Na última quinta-feira, 26, o Corpo de Bombeiros de Campo Verde, a cerca de 140 quilômetros de Cuiabá, resgatou um jupará, um mamífero raro e essencialmente arborícola, que havia se refugiado em uma árvore. Durante a operação de captura, o animal tentou fugir e pulou em direção à via pública, mas os bombeiros conseguiram resgatá-lo em segurança.

O jupará, que mede entre 40 e 76 cm, é caracterizado por sua cabeça e orelhas arredondadas, focinho curto e língua longa e estreita. Conhecido popularmente como “macaco-da-meia-noite” em algumas regiões da Amazônia, esse pequeno mamífero é noturno e ágil nas árvores. Após a captura, ele foi colocado em uma caixa de transporte e solto novamente em seu habitat natural.

O portal de notícias g1 consultou a bióloga Lorena Amorim, especialista em mamíferos, que destacou que os juparás podem ser encontrados em regiões de floresta tropical e áreas de vegetação densa, como Alta Floresta, Colniza e Paranaíta, além do Parque Nacional do Xingú e da Chapada dos Guimarães. Embora a Chapada seja uma área de transição entre o Cerrado e a Amazônia, existem locais de mata densa onde a espécie pode ser avistada, embora em menor número.

Lorena enfatizou a importância da conservação contínua dessas áreas para garantir a saúde das populações de Potos flavus (nome científico do jupará) no estado. Ela explicou que, embora juparás e macacos possam parecer semelhantes, eles pertencem a famílias diferentes: enquanto os macacos fazem parte da ordem dos primatas, o jupará é mais próximo de guaxinins e quatis, pertencendo à família Procyonidae.

Além de frutas, o jupará se alimenta de néctar, mel, insetos e pequenos vertebrados, como pássaros e roedores. A especialista informou que, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o jupará é categorizado como “pouco preocupante”, indicando que sua população global é relativamente estável e não enfrenta riscos iminentes de extinção. No entanto, Lorena alertou para as ameaças que a espécie enfrenta, como a caça irregular e a destruição do habitat.

Ela também ressaltou que o simpático jupará não oferece risco aos seres humanos, e a oportunidade de avistá-lo pessoalmente é rara.

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