O procurador-Geral da República, Augusto Aras, pediu nesta sexta-feira, 13, que o Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por incitação aos atos antidemocráticos.

Nesta quinta-feira, 12, 80 integrantes do Ministério Público Federal (MPF) assinaram um pedido de uma reação da Procuradoria-Geral da República (PGR). O texto acusa que o ex-presidente dissemina fake news sobre as instituições do Poder Judiciário, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Embora sem foro privilegiado, podendo ser processado na Justiça comum, o pedido foi feito ao Supremo. Isso porque, lá há o inquérito que apura os casos de ataque aos Poderes da República, dentre os quais os atos considerados de ‘golpismos’ do domingo, 8. Assim, Bolsonaro pode ser incluído nas investigações. O motivo foi que o ex-chefe do Executivo compartilhou um vídeo contestando novamente as eleições brasileiras, na terça-feira, 10.  

O presidente Jair Bolsonaro dá posse ao novo procurador-geral da República, Augusto Aras, no Palácio do Planalto
O presidente Jair Bolsonaro dá posse ao novo procurador-geral da República, Augusto Aras, no Palácio do Planalto

Os integrantes do MPF solicitaram que Aras peça a recuperação do vídeo postado, uma vez que foi apagado. A publicação questionava o resultado das eleições 2 dias depois de bolsonaristas radicais invadirem e depredarem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Ocupando o mais alto cargo do país, em numerosas oportunidades ele [Bolsonaro] lançou, sem qualquer respaldo na realidade, dúvida sobre a higidez dos pleitos que, aliás, o elegeram ao longo de décadas. Suas falas, portanto, mostraram-se ocupar uma posição de destaque na câmara de eco desinformativo do país, e contribuíram para que a confiança de boa parte da população na integridade cívica brasileira fosse minada”, cita trecho do documento.

Pedido do Congresso

Pedido de investigação de Aras ocorreu no mesmo dia em que ele recebeu a visita do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que solicitou auxílio do órgão para processar 38 suspeitos de invadir a sede do Congresso Nacional, no dia do quebra-quebra.