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[caption id="attachment_21485" align="alignleft" width="259"] Siqueira Campos: mérito reconhecido pelo TCE | Foto: Reprodução[/caption]
O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) foi homenageado na quinta-feira, 20, com o “Colar do Mérito” que leva o seu nome, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Conforme afirma a resolução número 586 de 2014 do TCE, os homenageados são merecedores da honraria por terem contribuído “de maneira excepcional e notória para o desenvolvimento econômico, social e administrativo do Estado e suas ações fortaleceram diversas entidades que atuam a favor do Tocantins”.
Além do ex-governador, foram homenageados os membros do Pleno do órgão: Manoel Pires, Doris Terezinha Cordeiro, Napoleão de Souza Luz Sobrinho, Severiano José Costandrade e André Luiz de Matos; e a procuradora-geral de Contas Litza Leão Gonçalves. Os conselheiros aposentados José Jamil Martins e Herbert de Carvalho Almeida; e os falecidos Antônio Gonçalves de Carvalho Filho, João de Deus Miranda Rodrigues e José Ribamar Menezes também receberão a honraria.
Logo depois que o governo do Estado anunciou a exoneração de mais de 6.550 servidores que ocupavam cargos de livre nomeação, o Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisepe-TO) fez um alerta dizendo que se tratava de uma manobra do governo com o intuito de “maquiar” o número de servidores contratados para cargos que deveriam estar sendo ocupados por servidores públicos concursados. Pouco tempo após a demissão, o governo já recontratou mais servidores do que havia exonerado. “Demonstra falta de planejamento e gestão de pessoal e é também uma maneira que o governo encontrou para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal”, pontua o presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro. O sindicato está atento à situação e defende que o governo convoque e dê posse imediatamente a todos os aprovados no último concurso realizado para o quadro geral. “Muitos aprovados não tomaram posse e o governo precisa chamar o cadastro reserva para acabar com as contratações que no fundo são moedas de troca para atender a interesses de aliados”, critica Cleiton Pinheiro. O sindicato acredita que a ocupação dos cargos públicos por servidores concursados e devidamente qualificados só tende a melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. Diversos expedientes foram encaminhados ao governo cobrando que o cadastro reserva seja convocado. “Vamos cobrar também da próxima administração um maior cuidado com os servidores públicos, a fim de evitar tantas nomeações sem concurso público”, diz Cleiton Pinheiro.
O Tocantins tem atraído investimentos para a produção de carne devido à boa localização, a facilidade de escoamento e o clima favorável. Outro importante avanço no setor acontecerá com a construção de uma indústria de processamento de carnes da cadeia de frigoríficos mineira Plena Alimentos. Com investimento de cerca de R$ 25 milhões, a empresa, que já possui um frigorífico em Paraíso, vai construir no próximo ano a estrutura para fazer a desossa da carne. Para o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro), Ruiter Pádua, a construção da indústria beneficia a população com a geração de emprego e renda, tanto no setor da indústria como no meio rural. “Hoje a empresa abate 600 animais por dia, com a construção da indústria de processamento, pode ser que seja necessário aumentar esse número. Além disso, é no processamento que se gera mais mão de obra”, explicou. Segundo Pádua, os incentivos oferecidos pelo governo estadual são os mesmos destinados à abertura de novas indústrias, que incluem incentivos tributários, como a possibilidade da redução de até 75% de ICMS, bem como ações como a abertura de área e asfalto até a entrada do empreendimento. O secretário ainda ressaltou que a localização e o clima são fatores importantes para a escolha do Tocantins como local para a abertura da empresa. “Por estarmos no centro geodésico do País a logística de escoamento é favorecida, tanto para o fornecimento do mercado de exportação, como interno, via porto marítimo. O nosso clima constante também é um fator importante”, completou.

Alcides Villaça e José Castello destacam as qualidades do novo romance do escritor brasileiro. Alcir Pécora e Marcelo Coelho exibem certas inconsistências da arquitetura literária do trabalho

[caption id="attachment_21474" align="alignleft" width="620"] Chico Buarque de Holanda e Sergio Günther, seu irmão alemão: a imaginação reconstruiu” a história do misterioso filho de Sérgio Buarque de Holanda. O jornalista e cantor morreu de câncer no pulmão[/caption]
Poucas vezes um livro — o romance “O Irmão Alemão” (Companhia das Letras, 239 páginas) — mereceu tanto destaque na imprensa brasileira. Os motivos? Primeiro, o autor. Chico Buarque é, além de escritor, um dos mais importantes compositores do País. É uma estrela, embora não queira ser uma celebridade. Segundo, na atualidade, não há tantos autores de qualidade, ou de alta qualidade, no mercado literário patropi.
A “Folha de S. Paulo” concedeu três páginas ao lançamento do romance, com reportagens e duas críticas de qualidade, curtas mas sólidas, de Alcir Pécora e Marcelo Coelho. O jornal é responsável, de longe, pela mais rica cobertura da publicação de “O Irmão Alemão”. Logo a “Folha”, que empobreceu sua cobertura literária. A “Ilustrada”, aos sábados abre mais espaço para literatura, é em geral fraca, exceto quando publica as críticas mais contundentes de Alcir Pécora e Luís Augusto Fischer. As críticas dos professores da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade do Rio Grande do Sul são consistentes, corajosas e posicionadas. Não ficam em cima do muro — o que tem provocado reações acerbas, às vezes infantis, de alguns criticados.
“O Irmão Alemão” é um romance, não uma biografia, sobre o irmão mais velho de Chico Buarque de Holanda, Sergio Georg Ernst (mais conhecido como Sergio Günther), nascido em 1930 e falecido em 1981, aos 50 anos, em decorrência de câncer de pulmão. Ele era jornalista e, como alguns integrantes da família Buarque, cantor. O jornalista, escritor e biógrafo Ruy Castro ouviu sua música, a pedido da “Folha”, e disse que “é uma boa droga, típica do pior pop europeu por volta de 1960”.
Correspondente de “O Jornal” (de Assis Chateaubriand) na Alemanha pré-Hitler, Sérgio Buarque namorou a alemã Anne Margerithe Ernst e, com ela, teve o garoto Sergio Ernst, que não conheceu. O celebrado autor do clássico “Raízes do Brasil” voltou para seu País, escreveu críticas literárias e se tornou um de seus mais importantes historiadores. Chegou a receber uma carta de Anne Ernst sobre o nascimento de seu filho, mas os jovens, na turbulenta década de 1930, perderam contato.
Possivelmente por não ter condições de criar o garoto, Anne Ernst entregou-o para a Prefeitura de Berlim, que decidiu informar Sérgio Buarque, em 1932. O historiador comunicou que poderia criar o menino ou poderia sustentá-lo em Berlim. Sem receber resposta, o brasileiro continuou tocando sua vida, até que, em 1934, com Hitler no poder, recebeu mais uma carta de uma autoridade alemã.
O casal Arthur e Pauline Günther pretendia adotar Sergio Ernst, mas, como a Alemanha estava controlada pelo nazismo, o governo pedia informações sobre a origem do pai, Sérgio Buarque. Queriam saber, lógico, se o brasileiro era ou não de origem judaica. Se era ariano. A documentação foi enviada e, aí, esqueceu-se do assunto por um longo tempo.
Em 1967, numa conversa informal, o poeta Manuel Bandeira disse a Chico Buarque que ele tinha um irmão alemão. Desde então, o compositor (e, vá lá, cantor) e escritor ficou matutando sobre a história. Queria saber mais, juntar as pontas e descobrir quem era seu irmão mais velho. Decidiu reconstruir a história, para torná-la inteligível também para ele, por intermédio de um romance. Noutras palavras, decidiu escrever uma história ficcional sobre um assunto real, acabando por iluminar uma história real que, de tão confusa e complexa, era e é meio ficcional. Pode-se dizer que a realidade é a mina de ouro da literatura, porém é preciso escavá-la o mais fundo possível para torná-la ficcional. A imaginação recria a realidade, tornando-a mais luminosa, o que não é o mesmo que copiá-la ou imitá-la (mimese não é isto).
No caso do irmão de Chico Buarque, com uma história “curta”, sem dados para sustentar uma biografia precisa, a imaginação é o instrumento mais eficaz para criar uma lógica, ou uma história. O autor de “Estorvo” e “Leite Derramado” decidiu “revelar” quem é o irmão. Adotado, Sergio Ernst mudou de nome, passando a ser chamado de Horst Günther. Aos 22 anos, retomou o prenome inicial, Sergio, mas manteve o sobrenome, Günther.
Na década de 1950, o jornalista Sergio Günther se aventurou pelas artes, na televisão estatal da Alemanha Oriental, a Deutscher Fernsehfunk. Além de gravar discos, pois era cantor — “a voz dele era única, muito grave e sonora, e as pessoas reconheciam-na imediatamente, disse o radialista Siggi Trzoss à “Folha de S. Paulo” —, participou de programas de variedade. Era tido como mulherengo — casou-se quatro vezes e teve dois filhos. “Meu avô trabalhou para a TV, cantava muito bem e tinha carisma”, diz Josepha Prügel, neta de Sergio Günther e bisneta de Sérgio Buarque. O comunista Sergio Günther não assistiu a queda do muro de Berlim, em 1989. Morreu antes. As famílias Günther e Buarque de Holanda hoje estão próximas.
A partir de certo momento, Chico Buarque sentiu um certo bloqueio e não conseguia mais escrever o romance. Pediu apoio ao editor da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz. Este buscou a ajuda do historiador Sidney Chalhoub, que estava na Alemanha. Chalhoub pôs o historiador brasileiro João Klug e o museólogo alemão Dieter Lange no caminho de Chico Buarque e a história “cresceu”. Para romper o bloqueio em definitivo, Schwarcz sugeriu a leitura de “Austerlitz”, do escritor alemão W. G. Sebald. O brasileiro leu também “Paris — A Festa Continuou”, do jornalista Alan Riding.
“O Irmão Alemão” chega às livrarias com uma edição de 70 mil exemplares. No domingo, 16, estive na Livraria Cultura, a do shopping Casa Park, em Brasília, e os funcionários me disseram que era um dos livros mais procurados da semana. Mas ainda não estava exposto.
Se publicado na Alemanha, o livro certamente se tornará best seller e possivelmente será adaptado para o cinema, lá, aqui ou, quem sabe, em Hollywood.

Em cartaz há quatro anos, peça teatral, em estilo stand-up comedy, discute questões do cotidiano
Estão na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), para análise e parecer, cinco medidas provisórias que tratam de modificações na carreira e subsídios de bombeiros e policiais militares do Tocantins. Entre os benefícios estão o acréscimo anual de 8% no subsídio, a partir de 1º de janeiro de 2016 até 2018, e a uniformização do escalonamento vertical, com destaque para o enquadramento da mulher policial. Uma das matérias dispõe sobre a data das promoções da PM, que foi transferida de 12 de outubro para 15 de novembro, data em que se comemora a Proclamação da República. Segundo o governo, a mudança se faz necessária para evitar conflitos com a legislação eleitoral, que proíbe a concessão de benefícios em anos eleitorais nesse período; assim, anualmente serão realizadas as promoções nos dias 21 de abril e 15 de novembro. Com as modificações, fica também instituída a promoção especial por tempo de serviço para praças da Polícia Militar. Assim, fica definido o período mínimo de 15 anos de efetiva atividade na corporação para que o soldado possa galgar promoção à graduação de cabo.

[caption id="attachment_21471" align="alignleft" width="300"] Jornalista Paulo Francis | Foto: Reprodução/Livro Polemista Profissional[/caption]
Maristela Basso
Paulo Francis morreu em fevereiro de 1997, em Nova York, de um enfarte fulminante causado, em boa parte, pelo desgosto e sentimento de injustiça que corroeu sua alma e seu coração, e nos privou do cara mais chato e irremediavelmente brilhante e encantador que o Brasil já teve. Francis estava sob a enorme pressão resultante de um processo judicial ardilosamente proposto contra ele nos Estados Unidos por suposta calúnia contra a Petrobrás.
Pouco antes, no programa de TV a cabo do qual participava, o “Manhattan Connection”, transmitido pela GNT, à época, Paulo Francis sugeriu a privatização da Petrobrás e chamou atenção para o fato de que seus diretores desviavam dinheiro para contas na Suíça, e era preciso investigar. Contudo, Francis não tinha provas. Jornalistas geralmente não as têm. Suas fontes são, em geral, secretas. Elas dizem o que sabem, vivem e veem, e por temerem por suas vidas preferem ficar no anonimato. Nesses casos estamos diante das chamadas “provas diabólicas”: excessivamente difíceis de serem produzidas. A credibilidade de Francis e a solidez do programa deveriam ser suficientes para dar sustentação à denúncia e justificar a investigação no Brasil. O que não ocorreu, e tivemos que esperar até muito recentemente para que os mandos e desmandos da Petrobrás começassem a ser investigados.
Após a denúncia de Paulo Francis, os sete diretores da Petrobrás, liderados pelo então presidente, Joel Rennó, decidiram cobrar reparação judicial pelo suposto dano moral resultante da calúnia que alegaram ter sofrido e, para tanto, buscaram o Poder Judiciário dos Estados Unidos, conhecido pela receptividade desse tipo de ação e por fixar indenizações milionárias. Os diretores da estatal fizeram o que em Direito se chama de “forum shopping”, isto é, recorrer ao judiciário de um país cuja legislação é mais favorável e as decisões dos tribunais mais palatáveis ao caso que se pretende ver julgado.
E assim foi. A Justiça americana mandou Paulo Francis indenizar os diretores em 100 milhões de dólares, mais custas e honorários. Muitos brasileiros ilustres, em vão, bateram na porta do presidente Joel Rennó para que desistisse de cobrar de Francis — que não tinha os meios necessários. Francis, em seu calvário melancólico pós-sentença, começou por transferir sua dor moral para uma simples bursite e desta migrou, definitivamente, para uma bomba no seu coração. Lá se foi a figura agridoce mais extraordinária de todos os tempos e um “gentleman” como não se viu mais.
E como seguir agora sabendo que era tudo verdade? E, o pior: a roubalheira era muito maior e que não tão poucos por tanto tempo roubaram tudo que podiam.
Paulo Francis merece ter sua memória recomposta. Sem lhe fazer justiça estamos fadados e nos igualar aos seus algozes. É o mínimo que podemos fazer por ele. Para tanto, é preciso que seus herdeiros e sucessores voltem ao Poder Judiciário americano com uma ação de recuperação da imagem e erro judicial — frente às provas de que dispomos agora. É preciso responsabilizar a Justiça americana da morte de Francis, haja vista que nenhuma sentença pode ser proferida sabendo-se que o condenado não teria os meios de pagar — e que seu cumprimento o levaria à ruína. É preciso que a Justiça americana reconheça que foi usada como “forum shopping” por litigantes de má-fé que deveriam ter ingressado com a ação na Justiça da cidade do Rio de Janeiro, sede da Rede Globo de Televisão, responsável pelo programa “Manhattan Connection”, e local onde os diretores da Petrobrás viram e sentiram os efeitos e prejuízos (se houve) do que foi dito por Francis. A Rede Globo também pode tomar essa iniciativa, afinal de contas o programa era e é dela.
Errou a Justiça americana. Deixou-se usar à época. Mas os tempos mudaram lá e cá. Não há que se preocupar com a prescrição. Esta não atinge a nova demanda nos EUA por justiça a Francis. Fatos novos apareceram e com eles um mar de provas. Sem falar que crimes contra os direitos humanos não prescrevem e aqueles do colarinho branco abrem um corredor direto para a prisão nos Estados Unidos.
Entretanto, até que isso aconteça, fica a sugestão de buscarmos consolo em uma discreta risada (mesmo sem ninguém ver) em homenagem a Paulo Francis, pois ele tinha razão.
Maristela Basso é professora de Direito Internacional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco). O artigo foi extraído do site www. http://justificando.com/
Daniel de Castro, do UOL, é um jornalista experiente, competente e sério. Deve ter boas fontes na Globo, pois consegue publicar reportagens (notas) exclusivas, muito raramente desmentidas. Porém, quando se trata dos jornalistas William Bonner, apresentador e editor-chefe do “Jornal Nacional”, e Patrícia Poeta, ex-apresentadora do “JN”, fica-se com a impressão de que não está traduzindo exatamente o que está acontecendo. Ou, então, está traduzindo à perfeição. O colunista relatou que Patrícia Poeta não está na grade de programação da TV Globo para 2015. Comenta-se, nos bastidores — Daniel de Castro estaria ecoando vozes internas da rede de televisão —, que nenhuma equipe estaria preparando o programa de variedade que a jornalista pretende apresentar no próximo ano. Porém, ao contrário do que disse o repórter, a Globo informou que está se preparando para produzir o programa que será apresentado por Patrícia Poeta. Talvez seja o caso de, ao menos provisoriamente, deixá-la em paz.
[caption id="attachment_21466" align="alignleft" width="222"] Diretor Orlando Loureiro[/caption]
Faça-se justiça. Demorou, os repórteres cometeram erros, mas o diretor Orlando Loureiro está conseguindo ajustar o telejornalismo da TV Anhanguera. As reportagens sobre lixo em Goiânia, mostrando que o problema não é apenas a prefeitura não recolhê-lo, mas também a falta de colaboração da população, são bem feitas.
Espera-se, apenas, que a “parceria” entre a emissora e a prefeitura seja jornalismo e não produto de acordo comercial. Ainda assim, as reportagens têm interesse público e indicam que, finalmente, Orlando Loureiro acertou a mão.
No início, talvez por considerar Goiás como uma província, a equipe de Orlando Loureiro tentou folclorizar o Estado e suas autoridades. Deu errado e, habilmente, o diretor de jornalismo mudou o foco.
Não tenho dados recentes sobre audiência, mas possivelmente, com os ajustes, deve ter subido.
O “Correio Braziliense” (domingo, 16) entrevistou Maria Elisa Costa, filha do arquiteto Lucio Costa, o “inventor de Brasília”. A arquiteta criticou duramente o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília. Se aprovado, o PPCub, a serviço da especulação imobiliária, vai descaracterizar a capital. Por isso, “o melhor seria” jogá-lo “na lata de lixo por decreto e começar de novo”. “O que importa é criar meios de controlar o uso e ocupação do solo no entorno da área tombada para não acabar o pobre ‘avião’ cercado por um paliteiro de prédios altos. O horizonte faz parte de Brasília”, afirma Maria Elisa Costa. A arquiteta acredita que o senador Rodrigo Rollemberg — ela é cunhada da mãe do governador eleito — “consertará” Brasília, ou melhor, terá condições de impedir que seja desarranjada.
A mostra “Kandinsky: tudo começa num ponto” está em cartaz no Centro Cultural Branco do Brasil (CCBB), em Brasília, até 12 de janeiro. A entrada é gratuita. São mais de 150 obras tanto do pintor russo quanto de alguns de seus contemporâneos. O “Correio Braziliense” publicou um suplemento especial sobre a mostra, com textos curtos, mas de qualidade, relatando que o notável artista plástico “saltou”, se se pode dizer assim, do impressionismo para o abstracionismo.
O “Pop” está publicando uma série de reportagens sobre a Operação Malavita, que investiga a aliança entre um grupo de policiais militares de Goiás com traficantes. Na edição de terça-feira, 18, o repórter Cleomar Almeida revelou, na matéria “Grupo queria dominar tráfico”, que policiais militares “disputavam o controle do tráfico na cidade de Anápolis”. Cleomar Almeida relata que um dos envolvidos é o capitão Fabiano de Borba Ferreira. Policiais de Goiás mantinham (ou mantêm) ligação com facção criminosa de Brasília.
O jornal “O Estado de S. Paulo” comete deslize ético e afirma que Marcelo Pires Perillo, ouvido pela Polícia Federal sobre acusação em Rondônia, é irmão do governador Marconi Perillo. Não é
Iúri Rincon Godinho
A história da música popular brasileira de raiz, com seus encantos e dificuldades. Assim poderia ser resumido “Inezita Barroso — Rainha da Música Caipira”, do jornalista Carlos Eduardo Oliveira, mas narrado em primeira pessoa por Inezita, com prefácio do cantor Daniel.
Uma das mais autênticas artistas da música brasileira, ela conta em detalhes os entraves para perseverar em uma área às vezes tão relegada pelo mainstream, como as canções de raiz — aquelas que dormem no limbo entre as breganejas das rádios e a MPB mainstream. Mais do que isso, a obra é uma peça de resistência de seu programa “Viola, Minha Viola” (TV Cultura), no ar desde os anos 80, sempre apostando em talentos regionais da autêntica música caipira.
Com uma vida dedicada à música, Inezita relata casos com Silvio Santos, o presidente Juscelino Kubitschek, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, Mazzaropi e Hebe Camargo, dentre outros: inclui até a incrível história de como a dupla Roberto e Erasmo, nos tempos da Jovem Guarda, ao mesmo tempo destruíram a carreira e salvaram Inezita, que sobreviveu dando aulas de violão.
A artista, que trabalhou também em vários filmes, faz uma dura crítica à indústria fonográfica, afirmando que a pirataria sempre existiu. Certa vez ela comprou 100 discos para dar de presente e, no acerto com a gravadora, constava apenas a venda de 21 unidades. Sem falar nas coletâneas vendidas fora do Brasil e das quais ela nunca recebeu.
Parece que a história mais interessante não chegou ao livro. Aquela que contaria como uma mulher libertária sobreviveu no mundo caipira machista e povoado de homens nos anos 50 e 60. Talvez o maior mérito da obra seja ter sido editado pela goiana Editora Kelps, em uma edição que, se não encanta, também não fará feio nas livrarias.
Iúri Rincon Godinho é publisher da Contato Comunicação, escritor e pesquisador da história de Goiás.