O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira, 20, destaca a relevância da democracia racial no Brasil ao reforçar a importância de pretos e pardos na história. Nesta data, espera-se progresso, implementação de políticas públicas e a construção de uma sociedade antirracista. Apesar de os negros representarem 56,2% da população brasileira, enquanto os brancos compõem 42,7%, a representatividade política em cargos de poder ainda é insuficiente.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 771 casas legislativas municipais, o equivalente a 14% dos municípios que participaram das eleições de 2020 e que o farão novamente em 2024, não têm nenhum vereador negro. Surpreendentemente, nenhum governador eleito se autodeclara preto, com nove deles se considerando pardos.

A classificação de “negro” abrange tanto pardos quanto pretos, conforme critérios do IBGE e da Justiça Eleitoral. Em 2022, apenas 5,47% dos eleitos para cargos como presidente, governador, deputado e senador se declaram pretos, enquanto 26,62% se autodeclaram pardos, totalizando 32,2% de negros eleitos em um país majoritariamente negro.

Os dados revelam a necessidade de avançar no debate e nas políticas de inclusão racial, buscando uma representação mais equitativa. Em 2022, houve um aumento no percentual de candidaturas negras, atingindo 49,49%, o maior desde a instituição da autodeclaração em 2014. Contudo, a implementação de ações como a Comissão de Promoção da Igualdade Racial do TSE evidencia a persistência dos desafios.

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma bancada negra, um passo positivo em direção à representatividade. No entanto, a votação destacou a resistência de alguns setores, como o partido Novo, evidenciando a importância contínua do diálogo e da conscientização antirracista.

A presença de figuras negras em cargos relevantes, como o corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves e a ministra Edilene Lôbo no TSE, é um avanço significativo. A ministra destaca a necessidade de ser antirracista, desconstruir preconceitos internalizados e promover um compromisso contínuo com a luta antirracista para construir uma democracia verdadeiramente inclusiva.

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