A área técnica do Tribunal de Contas da União acatou representação do deputado federal Elias Vaz (PSB), considerou que há indícios de irregularidades no contrato do Laboratório Farmacêutico da Marinha com a EMS/AS para compra de 11 milhões de comprimidos de Viagra e recomendou abertura de procedimento para investigar o caso.  “É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso”, afirma o deputado.

O relatório da equipe técnica do TCU recomendou prazo de 15 dias para que o Laboratório Farmacêutico da Marinha, dê explicações sobre o contrato firmado com a EMS S/A para fornecimento de citrato de sildenafila, o princípio ativo do Viagra, de 20, 25 e 50 miligramas de 2019 a 2022, com transferência de tecnologia. “Não é verossímil a justificativa de transferência de tecnologia porque o Viagra hoje é um medicamento popular e com genéricos no mercado.  Essa situação precisa ser investigada até o fim e o dinheiro usado de forma irregular deve ser devolvido aos cofres públicos”, afirma Elias Vaz.

No documento,  os técnicos do TCU pedem que a Marinha esclareça o procedimento de contratação utilizado, a metodologia de precificação do produto e a eventual transferência de tecnologia.

A recomendação da equipe técnica ainda precisa do aval do relator do caso, o ministro Weder de Oliveira, para que seja instaurada uma investigação.

Contatados pelo Jornal Opção, o Ministério da Defesa não respondeu aos questionamentos. O espaço está aberto.