Cerrado tem desmatamento recorde nos primeiros três meses de 2023
08 abril 2023 às 09h20
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O desmatamento no Cerrado no primeiro trimestre de 2023 foi o pior já registrado. Os índices de destruição foram os maiores desde o início da série histórica do sistema de alertas do Deter. O programa é utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, para monitoramento.
De acordo com os dados, a área desmatada no Cerrado no período foi de 1.357,38 quilômetros quadrados. Para efeito de comparação, isso equivale a mais de 1,3 mil campos de futebol. Apenas em março foram desmatados 357,68 quilômetros quadrados.
Na Amazônia, segundo o Inpe, o desmatamento foi o segundo maior registrado. Lá, um território com 844,7 quilômetros quadrados foi destruído. No mês passado, 356,14 quilômetros quadrados de florestas foram devastados.
Por estados
Os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso foram os que apresentaram os maiores índices de desmatamento na Amazônia no período. Amazonas com 127 km²; Pará com 83 km²; e Mato Grosso com 80 km² de áreas desmatadas.
Os dados foram obtidos a partir de imagens produzidas pelos satélites Aqua e Terra, da Nasa. A partir daí, o Deter monitora o desmatamento em tempo real, com dados diários. É importante ressaltar que esses dados são menos precisos do que o estudo anual do Inpe. Devido às divergências na forma em que os sistemas observam a cobertura de nuvens.
“Provavelmente a redução do desmatamento só ocorrerá quando houver uma reversão consistente da fragilização das instituições responsáveis pela fiscalização e quando o discurso do novo governo ganhar mais materialidade”, cita a ONG ambientalista WWF, em nota. O alerta mundial com as mudanças climáticas é que o desmatamento em larga escala é um problema grave. As consequências podem ser drásticas, como o aumento do aquecimento global e a perda de biodiversidade.