Juízes responsáveis pelas maiores recuperações judiciais do Brasil estão sendo investigados por relações com agentes privados e administrativos. As informações foram divulgadas hoje, 26, pelo Estadão.

O Ministério Público, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) estão conduzindo as investigações, que estão focadas em processos que envolvem mais de R$90 bilhões.

Em pelo menos três casos de Varas de Falência e Recuperação Judicial, o Coaf identificou operações suspeitas na condução das insolvências bilionárias. Esses juízes identificam administradores judiciais, síndicos e mediadores para garantir o pagamento das dívidas e a retomada da saúde financeira das empresas.

A investigação se concentra na relação entre os magistrados e esses agentes, onde foram identificados pontos suspeitos. Os inquéritos foram destinados a apurar ligações suspeitas de juízes com agentes privados.

A apuração do Estadão mostra que todas as investigações são na esfera penal e conduzidas pela Procuradoria-Geral de Justiça perante o Órgão Especial do TJ-RJ. Na esfera administrativa, apurações sobre Maria da Penha, Viana e Estefan na Corregedoria do TJ foram anuladas pelo CNJ em julgamento sigiloso.

Outro lado

Os juízes e administradores judiciais citados nas investigações afirmaram que agiram dentro da legalidade e nada foi comprovado contra eles. Três magistrados do Rio alegaram perseguição da Corregedoria do Tribunal de Justiça, enquanto dois magistrados não reconhecem ser alvo de investigação.