Bastidores

PMDB, DEM, PTB, PSC, PROS e PTC apresentam os nomes de Eli Rosa, Pedro Canedo, Roberto Naves, Valeriano Abreu e Odilon Oliveira

“Trata-se de uma luta histórica dos goianos”, afirma o deputado federal Daniel Vilela

[caption id="attachment_54356" align="aligncenter" width="500"] Governador e o "presidente" Michel Temer[/caption]
Interlocutores do governo do Estado revelaram ao Jornal Opção, neste sábado (7/5), que a privatização da Celg-D deve sair tão logo a presidente Dilma Rousseff (PT) seja afastada.
Travado por ação do ex-presidente Lula (PT) -- que tenta prejudicar, de todas as formas, o governo de Marconi Perillo (PSDB) -- o processo de desestatização está quase pronto, falta apenas a publicação do leilão -- que deveria ter sido feita no começo do ano.
Com a saída do PT de cargos decisórios do Ministério das Minas e Energia e da própria Eletrobrás, a situação da Celg-D tende a ser resolvida com rapidez. Marconi já acertou com o possível futuro presidente, Michel Temer (PMDB), e a privatização da estatal goiana será concluída em breve.
A expectativa do governo de Goiás é que o processo ocorra nos 180 dias de afastamento temporário de Dilma. É o compromisso de Temer.

[caption id="attachment_65410" align="alignright" width="360"] Humberto Machado não tem simpatia por Victor Priori, mas, se o seu candidato não emplacar, pode acabar tendo de apoiá-lo[/caption]
O prefeito de Jataí, Humberto Machado, do PMDB, por ser competente e focado, é capaz de fazer muito com pouco. Porém, em termos estritamente políticos, é “turrão” — a palavra é usada por um aliado para defini-lo — e avalia, errado, que pode eleger, se quiser, até uma pedra. Uma vez tentou fazer isto, e deu-se mal: seu candidato perdeu para Fernando da Folha. Agora, pode se repetir o mesmo.
Enquanto o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela — líder político influente no Sudoeste goiano —, articula o empresário Victor Priori, do DEM, para prefeito, Humberto Machado prefere indicar Geneilton Assis. Trata-se de um homem de bem, humilde, mas politicamente inexpressivo e, portanto, terá de ser “carregado” pelo prefeito.
Se é “turrão”, Humberto Machado não é, porém, bobo. Pelo contrário, é inteligente e esperto. Portanto, há quem acredite que, se Geneilton Assis não deslanchar, acabe por aceitar o nome sugerido por Maguito Vilela. “Sou do PMDB, respeito e admiro Humberto e posso até marchar com seu candidato, porém é mais racional compor com Victor Priori, dados o apoio de Maguito Vilela e a estrutura de campanha que pode articular. O que nós queremos é que Humberto indique o vice do candidato do DEM. Pode ser o próprio Geneilton”, afirma um peemedebista, que, por enquanto, evita declinar o nome.
O peemedebista, que se apresenta como maguitistas-humbertista, afirma que, no momento, Victor Priori é o favorito, com Vinicius Luz, do PSDB, seguindo em segundo, e com Geneilton na lanterninha. “É óbvio que, dados o prestígio de Humberto e sua capacidade de trabalho, Geneilton se tornará, em breve, o segundo colocado, mas dificilmente terá condições de superar Victor Priori. A gente torce para que Humberto deixe o orgulho de lado e componha com o candidato de Maguito.”

[caption id="attachment_46146" align="aligncenter" width="620"] Alexandre Baldy: o quadro político muda muito rápido e os ventos da renovação podem surpreender os políticos mais tradicionais do país[/caption]
O deputado federal Alexandre Baldy diz que o Brasil está passando por uma fase de mudanças rápidas. “Quem piscar perde o timing”, frisa. “Há pessoas que cristalizam ideias velhas, aferram-se a elas e, por isso, não percebem que o tempo atual é muito diferente. Há quem acredite que Iris Rezende será eleito prefeito de Goiânia. Aposto, pelo contrário, que tem muita chance de perder. O líder peemedebista pode ser vítima da renovação e de um tempo que corrói rapidamente as certezas absolutas. Há pouco tempo, pensava-se que o prefeito da capital, Paulo Garcia, não teria condições de articular uma candidatura forte. Pois ele está articulando, movimentando-se, conquistando o apoio de alguns partidos, como o PROS e o PSL. Chegou a conversar com nós, do PTN. Fomos convidados a ocupar cargos na prefeitura. Os líderes do partido que dirijo estão conversando com todos os pré-candidatos e, por isso, não definimos quem vamos apoiar.”
Como saiu do PSDB, pavimentando uma certa independência em relação ao grupo do governador Marconi Perillo, há quem aposte que Baldy pode ser candidato a prefeito de Anápolis. Apesar das perguntas incisivas do repórter do Jornal Opção, o deputado do PTN escapou de maneira enigmática e dubitativa: “Não tem nada certo sobre candidatura em Anápolis. O cenário político está ‘maluco’”. Em seguida, frisou: “2016 é uma oportunidade. Quando a tocha olímpica passou por Anápolis, o prefeito João Gomes foi vaiado. Há, portanto, uma rejeição do prefeito e uma antipatia ao PT. Vale a pena ser prefeito de Anápolis? É claro que vale. Mas também vale ficar em Brasília, participando de um processo histórico de renovação da política brasileira”.
Consta que Baldy tentou ser ministro, mas perdeu a vaga para a deputada federal Renata Abreu, vice-presidente do PTN nacional. O ex-tucano admite que chegou a ser sondado para ministro do Esporte, mas a indicação deve ser do PMDB do Rio de Janeiro. “Não quero ser ministro, ao menos no momento. Sou novo na política nacional e seria ‘atacado’. Preciso ter sabedoria e observar a circunstância. O que posso atestar é que abri mão e articulo para o nosso bloco político (PTN, PHS, PTdoB, PEN, PSL, PROS) que, com 36 deputados federais, vai indicar um ministro. É fato, porém, que articulo, participo de encontros no Palácio do Jaburu, ao lado do vice-presidente Michel Temer. Quero contribuir para a recuperação do país e, por isso, não ficarei fora do processo”.
Duas pessoas aproximaram Baldy de Michel Temer: o ex-deputado Sandro Mabel e um primo que trabalha com o vice há quase 20 anos. “Mabel é um articulador de primeira linha e é ouvido por Temer.”

[caption id="attachment_46053" align="aligncenter" width="620"] Delegado Waldir durante sabatina | Foto: Renan Accioly / Jornal Opção[/caption]
O deputado federal Waldir Delegado Soares, do PR, não está acostumado com críticas contundentes, porque é um político novato, sem experiência com embates de ideias. Mas, durante a campanha, a maioria dos candidatos vai criticá-lo com extremo rigor, até para tirá-lo do sério. Até processos judiciais, se existirem, serão arrolados sem contemplação.
Os candidatos oposicionistas avaliam que, para o segundo turno, vão Iris Rezende, do PMDB, e mais um. Hoje, sem campanha, Waldir Delegado Soares seria o oponente do peemedebista. Mas o quadro pode mudar, avaliam os demais postulantes, que sugerem que o candidato do PR é “mais desidratável” (pode ser, mas também pode não ser — considerando que está praticamente empatado com Iris Rezende. O delegado não é um político a ser subestimado).
Os candidatos do PSB, Vanderlan Cardoso, do PTB, Luiz Bittencourt, do PSDB, Giuseppe Vecci, do PSD, Francisco Júnior, do PT, Adriana Accorsi, e da Rede, Djalma Araújo, se quiserem ir para o segundo turno, terão de escolher seus alvos — pode ser Iris Rezende e pode ser Waldir Delegado Soares — e, em seguida, criticá-los dura e inteligentemente.
Porém, se “baterem” de maneira excessiva e intempestiva, podem transformar o delegado em vítima. Entretanto, se conseguirem desarticulá-lo, forçando-o a perder as estribeiras, certamente ganharão pontos. Se conseguirem provar — e o deputado certamente vai se preparar de maneira mais adequada nos próximos meses — que não se trata de um candidato consistente, com ideias de fato relevantes para governar Goiânia, podem obter dividendos eleitorais.

[caption id="attachment_64800" align="aligncenter" width="620"] Jovair Arantes: o deputado federal, cotado para dirigir o Legislativo, não quis ser ministro do Trabalho[/caption]
O deputado Jovair Arantes, do PTB, disse ao Jornal Opção na sexta-feira, 6, que Eduardo Cunha teve o mandato suspenso e, portanto, foi afastado da presidência da Câmara dos Deputados pelo Supremo Tribunal Federal. “O peemedebista não foi cassado, só o Legislativo pode afastá-lo em definitivo. Ele já recorreu. Agora, caso seja cassado ou renuncie ao mandato, a Câmara deverá convocar eleições, em cinco sessões, para eleger um presidente para um mandato-tampão.”
Jovair Arantes afirma que não tem interesse na disputa do mandato-tampão, porque não há reeleição. “Postulo a sucessão de Eduardo Cunha no final do ano. Fui convidado para ser ministro do Trabalho, mas optei pela disputa da presidência da Câmara dos Deputados, daqui a sete meses e alguns dias. O PTB tem cinco ministeriáveis entre os deputados federais: Alex Canziani (Paraná), Luiz Carlos Busato (Rio Grande do Sul), Ronaldo Nogueira (Rio Grande do Sul), Benito Gama (Bahia) e Wilson Filho (Paraíba). A tendência é que o partido, por sua tradição, indique o ministro do Trabalho.”
A crise nacional, na opinião de Jovair Arantes, “paralisou” a política nos Estados. “A disputa para prefeito e vereador só começa mesmo em agosto, depois das férias.”

O ex-deputado Frederico Jayme, chefe de gabinete do governador Marconi Perillo, é um político full time. Acompanhando com lupa as articulações políticas em todo o Estado, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) diz que os pré-candidatos da base aliada são fortes. “Nós vamos eleger a maioria dos prefeitos goianos.”
Frederico Jayme frisa que o PSDB, “para citar apenas duas grandes cidades, tem chance de eleger os prefeitos de Anápolis e Aparecida de Goiânia. Carlos Antônio está muito forte, com aliança encorpada, e pode ser eleito no primeiro turno. Não estou subestimando o prefeito João Gomes, que tem sua força eleitoral, mas carrega o desgaste do PT. Em Aparecida, Alcides Ribeiro está em ascensão. Se fechar uma aliança com o coronel Silvio Benedito, pode ser eleito”.

[caption id="attachment_23779" align="aligncenter" width="620"] Agenor Mariano: “Waldir será desidratado, o que beneficiará Iris”| Foto: Jornal Opção/Arquivo[/caption]
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), diz que só tem duas certezas em termos políticos: “Primeira, Iris Rezende será candidato a prefeito de Goiânia. Segunda, será eleito”.
Principal defensor de Iris — os dois andam juntos com frequência, sobretudo nos cultos evangélicos —, Agenor afirma que as pesquisas qualitativas “não conseguem registrar o imenso capital eleitoral do peemedebista. Pode parecer cabotinismo, mas não ficarei surpreso se, dada a fragilidade dos adversários, o nosso candidato for eleito já no 1º turno”.
O repórter contrapõe: “O deputado federal Waldir Delegado Soares está colado em Iris”. Agenor pondera: “Os demais candidatos consideram que o único que está com o passaporte carimbado para o 2º turno é Iris. Portanto, durante a campanha vão concentrar suas críticas em Waldir, o que deve desidratá-lo consideravelmente. Mas há um problema: os votos de Waldir tendem a ‘migrar’ para Iris, e não para seus adversários”.

[caption id="attachment_54242" align="aligncenter" width="620"] Lissauer Vieira, deputado estadual, e Paulo do Vale, médico[/caption]
Pré-candidato a prefeito de Rio Verde pelo PSB, Lissauer Vieira diz que está “entusiasmado”. “Colocamos nosso nome bem depois dos demais pré-candidatos, e, em pouco tempo, conseguimos consolidar um projeto alternativo e moderno. Estou me apresentando à sociedade e a receptividade é impressionante. Sou apoiado pelo prefeito Juraci Martins, um líder inconteste, e percebo que as pessoas o avaliam positivamente, apesar de cobrarem avanços, o que é normal.”
Lissauer frisa que as pesquisas qualitativas começam a mostrar sua ascensão e, deste modo, “o descenso de Heuler Cruvinel, o postulante do PSD. O que já dá para perceber é que, apesar do forte investimento financeiro do postulante pessedista, começo a polarizar com o pré-candidato do PMDB, Paulo do Vale. Nos próximos dias, vamos definir o nosso vice — que tanto pode ser Valéria Santa Cruz, do PDT, quanto Padre Ferreira, do PR. São nomes qualitativos. Qualquer um que for escolhido por nossa base político-eleitoral agrega valor”.

[caption id="attachment_65399" align="aligncenter" width="620"] Jovair Arantes e Sandro Mabel[/caption]
Goiás teria e tem chance de ter três ministros: Henrique Meirelles (da cota pessoal do “presidente” Michel Temer, portanto sem ter a ver com o Estado), Jovair Arantes (Trabalho) e Sandro Mabel (Casa Civil). Mas o deputado petebista prefere disputar a presidência da Câmara no fim do ano.
Mabel, embora tenha se tornado praticamente um “inquilino” do Palácio do Jaburu, tal a sua proximidade com Michel Temer, não pleiteia nenhum cargo. Por quê? Porque, às vezes, é mais produtivo ser amigo do que funcionário do rei. Porém, e se houver um convite formal? É possível que aceite. É preciso notar que o “presidente” está montando um governo com parlamentares ou com políticos que foram parlamentares.

O deputado federal Alexandre Baldy, presidente do PTN em Goiás, afirma que Jovair Arantes, líder do PTB, pode ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados. “No quadro de hoje, Jovair é o político mais consistente para presidir o Legislativo. Como sabe liderar e agregar, é querido e simpático, supera com folga Rogério Rosso, do PSD.” Ele conta “amplo apoio”. O PTB pode, se quiser, indicar um ministro para o governo de Michel Temer. “Mas é provável que opte por assumir o comando da Câmara dos Deputados”, afirma Baldy.

Vários amigos do governador de Goiás, Marconi Perillo, devem integrar o ministério de Michel Temer: Raul Cutait (Saúde), Bruno Araújo (Cidades), Marcos Pereira (Ciência e Tecnologia), José Serra (Relações Exteriores) e Henrique Meirelles (Economia), Tasso Jereissati (Desenvolvimento) e Alexandre Morais (Justiça).

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do “governo” de Michel Temer, é goiano de Anápolis (liberal ortodoxo, é primo do comunista Aldo Arantes). Mas não é uma indicação de políticos de Goiás. É uma escolha pessoal de Michel Temer a partir de consulta ao mercado, notadamente o de São Paulo. É visto como um técnico de credibilidade tanto no Brasil quanto no exterior. O engenheiro (bancos têm recrutado mais engenheiros do que economistas) que presidiu o BankBoston, nos Estados Unidos, e o Banco Central do Brasil é apontado como capaz tanto de estabilizar a economia, enxugando o Estado, quanto de contribuir para sua expansão. É o homem de ouro do político peemedebista.

O jornalista Paulo Fona foi convocado para a Secretaria de Comunicação do perdidaço governo de Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal. Seu objetivo é tentar melhorar a imagem do governo do líder do PSB, que é muito ruim. O jornalista foi secretário de Comunicação e porta-voz do governo de Joaquim Roriz. Seria uma indicação “técnica” do jornalista Hélio Doyle