Durante o período da seca, as queimadas são frequentes em todo o estado por conta da falta de umidade e vegetação seca. Com esse cenário somado, junto as práticas criminosas de quem inicia os incêndios, Goiás chegou a 9,5 mil ocorrências de queimadas em 2024. Uma situação que causa problemas desde a saúde até o abastecimento de energia elétrica.

Segundo dados da Equatorial Energia Goiás, houve 742 ocorrências de incêndios próximos da rede elétrica, um aumento de 300% em relação a 2023. Sendo que 614 casos foram apenas durante os últimos dois meses. “O aumento significativo nas queimadas, muitas vezes criminosas, causa impactos direto e indireto no fornecimento”, conta Roberto Vieira, superintendente técnico da empresa de distribuição de energia em Goiás.

O superintendente técnico também conta que as queimadas e o calor extremo tem sido um grande desafio para a Equatorial em Goiás. “Esses eventos não afetam apenas a infraestrutura de energia de Goiás, mas ainda exigem longos períodos para a recuperação com as equipes trabalhando intensamente até o fornecimento ser reestabelecido”, aponta.

Vieira exemplifica que cabos, cruzetas e isoladores podem ficar sujos com a fuligem e entrar em curto-circuito. Os equipamentos também podem ser danificados pelas chamas de uma queimada abaixo de uma rede elétrica. Ressaltando que o calor natural pode até reduzir o tempo de vida útil dos aparelhos porque eleva a temperatura de funcionamento.

Outro problema que a Equatorial enfrenta é o aumento do consumo de energia elétrica durante as ondas de extremo calor. Como as pessoas utilizam mais ar condicionado durante o período, elas gastam mais energia do que o normal. Por exemplo, em agosto, o consumo residencial médio do goiano subiu de 175 kWh para 185 kWh durante o mês.

Visando esse problema, a Equatorial apresentou o “Plano Verão 2024-2025” para acompanhar as demandas durante o período. Ao todo, a empresa terá mais de 1.480 equipes em todo o estado, além de dez subestações móveis para auxiliar nos problemas.

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