa determinação e desejo, para trocar, abandonar um ambiente aquoso, seguro e acalentador pela vinda à luz na terra dos homens.

Mudar de hábitos, largar ambientes mornos por outros desconhecidos — ainda que anunciem o bônus de certa prosperidade, demanda entrega e decisão.

Mergulhar na névoa, nas ondas escuras e geladas de viagens solitárias são ações que acarretam desvendamentos, nem sempre doces de fatias do nosso psiquismo.

Coragem para se enxergar em carne-viva, sem escamoteações quaisquer. Detectar o medo lá dentro de suas caixas fechadas, as defesas algemadas na garganta e crispadas nas mãos trêmulas de dúvidas.

Ter a ousadia de convocar os diabos e demais anjos da maldade a se reunirem conosco, intimando-os a revelar seus fétidos estratagemas de demolição da alegria e paz, nossa e alheias.

Arrancar o amor, entranhado à língua, levando-o às palavras. Uma confissão de bem, um ramalhete de flores para quem nos cerca a toda hora de atenções e delicadezas.

Ter coragem, como insígnia da bravura eleita, é trocar as infinitas mortes cotidianas por sobressaltos verdes, vermelhos, lilases. Gargalhadas soltas e úmidas, prontas a invadir cenários de vento e a se refestelarem, displicentes, ao ar livre.

Coragem para ser feliz. Como sonegamos de nós essa tal felicidade, como se ela não nos fosse devida, um bem legítimo, herdado dos céus. Também poderemos estendê-la à solidariedade macia, móvel e atenta ao entorno, evoluindo em um balé glorioso, pelos arcos planetários.

Coragem carimbada nas mínimas escolhas. Levantar os olhos do celular, guardar o tablet em uma gaveta, o notebook na mesa do quarto e, então, partir para trocar dois dedos de prosa com a revoada de andorinhas que se exibem diante de nossas janelas.

São tantas e multifacetadas coragens de que carecemos nos pequenos e grandes movimentos que compõem a partitura nossa de cada dia, com suas melodias assíncronas, que nos faltam indumentárias apropriadas. Abraçar o doente, o bêbado, o paciente terminal e lhe oferecer água e mel, a ternura mais fresca da alma, introduzindo-a neste quadro de dores e discretas bênçãos.

Coragem para se dizer o que sente. Sem eufemismos, perfumes de toucador ou maquiagens pesadas por acúmulos de autoenganos. Perdoar, ou pelo menos buscar esquecer, quem nos odeia ou inveja- nossos traiçoeiros inimigos, vigilantes do alto das coxias, desde o palco em que nos apresentamos à sociedade — essa gestora de ferro. Implacável julgadora de direitos e deveres dos homens.

Um misto de coragem, humildade e tolerância consiste em receber sem discórdias a presença de noites sem lua. Aristóteles sentenciava: “A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”.

Sem coragem, deslizamos sobre o mundo como vermes na pele de pessoas apáticas e sem rumo. Repetimos rituais de convivência sem questioná-los. Repudiamos as sementes da boa nova, em várias nuances de nossa esgarçada existência.

Anaïs Nin, libertária escritora, apregoava “a vida contrai-se e expande-se proporcionalmente à coragem do indivíduo”.

Na maior parte do nosso espremido tempo, pulsamos encolhidos em conchas, torres prisioneiras de castelos em cujas masmorras apodrecemos desejos, energias, prenúncios de gestos fecundos. Shakespeare sublinhava “os covardes morrem muitas vezes antes de sua verdadeira morte; os valentes provam a morte só uma vez”.

Por fim, há algo inevitável nos pequenos movimentos das coragens nossas de cada dia. Olhar nos olhos da morte. Encará-la de perto, aceitando seu convite para enfrentá-la em mais um combate. Aqui, viver ou morrer não está em questão. Lutar é o que importa.

Graça Taguti é escritora.

via Revista Bula

Imitação de Borges

[caption id="attachment_10323" align="alignnone" width="620"]Jorge Luis Borges Jorge Luis Borges[/caption]

J.C. Guimarães

Sou o autor desta coletânea ordinária, e quem pretendesse encontrar vestígios de ficção na história que segue daria com os burros n`água. A realidade tem suas intromissões fan­tásticas, e uma dessas janelas me surpreendeu para provar que não existe fronteira entre o fato mais prosaico e o mais absurdo. An­tes de reproduzi-lo é necessário al­gumas ob­servações, de que a crítica poderá se valer para referendar-me ou me condenar ao esquecimento.

Considerei este fato tão inverossímil que, ao transcrevê-lo, não me dei conta de que imitava Jorge Luis Borges. Consola saber que inúmeras linhas de Borges são linhas de Kafka e que alguns de seus versos pertencem indiscutivelmente a Whitman, sem que ele tenha sido o primeiro e o último de uma série. O português Álvaro de Campos foi de uma fidelidade admirável: “Ah, como todos os meus sentidos têm cio de vós!”

Imitação, em alguma medida, é inevitável: cada um de nós é me­nos si mesmo que outros, ao longo da vida. E estou convencido de que é melhor se parecer com Borges do que com ninguém. É verdade que reescrevi esse conto mais de uma vez, mas não consegui me livrar de suas impregnações. O preço pode ser este: meu próprio obscurecimento como escritor, à procura dum estilo (o de não tê-lo, por exemplo, amorfo ao contrário do imitado). É o diabo, mas fica a história, boa ou má. Contento-me em saber que fiz o melhor que pude.

Digo logo: acredito que eu sou eu mesmo, J.C. Guimarães. Entre outras coisas, não pretendo morrer completamente como pretendeu Borges — Jorge Luis Borges. Apesar das ressalvas, é provável que o leitor familiarizado perceba nessa história o estilo pessoal do mes­tre, o uso de certos chistes e principalmente a dicção. Reco­nhe­ço a dívida e permito que ela me apa­gue, se convir ao resultado que al­mejo. Confesso o esforço inútil de evitar certos rudimentos do i­dioleto deste apreciador de milongas, que terá sido eu (ele não foi to­dos os homens do mundo?) e quem não fui. Não fui, apesar das a­parências (quando eu era jovem, perseguiu-me também o terror imaterial de Hume). Acho até que tais reminiscências darão a estas poucas palavras certa graça que possivelmente não teriam por si mes­mas, por isso deixo que fiquem.

Pouco me importa, pois não al­cancei um estilo pessoal e cheguei a duvidar que tivesse talento para fazer qualquer coisa de original.

Borges foi o primeiro grande escritor que eu li. Houve um tempo em que o argentino foi na minha opinião o maior escritor de todos os tempos. Eu ainda não conhecia as vertiginosas galerias de William Shakespeare. De qualquer modo, deixei-me influenciar por sua poesia porque minha ideia de mundo guardava prováveis semelhanças com aquela dos seus livros mágicos. Hoje duvido é que um homem possa ter um estilo e espelhar a multiformidade do mundo. Mudei muito, desde então; passei a ver as coisas de uma maneira mais realista e menos fantástica, explicação, no fundo, destituída de sentido. Um lógico pode perfeitamente pulverizá-la. Quem é que não se influenciou um dia por alguém? Com a metamorfose eu deixei de ser quem fui. Li outros fabulistas e até senti certo enfado pela metafísica, por essa falta de calor humano e especialmente de mulheres, que é a prosa de Borges. Para se parecer mais comigo mesmo, reitero que amo as divas.

A verdade, única e verdadeira, é que somos tantos ao longo da vida, e também nossa maneira de ser e de fazer as coisas. A identidade que a burocracia inventou para mim é a do cidadão cotidiano e maçante das contas e obrigações civis. Invejo sinceramente quem se enquadra nesse esquema mesquinho e não perde o juízo. Fosse comerciante e talvez fosse mais feliz.

A natureza não gosta de pessoas complicadas, aquelas que tentam desvendar os seus mistérios, como Bor­ges e outros homens de gênio. Ela os a­maldiçoa com maus pensamentos, com conflitos íntimos, com angústias in­sanáveis que nenhum entretenimento mundano pode atenuar por muito tempo. Tira toda sua fé, para que mor­ram secas. É o preço que se paga, por se querer comer os frutos da árvore da sabedoria, do bem e do mal. Faz todo o sentido que a descrença seja generalizada entre os re­bel­des: a curiosidade invasiva nos do­mí­nios de Pandora nunca fica impune.

Não é difícil compreender a felicidade mais palpável das pessoas comuns. A natureza não tem por que hostilizar os que não a incomodam com perguntas indesejadas.

Talvez, ao invés de um conto, eu devesse fazer uma crônica do material que disponho, de sorte que o episódio ligeiramente descrito a seguir de fato aconteceu: é tão autêntico quando a vertigem de Borges, às margens do rio Charles, em fevereiro de 1969. Não inventarei outro, nem um dia nem uma data, a fim de fraudar os dados que esqueci. O que narrarei poderia ser escrito para o jornal da manhã seguinte, ao invés de aspirar a forma literária.

O objetivo desta peça simples, cuja principal virtude é o panteísmo, é falar de espelhos: a imagem preferida de Borges. Concluí, após uma tarde de revelações, que os espelhos têm verdadeira correspondência no universo de Aristóteles. Para tanto, bastou uma ocasião trivial e a feliz intuição deste plagiário. Felizmente, as metáforas têm o dom da diversidade (realmente esta frase não me pertence). Minha conclusão não encerra todas as possibilidades e ângulos do problema, mas certamente encontrei um de seus termos (outra fraude). É talvez o produto de uma alucinação e poderia integrar o rol das teorias conspiratórias.

Percebam que realmente não pretendo ser igual a Borges. Como, se in­clu­sive sou militante de um partido político? Não sei ainda se por sorte ou infelicidade, a história é que vai dizer.

O desprezo do mestre pela matéria nunca me escandalizou, sobretudo depois que, por aqui, fomos cúmplices da infâmia, como todos os outros que estiveram no poder. Infalivel­men­te o poder tresmalha, infalivelmente de­sagrada. Pouco saberíamos pelas páginas do renomado portenho qual a sua opinião sobre os generais que pisaram sua pátria argêntea. Talvez soubéssemos sobre Péron, a quem a literatura política consagrou um ismo. No mais, preferiu ignorar nossos desencantados Sólons. Foi a forma sutil que encontrou de, outra vez, repetir os gregos e metê-los no ostracismo. Neste caso, permanente:

“Contam que Ulisses, farto de prodígios, Chorou de amor ao avistar sua Ítaca Humilde e verde. A arte é essa Ítaca De um eterno verdor, não de prodígios”.

Assim é Borges. Seja como for, co­mo Dante, que não envergonhou-se de servir à sua cidade, a política me in­teressa como caminho sem volta. É por isso que cultivo a leitura daquele Car­los Daneri que, com uma só pergunta, afrontou os extremismos que assolam esse mundo: “Quantas igrejas tem o céu?” Minha resposta é nenhuma.

Mas, então, aconteceu o fato, e inevitável foi associá-lo ao gênero fantástico. De repente, certas provocações metafísicas de Borges me pareceram cobertas de sentido. Um plano repete outro, e isto é São Paulo e outras metáforas a que Borges recorreu. Tudo só depende de você estar no lugar certo e na hora certa para perceber as correspondências. Em meu caso, foi quando recebi a visita de dois missionários em casa.

O endereço foi a rua 7, e achei que eram corajosos. À maneira de Pedro e os outros discípulos, vivem de bater nas portas, infinitas, e operar o convencimento, reclusos por anos a fio em sua própria versão de Nicósia, Patmos e Éfeso. Essa loteria vulgar (u­ma locução típica do mestre) os pôs diante de mim e os atendi, e talvez te­nham me visto como um pagão. Pedi que entrassem e se sentassem, embora soubesse que o convite alargasse a sua insistência. Sabia que não seria convencido por nada desse mundo, mas dei-lhes guarida por tolerância. Sorriram, eu os retribuí com sinceridade e tudo ficou bem entre nós.

Não fosse pela delonga, nossa conversa teria sido apenas curiosa. Um dos dois rapazes, o louro de cabelos lisos, falou-me enquanto seu companheiro limitou-se a ouvir com atenção (este talvez iniciasse o colega no complexo idioma de Manuel Bandeira). Tra­zia no peito o nome fictício de El­der Benquerer, um missionário ver­me­lho de uma tal Castle Deale, Utah. O outro, mais baixo, mais franzino e pardo era natural do Maranhão, e a­tendia pelo mesmo nome, Elder. Este úl­timo Elder contou que morou em Pires do Rio, e eu informei que foi lá que nasci. É verdade que essa cidade do interior goiano não foi para mim, aos trinta e tantos anos, mais do que um berço puramente imaginário, tão im­pro­vável quanto... o Indostão, é claro.

Foi ao escutar o forasteiro que Borges se intrometeu entre nós, com sua mania de replicar a realidade. Julguei disparatosa a história que Benquerer se pôs a me contar, absolutamente certo de sua veracidade. Quanto ao livro que me vendeu — eu o comprei como um objeto curioso, mas, verdade seja dita, nunca tive paciência de lê-lo (já nem sei mais onde o guardei) — seria trabalho de uma civilização do oriente médio. Povos dessa região atravessaram não sei que oceano e vieram parar em nosso continente. Curioso é que tenham alcançado o território norte-americano, onde também despencou a ogiva do Super-Homem. Não quis, entretanto, parecer deselegante com minhas ironias e deixei que concluíssem sua exposição.

Tive a impressão de que falávamos sobre fábulas e não sobre fatos, sobre Atlântida e não sobre o Oriente. Os arqueólogos e historiadores legaram informações pre­cisas sobre as populações originárias desta região: medos, partos, cassitas, hititas, cananeus, jebuseus. Que eu me lembre, nada sobre os nefitas. Faço um desconto, porém, e suplicaria desculpas aos meus visitantes: é que minha opinião teve o dom de juntar um cético a um leigo.

Aliás, que eu seja apenas um ignorante é a mais pura verdade. Nunca ostentei ferrenhamente um credo. Qualquer instituição me é suspeita, pelo simples fato de agregar pessoas: a conjugação dos homens trás consigo a força e o poder, mas também o teatro, inevitavelmente. Até a juventude eu quis acreditar nas associações, mas as próprias pessoas levaram-me a des­confiar delas e de seus objetivos.

O tal livro que os missionários trouxeram é uma imitação da Bíblia, com profetas, mandamentos e povo eleito. A despeito do meu ceticismo insignificante, um estado inteiro da América acredita na realidade dessa história e no profeta Joseph Smith, recebedor de algumas placas e sucedâneo de Moisés. Seus seguidores repetiram mitos antigos e atravessaram milhares de quilômetros até se internarem, também, num deserto, que (eu me ative) é feito de areia: a matéria-prima dos espelhos. O tom é fantástico, mas mais fantástico ainda é que eu não estou inventando nada.

Isto não poderia mesmo se chamar ficção, que é o que são as peças borgianas. Isto aqui, caro leitor, é a mais assombrosa realidade, motivo suficiente para que a confusão entre mestre e admirador seja apenas aparente.

Benquerer lembrou-me uma gasta fabulação: a de que os Estados Unidos souberam com mestria confundir o seu destino com o de Israel. Recapitulo para o leitor: os perseguidos de Tutmés I foram os mesmos que perseguiu a intolerante coroa dos Stuarts; o deserto dos 40 anos foi o mar do Myflower (e certamente a penosa travessia de Brigham Young e seus adeptos pelo Meio-Oeste); a Terra Prometida a Nova Inglaterra, aonde, decerto, também abundaram o mel e o leite; o povo eleito de Deus, os norte-americanos, entre os quais Kissinger e Leo Strauss, que escreveram uma parte da história, uma página torpe e decadente. Talvez o fim esteja mesmo próximo.

Quem sabe se Canaã não é ex­tensa como o mundo e nela preservaram-se muitos filisteus, aos quais é necessário declarar a sua guerra? Não sem perplexidade ou assombro, pressenti pela primeira vez, sob o auspício de meus simpáticos visitantes do Norte, como os espelhos de Borges são fatos da realidade, bem próximos de nós. Assim como esta imitação, deliberada e naturalmente imperfeita.

J.C. Guimarães é ensaísta, contista e historiador.

via Revista Bula

Os dez melhores poemas de Manoel de Barros

Leitores e colaboradores apontam os poemas mais significativos do poeta mato-grossense

JR leva rasteira

Tocantins_1885.qxdJoão Ribeiro Júnior, o JR, derrapa feio na largada da campanha para deputado federal. O todo-poderoso herdeiro do senador João Ribeiro sofreu intervenção no comando do PRTB regional por desobedecer a orientação quanto à aliança. O partido decidiu lançar candidato próprio a ter que coligar com o governo. O jovem líder não poderia iniciar pior uma carreira política promissora.

Bonifácio acerta mais uma vez

Novamente o deputado José Bonifácio (PR) acertou. O deputado alertou que o julgamento político na rejeição das contas do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) pela Assembleia Legislativa não teria efeito legal e que além de diminuir o Parlamento contribuiria para aumentar o prestígio político do peemedebista. Bonifácio já tinha denunciado a manobra da bancada do governo na “fabricação” de um decreto que tinha como objetivo criar subterfúgios para caracterizar inelegibilidade de Miranda. O decreto por si só já é uma aberração

Campanha começa em agosto

A senadora Kátia Abreu (PMDB) prevê que a campanha vai começar mesmo de verdade a partir de agosto, mas observa que os candidatos que não querem perder tempo vão manter contato com o povo visitando as praias. Revela que esta vai ser a sua agenda e a do candidato a governador Marcelo Miranda durante o mês de julho. “Vamos fazer visitas às cida

Candidatos em estratégia inversa

Os candidatos Marcelo Miranda, da coligação A experiência é que faz a mudança (PMDB-PV-PT-PSD), Sandoval Cardoso, da coligação A mudança que a gente vê, (SD-PSDB- PTB-PDT-DEM-PPS-PSB-PRB-PP-PR-PTC-PEN-PHS-PSL-PRP-PSC), Ataídes Oliveira, da coligação Reage Tocantins (Pros-PTN-PCdoB- PMN-PPL-PSDC-PTdoB), Carlos Potengi (PCB) e Joaquim Rocha (PSol) cumprem agenda de campanha, cada um ao seu modo. Sandoval Cardoso nas ações do governo e os candidatos de oposição na ausência das ações do governo.

Campanha em banho-maria

Desde o dia 6 que os candidatos estão liberados para fazer campanha. No Tocantins a impressão é que a campanha eleitoral ainda não começou. Na verdade a campanha já começou. É certo que meio truncada e restrita aos bastidores, onde acontece uma verdadeira guerra declarada. A campanha de rua só começa mesmo a partir do início de agosto. No Tocantins a campanha tradicional começa no dia 1º agosto, quando se encerra a Romaria do Senhor do Bonfim, em Natividade.

Radialista erra palavra. Depois, erra na errata

Em um debate esportivo do horário do almoço, em uma emissora de rádio, o assunto é a saída de um jogador do Vila Nova, por demanda trabalhista. E o comentarista resolver “criar” o termo “interrumpimento” do contrato. Percebendo que cometera um erro, ele retoma a frase e a reelabora, trocando “interrumpimento” por “interrompimento”. Erros de português acontecem no rádio, um meio dinâmico e mais vulnerável a esse tipo de ocorrência, mas estão cada vez mais frequentes. Às vezes, não há preocupação nem mesmo em fazer um “mea-culpa”, o que, em princípio, deveria ser uma obrigação do bom profissional, também humano e sujeito a falhas. Por causa desse e de outros fatores, o rádio sofre queda na audiência. Há um processo acentuado de “interrupção” da boa vontade do ouvinte — cada vez mais exigente e com mais meios para se informar — com a (má) qualidade do serviço prestado.

Novatos podem ser os preferidos

A disputa é dramática. Se não bastasse o número elevado de candidatos, ao todo 274, o nível também subiu nesta eleição. Disputam as 24 cadeiras da Assembleia Legislativa, 2 ex-senadores, 4 ex-deputados federais, mais de 20 ex-prefeitos além dos atuais detentores das cadeiras que são candidatos à reeleição e levam certa vantagem na disputa. Ainda assim tem espaço para os novos. O nível de desgaste do Parlamento coloca os jovens na preferência dos eleitores.

Quintanilha é candidato a deputado estadual

Tocantins_1885.qxdO ex-senador Leomar Quin­tanilha (PMDB) desistiu da candidatura à Câmara Federal, mas vai se manter na disputa. Quintanilha anuncia que agora é candidato a de­putado estadual. Pela carreira e militância que ainda exerce Quinta­nilha tem chances reais de se eleger. Exerceu dois mandados de deputado federal e dois de senador. É o atual presidente da Federação Tocantinense de Futebol(FTF).

Internet existe para ser usada, mesmo no rádio

Todas as áreas do jornalismo goiano precisariam de um upgrade. Há comodismo na TV e no impresso, mas no rádio a situação é mais grave. As emissoras parecem não saber lidar com as inovações tecnológicas e estão penando para se manter. Faltam gestão e acerto da linha editorial, e a crise se agrava com o despreparo dos profissionais. Muitos deles têm décadas de profissão, poderiam acrescentar com sua experiência, mas parecem ter parado no tempo: não conseguem entender, por exemplo, que a internet e alguns de seus mecanismos básicos, como o Google e a Wikipedia (uma enciclopédia virtual vista há algum tempo como pouco confiável, mas hoje cada vez mais utilizada e respeitada), estão aí para serem usados de forma rotineira para acesso rápido a dados.

Rejeição faz o velho líder Siqueira Campos pendurar as chuteiras

A rejeição a qualquer associação com a imagem do ex-governador Siqueira Campos (PSDB) está levando os marqueteiros que atuam nas campanhas no Tocantins a desconfiar que o eleitor não está julgando só a falta de resultado do governo, que é flagrante, mas também está reprovando uma prática política que parece eficiente, mas que fere a opinião pública. O problema é que Siqueira sempre priorizou os conchavos em detrimento de entendimentos em torno de propostas.

Possível disputa entre Mourão e Eduardo na Assembleia

Tocantins_1885.qxdO ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão (PT) está na briga por uma cadeira na Assembleia Le­gislativa. Mourão é o nome mais cotado para ocupar a primeira suplência da senadora Kátia Abreu, mas perdeu a indicação para o suplente de deputado e ex-presidente do PT Doni­zeti Nogueira. Se der tudo certo como está planejando disputa com Eduardo Siqueira Campos a presidência da Assembleia.