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Não convidem para a mesma picanha da Churrascaria Candeeiro os deputados José Nelto, do PMDB, e Santana Gomes, do PMN. Pode sair sangue de maneira excessiva. Mas anotem: não será da picanha.
O deputado Gustavo Sebba, do PSDB, assumiu a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. O tucano de Catalão vai levar os parlamentares — todos os que quiserem ir, inclusive os das oposições — para conhecer a estrutura do novo Hospital de Urgências de Goiânia, já conhecido como Hugo 2, antes de o governador Marconi Perillo inaugurá-lo. Gustavo Sebba começa a chamar a atenção dos colegas por ser bem informado e moderado. Até agora, o jovem médico e Adib Elias, arquirrival de Jardel Sebba, pai de Gustavo Sebba, não travaram nenhum grande debate.

PMDB/PT tem relação desgastada, mas o rompimento não é simples. Já a base aliada é, desde 1996, um “balaio de gatos”
A família do deputado Paulo Cezar Martins tem uma paixão: a política. Seu filho, Camilo Martins, é vereador em Gouvelândia. Foi o mais votado na eleição de 2012 e, em 2016, deverá ser candidato a prefeito. Ele é do PMDB. Uma filha de Paulo Cezar, Sumaia Martins, deve ser candidata a vereadora em Goiânia. Pelo PMDB. Paulo Cezar tem interesse em disputar a Prefeitura de Quirinópolis. Porém, alegando que é mais forte no município, o ex-deputado Gilmar Alves diz que chegou a sua vez. No encontros de família, eles falam de política no café da manhã, no almoço e no jantar. Não dão trégua.
Não convidem para a mesma picanha da Churrascaria Gramado os deputados Talles Barreto, do PTB, e Paulo Cezar Martins, do PMDB. Pode sair sangue, muito sangue, e não será da picanha.
O repórter Frederico Victor ligou para chefona da área de meio Ambiente da Secretaria das Cidades, Jaqueline Vieira, e perguntou: “A sra. pode apresentar-me o nome de um grande especialista em lixo?” Rapidamente, sem titubear, Jaqueline Vieira disse: “Pedro Wilson”. Não há a menor dúvida: Pedro Wilson é um político decente e entende de meio ambiente — afinal, é presidente a Agência Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Goiânia —, mas não é, em definitivo, um especialista. Inicialmente, o repórter pensou que Jaqueline Vieira estava brincando, até ironizando. Mas percebeu logo que estava falando de maneira séria.
O governador Marconi Perillo, em defesa de serviços públicos mais eficientes, tem exigido que seus auxiliares não fiquem dando ordens apenas dos gabinetes. Ele cobra que todos ponham a mão na massa e verifiquem, de perto, o que está sendo feito por suas equipes. É um adeus à burocracia. No Detran, por exemplo, acredita-se que os diretores são mais teóricos do que técnicos pragmáticos.

[caption id="attachment_30692" align="alignnone" width="620"] Lula, o sapo, e FHC, o príncipe: ambos expressões da mesma mágica | Foto: Ricardo Stuckert / PR[/caption]
Marcelo Brice
É conhecida a foto na qual aparecem FHC e Lula em 1978 entregando jornal em porta de fábrica no ABC paulista, lutando pela redemocratização, contra a política trabalhista da indústria automobilística, em específico, e contra as relações entre capital e trabalho no Brasil, no geral.
Há na historiografia da ciência política ótimos trabalhos sobre a relação político-ideológica da redemocratização e desses personagens. Não é à toa que eles estivessem tão próximos na retomada da democracia brasileira. Era o que tinha para o momento, fruto do contexto pré-golpe e do próprio golpe.
A exacerbação da luta política no regime militar fez com que as forças do período republicano no Brasil se digladiassem ao ponto de se destruir, enquanto protagonismo. A aliança, sempre oportunista, entre liberais e conservadores, a conciliação entre populismo e coronelismo — instigando novas formas de acomodação popular —, a ilusão modernizadora, advinda de um ideal ainda positivista e a formatação do Estado em suas técnicas necessárias ao desenvolvimento, maneira estratégica de pautar a integração da situação dependente brasileira, conseguiram forjar uma necessidade urgente de mudança.
Em alguns momentos da nossa história o rompante circunstancial da população foi adequado aos desejos profundos da trajetória política das elites. O tempo atual tinha tudo para ser desse tipo, se não fosse o fato da conjunção estar baseada em antipatia pessoal, em raiva eleitoral, em configuração pelo espaço de luta circunscrito do poder. É tudo verdade o que causa antipatia e chateação com os mandos e desmandos, mas não deve ser suficiente para a alteração da ordem. Querer não é poder. Não no mundo dos jogos políticos. O problema político-institucional sobre a saída ou não da Dilma é um falso problema!
Os destinos institucionais da aparelhagem política que toma conta do Estado brasileiro perderam várias chances de melhores rumos. Ficamos, com isso, relegados a ser farelo para as peças de xadrez do cenário atual. A aliança com os militares para as eleições indiretas é prova disso. Ansiosos pela sua vez, os bons democratas da época não quiseram perceber que a ditadura não se sustentava mais e acharam por bem um acordo (uma engenharia política, como disse Sarney em artigo recente) para tornar possível a eleição de um progressista, que era Tancredo àquela altura.
Nos anos 80, Lula e FHC representavam, como veio a se concretizar depois, o máximo de seus grupos e classes sociais. FHC, o príncipe, e Lula, o sapo, duas expressões da mesma mágica. Fizeram disso a arma da vaidade. Digladiaram, um venceu o outro, o outro venceu o um, agora os dois podem perder. É inegável que o PT e o PSDB têm uma aproximação ideológica, que em alguns vieses se distinguiram, o apelo social e o apelo econômico marcaram essa diferença, mas era sempre a aliança entre capital e trabalho. Também sabemos que, em termos institucionais, tecnocráticos, as duas estruturas são as mais sofisticadas, avançadas até (pode-se questionar), e preparadas para lidar com as demandas e ideias a respeito da atuação do Estado.
A história que se deve contar é a de dois partidos que esqueceram os trabalhadores, o social e a democracia, de um distanciamento feroz da sociedade civil, dos movimentos sociais, da inteligência humana, para entregar, tudo e a todos, ao que há de mais repugnante, desqualificado e monstruoso na esfera política nacional: o fisiologismo epidêmico e endógeno de estruturas partidárias como PMDB, PP, PTB e afins. Gostaram desse sentido de familiocracia. Não dialogaram, talvez tenham perdido o bonde (sendo pessimista) e as esperanças recaem onde sempre deveriam estar, em uma nova visão de mundo, que varra as oligarquias do mapa. Afirmar e radicalizar a democracia e as alternativas, e não o golpismo. Nem a tecnocracia, nem o mandonismo!
Marcelo Brice, sociólogo, é doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
O deputado José Nelto afirma que, embora não esteja conseguindo aumentar a arrecadação, a folha de pagamento do funcionalismo público terá um acréscimo de 10 milhões de reais. Em março.
De um peemedebista histórico: “Estamos levando o PT ‘com a barriga’ e não vamos aceitar nenhum petista como vice de Iris Rezende. A história de que Paulo Garcia vai melhorar é ‘conversa pra boi dormir’. Não vai, e nem o PT acredita na ladainha”.
O deputado federal Roberto Balestra (PP) defende Jayme Rincón para prefeito de Goiânia. “O presidente da Agetop é um gestor eficiente, rápido e competente para fazer obras e é leal ao governador Marconi Perillo. Ele sempre defende o governo.”

A cautela dos tucanos em relação aos protestos contrasta com o impulso da presidente ao referir-se ao próprio impedimento
Ruymar Ferreira, dono do salão New Star (o preferido de “11 entre dez políticos”) e barbeiro de Iris Rezende há anos, garante: “Ele vai ser candidato a prefeito de Goiânia”. O empresário acertou quando disse, em 2014, que ele seria candidato a governador. “Percebo que Iris Rezende está mais animado com a possibilidade de ser candidato a prefeito do que na campanha para governador, em 2014. E os aliados estão animadíssimos com sua candidatura”, afirma Ruymar.
O ex-presidente FHC ensaiou, em entrevistas no começo da semana, a construção de um rito de passagem para os tucanos se ajustarem aos protestos e pedidos de impeachment de Dilma. Era uma tentativa de encontrar um rumo para os companheiros que se reuniriam na quarta-feira para decidir a posição do partido diante das manifestações. “A rua, neste momento, não é dos partidos, é do povo”, recomendou que não se contaminasse partidariamente as manifestações populares. Seria uma maneira de assegurar legitimidade às mobilizações e afastar alguma especulação sobre o oportunismo dos partidos. Aí, o tucano caiu num impasse. “Também não se pode deixar que a sociedade avance sozinha”, recuou FHC. Ele não disse, mas se deduz que, se a oposição não participa, a evolução da massa nas ruas em confronto com o governo pode atrai-la, demandar a intervenção de partidos. Soltas, as massas são capazes também de atropelar as legendas. Então, o que fazer? Uma das opções tucanas é deixar que a presidente e o PT se desgastem sozinhos ao longo do aprofundamento das crises, mais o processo de manifestações que pretende ser contínuo, sem data para acabar. A adesão ao pedido de impeachment seria uma decisão radical não recomendável, pensou o ex-presidente: — Impeachment é como bomba atômica, é para dissuadir, não para usar. E se a dissuasão não causar efeito, se a presidente não renunciar, poderia se perguntar a FHC. “Tirar Dilma não adianta nada”, sugeriu nas entrevistas que, antes, os partidos precisam ter um projeto comum sobre o que fazer para oferecer consequência ao eventual vácuo presidencial. Seria a discussão de uma pauta sobre “como melhorar a situação política, econômica e social”. A agenda só “não pode ser um conchavo” entre partidos, aconselhou. Sumariamente, isolou o PT de Lula quanto ao acordo entre partidos para desatar o nó entre o povo e o governo: — Ele quer é acusar. Ele é o bom, nós somos os maus. Então, não há como dialogar com quem não quer dialogar.
“O nosso objeto de desejo”, afirma um peemedebista histórico, “é mesmo ter Sandro Mabel como vice de Iris Rezende. Ele representa dinheiro na campanha e mais capacidade de mobilização”. Agora, se Sandro Mabel optar por curtir sua aposentadoria precoce, como cidadão do mundo — consta que conhece mais Paris do que a periferia de Goiânia —, o PMDB deve lançar Agenor Mariano como vice de Iris Rezende.