Bastidores

O ex-governador de Goiás Alcides Rodrigues (PSB) estaria tentando se aproximar do governador Marconi Perillo. Sua tese-pergunta: se até Vanderlan Cardoso aproximou-se do tucano-chefe, por que não pode fazer o mesmo? Mas o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende quer filiá-lo ao PMDB e o senador Ronaldo Caiado o quer no DEM.

Pergunta para um marqueteiro e para um pesquisador: “Quem, do ponto de vista do eleitor, está no páreo para prefeito de Goiânia?” Os dois concordam que apenas três nomes são cogitados nas conversas dos eleitores: Iris Rezende — até por inércia (é o eterno candidato) —, Waldir Delegado Soares e Luiz Bittencourt. Os nomes dos três são mais citados na imprensa e estão na boca dos eleitores. Os especialistas ouvidos dizem que a maioria não sabe quais são os nomes do PSDB e do PT.
Uma curiosidade, apontada pelos marqueteiros, é que os eleitores de Goiânia ainda não têm certeza de que Vanderlan Cardoso, do PSB, será candidato a prefeito da capital. Os que sabem que pretende disputar mandato em 2016 sugerem que será candidato a prefeito de Senador Canedo.
Jayme Rincón e Giuseppe Vecci não são muito conhecidos dos eleitores e, portanto, têm uma vantagem: a rejeição de ambos é baixíssima.
A novidade de uma pesquisa que está circulando nos bastidores é — além de mostrar Waldir Delegado Soares colado em Iris Rezende — o fato de que o deputado federal Sandes Júnior, do PP, está cada vez mais próximo de Vanderlan Cardoso. Na verdade, estão tecnicamente empatados.

Há quem diga em Brasília que a indicação do deputado federal Pedro Chaves para a presidência da comissão provisória do PMDB de Goiás é uma vingança pessoal de Michel Temer contra Iris Rezende. O vice-presidente da República não engoliu até hoje o chega-pra-lá que o velho cacique deu no empresário Júnior Friboi e o impediu de disputar o governo de Goiás em 2014. Como se sabe, o vice de Dilma Rousseff foi quem fez o convite para ex-sócio da JBS se filiar ao partido. Temer também não engoliu a expulsão de Friboi do PMDB. O expurgo, patrocinado diretamente por Iris Rezende — para mostrar poder —, teria desagradado profundamente o poderoso chefão do PMDB.

[caption id="attachment_52885" align="aligncenter" width="620"] Foto: Marco Monteiro[/caption]
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso costuma dizer que o governador de Goiás, Marconi Perillo, é a unanimidade inteligente da política brasileira. Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra, ambos do PSDB, trocam farpas, nos bastidores e por intermédio de notas nos jornais e revistas, o tucano-chefe do Cerrado agrega e chama a atenção do país para os fatos positivos de seu governo e de seu Estado.
Nas suas viagens por vários Estados, Marconi Perillo é recebido com tapete vermelho por governadores, senadores, deputados e empresários. O motivo é o mesmo: todos querem saber, como no meio de uma crise econômica nacional, está conseguindo investir e manter o ritmo do crescimento em Goiás. O tucano-chefe explica que fez (e faz) um ajuste rigoroso nas contas do Estado, mas não se contentou com cortes. Por meio do Inova Goiás e do Goiás Competitivo, vai ampliar os investimentos em setores vitais e criativos da economia.
Ao receber o título de cidadão carioca, na semana passada, mais uma vez o governador foi acossado por várias perguntas. A maioria dos interlocutores quer saber qual é o segredo de seu sucesso político e administrativo. Muitos perguntam sobre os resultados das organizações sociais no setor saúde e há os que têm informações sobre o novo hospital de urgências, que está se tornando uma referência nacional, e, sobretudo, sobre o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), que se tornou o modelo sugerido pelo Ministério da Saúde para os demais Estados.
A maior curiosidade recente é sobre a implantação de organizações sociais na Educação. Apesar da torcida contra, inclusive de gente do governo — que passa o tempo inteiro falando mal e, sempre que pode, põe uma casca de banana na pista —, Marconi Perillo está mesmo decidido a melhorar a educação pública em Goiás. O que ele quer é que as escolas públicas tenham um nível de excelência em termos de ensino, comparado ao das escolas particulares. Hoje, apesar do corporativismo, que insinua que tudo vai “bem” — exceto os salários —, a escola pública afugenta os melhores alunos das classes médias. Nas escolas militares (públicas), nas quais o ensino é de qualidade e há mais disciplina, a presença das classes médias é maior.
Depois de perguntar sobre suas ações no governo, políticos, empresários e jornalistas de todo o país querem saber qual é o projeto político de Marconi Perillo para 2018. Vários querem saber se vai disputar a Presidência da República ou se pretende ser vice de Aécio Neves, em caso de chapa pura do PSDB. O tucano-chefe não desconversa, admite que tem projeto nacional, mas ainda não tem um projeto político definido. Se depender do rei do aço, Jorge Gerdau, será candidato a presidente. Porém, como uma candidatura a presidente exige uma articulação nacional mais profunda, Marconi Perillo por enquanto está se colocando, apresentando ao país o que tem feito em seu Estado. O país está curioso em relação à principal estrela política do Centro-Oeste.

Apesar da pressão das entidades corporativas e de alguns jornalistas e veículos de comunicação, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), não vai recuar em sua cruzada em favor das OSs na Saúde e na Educação e de mudanças na relação servidor-Estado.
O tucano-chefe entende que corporações — promovidas por alguns jornalistas — têm feito um debate raso e meramente ideológico, sem levar em conta os interessas da população.
Marconi Perillo avalia que a adoção do modelo de gestão por organizações sociais em nada compromete os direitos dos servidores.
O tucano-chefe sublinha que os funcionários gerenciados pelas OSs das unidades de Saúde expressam sua satisfação com o novo modelo, que incentiva e valoriza ainda mais a produtividade e o resultado em benefício do cidadão.
Marconi Perillo frisa que as opiniões em contrário devem ser observadas com atenção porque escondem interesses corporativos, a defesa de privilégios e estão apartadas, na maioria das vezes, dos princípios da eficiência, da transparência e da boa prestação dos serviços públicos.
O tucano avalia que sua posição sobre a estabilidade do emprego público está sendo distorcida e apresentada de forma enviesada — tão-somente para insuflar os servidores contra seu governo.
Marconi Perillo afirma que é preciso enfrentar os gargalos que engessam a administração pública, comprometem a devida execução dos serviços públicos e estão, portanto, na contramão do anseio da sociedade, que espera um Estado resolutivo, a favor do cidadão e promotor de serviços públicos de qualidade.
É neste contexto que o gestor tucano defende a revisão da estabilidade do emprego público, não para extinguir direitos, mas para criar as condições para que se exija o cumprimento das metas estabelecidas não pelos governos, e sim pela sociedade.
O governador goiano esclarece que é preciso obedecer o critério de concurso para seleção e respeitar as carreiras de Estado.
O governador chega a desafiar os sindicalistas e jornalistas que criticam suas posições e as corporações para indicarem um caso de perseguição ou favorecimento político nas OSs da Saúde.
Para o governador, quem critica suas posições o faz por desconhecimento do que defende ou simplesmente por má-fé.

O PSDB está mais afunilado do que nunca: seu candidato a prefeito de Goiânia será o deputado federal Giuseppe Vecci, agora na pole position, ou o presidente da Agetop, Jayme Rincón. Este, se quiser, será o candidato, pois tem o apoio do governador Marconi Perillo e do próprio Vecci.

[caption id="attachment_37045" align="aligncenter" width="620"] Vinicius Luz | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
Inquirido por aliado se teme enfrentar Victor Priori ou Vinicius Luz, do PSDB de Jataí, na disputa pela Prefeitura de Jataí, o ex-deputado federal Leandro Vilela teria dito que não teme nenhum e que postulantes políticos não escolhem seus adversários.
Mas teria admitido que, embora Victor Priori tenha muito dinheiro — é o empresário mais rico do município —, enfrentar Vinicius Luz pode ser mais complicado. Porque o vereador tucano representa o novo, o inusitado. Além disso, embora não tenha grana, adota um comportamento mais agressivo e crítico.
O deputado federal Daniel Vilela esteve na redação do Jornal Opção e disse que Leandro Vilela deve ser eleito, e até com facilidade. “Leandro é um candidato do primeiro time e conta com o apoio de um excelente prefeito, Humberto Machado”, sublinhou o peemedebista.

Em Anápolis, cresce no PSDB o nome de Fernando Cunha Neto para prefeito, principalmente pela falta de ação de Alexandre Baldy. “Parece que o deputado federal vive no polo norte. Ele é glacial demais, distante”, afirma um tucano. Fernando Cunha, pelo contrário, é articulado e presente. Em Anápolis todos o conhecem — até as crianças. “Já Alexandre Baldy não é conhecido direito nem pelos funcionários da Neoquímica-Hypermarcas”, admite um tucano.

“Se for deixado a pé num bairro distante e receber a recomendação de ‘agora, volte para a prefeitura’, Alexandre Baldy não conseguirá fazê-lo. Para andar em Anápolis, Baldy precisa de GPS ou do Waze”, afirma um petista.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, vai mesmo fazer uma reforma no secretariado no fim do ano. O tucano-chefe quer mais dinamismo e menos enrolação na operação da gestão. Ele foca em resultados — não em discursos pomposos e bacharelescos. As secretarias da Saúde e da Educação podem ter seus titulares trocados ou remanejados. O secretário da Saúde, Leonardo Vilela, é cotado para o Tribunal de Contas dos Municípios. Raquel Teixeira, conhecida como a Iris Araújo do tucanato, pode ficar com o controle apenas da Cultura e do Esporte. Acredita-se que um especialista em gestão terá condições de implantar as organizações sociais na Educação com mais facilidade e proveito. Teixeira fala muito — parece vivamente convencida de que palavras são atos e vive se dizendo, à Jânio Quadros, perseguida por forças ocultas —, mas apresenta poucos resultados.

A secretária da Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, está passando a bomba dos imbróglios do Fundo de Cultura para o colo do superintendente de Cultura, Nasr Chaul, e do Conselho de Cultura. Mas as redes sociais são implacáveis e devolvem a bomba para o colo da “secreta” — que está mais “prestigiada” do que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A aliados, Raquel Teixeira tem garantido que nem que a vaca tussa em aramaico vai deixar a Secretaria da Educação, Cultura e Esporte. A paranoia na equipe da “secreta” é tão forte que, se algum tossir numa reunião, uma assessora de imprensa logo pergunta: “Está passando e-mail para algum jornal?”

Ao estilo de Jânio Quadros, a secretária estaria preocupada com as forças ocultas

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, do PSB, está sendo nominado por ricos, classes médias e pobres de Ruimdrigo Ruimllemberg. O líder do PSB tem de parar de culpar o ex-governador Agnelo Queiroz, o Agnulo, pois já está há 11 meses no poder.

Apesar da batida de martelo em favor do deputado Pedro Chaves, indicado por Michel Temer, o poderoso chefão, para presidir a comissão provisória do PMDB, o clima no partido continua tenso. O problema é que Iris Rezende conspira quase 24 horas por dia contra qualquer um que não lhe obedeça.