Bastidores
No Palácio do Planalto, ainda que nos bastidores, tem-se como certo que o governador Marconi Perillo será reeleito.
O PT nacional avalia, nos bastidores, que não dá para ganhar em Goiás e São Paulo. Mas vai jogar pesado em Minas Gerais.
O PMDB goiano não está pedindo voto para Dilma Rousseff. Pouco se vê menção à petista no material de campanha do partido.
Iris Rezende faz questão de ressaltar, sempre que pode, que não tem qualquer apreço político e pessoal pela presidente Dilma Rousseff.
Ronaldo Caiado, o candidato ao Senado na chapa de Iris Rezende, e o vice, Armando Vergílio (SD), apoiam o tucano Aécio Neves.
Anote: o petista Antônio Gomide vai criticar, com mais firmeza, Iris Rezende.
A tese do PT tem sentido. Avalia-se que Iris Rezende (PMDB) vai ficar patinando em segundo lugar, como ocorreu noutras eleições, mas não tem condições de derrotar o governador Marconi Perillo (PSDB).
Porém, como é mais conhecido e conta uma estrutura partidária e financeira razoável, acaba travando os candidatos que são mais renovadores, como Gomide e Vanderlan Cardoso.
A saída? Começar a acossá-lo.
O prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT), assumiu, de vez, a campanha do governador Marconi Perillo. Ele chegou a ensaiar apoio a Antônio Gomide. Pressionado pela cúpula do partido, aderiu ao tucano. E gostou.
Dioji Ikeda enaltece parcerias com o governo estadual para obras de pavimentação. E lembra que vai receber recursos federais também para asfalto.
O prefeito de Inhumas apoia Sandes Júnior e Flávia Morais para deputado federal.
O governador Marconi Perillo e o petista Antônio Gomide vão ser sabatinados por empresários na Federação da Indústria e Comércio do Estado de Goiás (Fieg) na terça-feira, 19.
O aumento do IPTU de Goiânia será votado no auge da campanha. Nada bom para Antônio Gomide, que tem apoio do prefeito Paulo Garcia (PT), e Iris Rezende, que tem a simpatia do petista goianiense.
O horário eleitoral começa na terça-feira, 19. Marconi Perillo vai explorar as pesquisas, que lhe são francamente favoráveis.
O primeiro programa do tucano está pronto. Prioriza a apresentação de sua família e as obras do governo estadual em Goiânia. Um antídoto contra a rejeição, que já está caindo.
Os programas de Marconi vão ser eminentemente propositivos.
Se Marina Silva substituir Eduardo Campos, o cientista político Pedro Célio não acredita que vai repetir os 20 milhões de votos que teve na campanha passada.
Pedro Célio acha que será complicado para a ex-senadora administrar os conflitos em sua coligação.
O ex-governador Alcides Rodrigues, do PSB (de socialismo o político “só” tem os latifúndios de Santa Helena e do Pará), e o ex-deputado Sérgio Caiado, do PP, decidiram apoiar a reeleição do deputado estadual Francisco Gedda, do PTN. Candidato consistente, Gedda é amigo histórico de Alcides e de Sérgio. Em Santa Helena, o nome de Gedda começa a ser divulgado como o “candidato de Alcides”. O grupo de Vanderlan Cardoso, candidato a governador de Goiás pelo PSB, avalia que se trata de “alta traição”, porque Gedda apoia, para governador, Iris Rezende. O fato sugere que o ex-prefeito de Senador Canedo está sendo cristianizado pelos aliados.
A história de Henrique Paixão é interessante. Ela é uma espécie de self made man intelectual. De família humilde, foi criado pelos avós, que viviam de uma micromercearia em Iporá. Terminou o ensino médio e insistiu em realizar o sonho de ser advogado. Como o curso de Direito mais próximo era em Anicuns, foi para lá, arrumou emprego, mas o salário só dava para aluguel na república, não sobrava para mensalidade. Foi salvo pela criação da Bolsa Universitária. Ao terminar o curso, passou em exames para professor em quatro faculdades, três delas em Goiânia, PUC, Alfa e Universo. Num início de semestre, o coordenador lhe avisou que estava escalado para uma turma especial. Alunos: Valéria e Marconi Perillo. Deu aulas para eles por três períodos e virou exemplo para os bolsistas. Agora, o professor entra no ramo do aluno: é candidato a deputado estadual. Com um assunto da moda: a segurança pública. A área de Paixão é o Direito Penal, faz doutorado em Ciências Criminais e acaba de lançar um livro sobre o tema, "Sociedade contra o crime". A obra é um debate entre um especialista, Paixão, e um leigo interessado em combater o crime, José Mário Schreiner, presidente licenciado do sistema Faeg/Senar e também candidato (a deputado federal). O livro está no www.henriquepaixao.com.br

[caption id="attachment_12515" align="alignnone" width="597"] Candidata Marina Silva durante visita a cidade de Curitiba. Curitiba/PR, Brasil - 30/06/2010. Foto: Geraldo Bubniak | Fotoarena[/caption]
Marina Silva será a candidata do PSB a presidente da República. “Será” nem é a palavra apropriada. O certo mesmo “é”.
Eduardo Campos, que morreu na quarta-feira, 13, não era o melhor nome do PSB, em termos eleitorais, porém, como controlava o partido, havia se tornado candidato a presidente da República. Em termos de conhecimento e popularidade, Marina Silva — que “está” mas não “é” do PSB — é muito superior a qualquer outro nome do partido. Portanto, deve ser anunciada como nova candidata.
Os bolsões de resistência, porque a maioria dos líderes do PSB não aceita as ideias da Rede Sustentabilidade, não vão impedir a candidatura de Marina Silva. O motivo é simples: não há outro nome com sua capilaridade política nacional para a eleição deste ano — que ocorrerá daqui a 53 dias. Não dá tempo de criar um novo Eduardo Campos ou uma nova Marina Silva. Se não for a ex-senadora, o partido não terá candidato a presidente.
É provável, até, que Marina Silva, definida candidata, apareça com intenção de voto um pouco acima da intenção de Eduardo Campos. É provável que se aproxime de Aécio Neves, o candidato do PSDB, mas não o supere, ao menos não agora. Se crescer um pouco, sem retirar eleitores do tucano de Minas Gerais, aí o segundo turno estará mais garantido.
No momento, existe a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) ser eleita no primeiro turno. Com a entrada de Marina Silva no jogo, e não mais como coadjuvante, cresce a possibilidade de segundo turno.
Ideologia de Marina
Eduardo Campos podia não ser mais forte eleitoralmente do que Marina Silva — até porque não era tão conhecido; mudou-se para São Paulo com o objetivo de se tornar um político nacional —, mas tinha uma virtude que a política oriunda do Acre não tem: era aberto a alianças não ortodoxas e, portanto, ouvia e dialogava mais. Com Marina Silva, o PSB fica mais “fechado”. A líder da Rede Sustentabilidade, um partido dentro do partido, parece acreditar que é possível governar um país com e para os “escolhidos”. A tendência é que, na campanha, o discurso fique mais radical, atraindo eleitores e aliados que estão descontentes com “tudo”, mas ao mesmo tempo é possível que perca aliados mais tradicionais.
Para Aécio Neves, a escolha de Marina Silva é positiva e negativa. É positiva porque tende a ter mais votos do que Eduardo Campos — o que aumenta a possibilidade de segundo turno. É negativa porque, no segundo turno, a ex-ministra pode optar pela neutralidade e, agindo assim, parte dos líderes e militantes do PSB pode acompanhar Dilma Rousseff, e não Aécio Neves. Há, por fim, a possibilidade de Marina Silva superar Aécio Neves, se se apresentar, e for percebida assim pelo eleitorado, como o verdadeiro e atraente “fato novo”. Marina Silva é uma política que não parece política — parece mais uma missionária religiosa que planeja salvar uma comunidade de “escolhidos” — e isto pode agradar a fatia, cada vez mais maior, de eleitores que não toleram políticos profissionais.
Tese diferente
O Jornalista Alexandre Braga defende outra tese: "Sem Eduardo Campos, que tinha votos no Nordeste, Dilma Rousseff deve ganhar no primeiro turno".
Lucas Vergílio, o mais jovem candidato a deputado federal destas eleições e o único do Solidariedade, vai inaugurar seu comitê de campanha, localizado na Rua 119, número 41, Setor Sul, esquina com a Rua 88, nesta sexta-feira (15), às 19h15. Estão confirmadas as presenças do candidato ao governo, Iris Rezende (PMDB), e ao Senado, Ronaldo Caiado, ambos da Coligação Amor por Goiás.
O jovem empresário de 27 anos, do ramo de seguros, é filho do candidato a vice de Iris, o deputado federal, Armando Vergílio (SD). Lucas tem como principais propostas a implantação de centros de ensino técnico profissionalizantes em colégios estaduais, redução de impostos, inclusão de médicos geriatras no Programa de Saúde Familiar (PSF), mais investimento na segurança pública e redução da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
Para o candidato a deputado federal Giuseppe Vecci é preciso criar portas de saída para os programas sociais como o Bolsa Família