Faltando cerca de um mês e meio para a bola rolar no Catar, já podemos dizer: será a primeira vez em 16 anos que a seleção brasileira chegará não pela tradição, mas pelo desempenho, como uma das maiores favoritas ao título da Copa do Mundo.

Ainda que haja alguma deficiência nas alas – a ponto de o zagueiro Éder Militão ser um curinga para o setor – e também nenhuma peça do meio de criação que correspondam ao melhor que já tivemos em termos de craques para essa função – como Didi, Gérson, Rivellino, Zico e Rivaldo –, o Brasil compensa esse “gap” tendo no ataque dois dos melhores atacantes do mundo na atualidade: Neymar e Vinícius Júnior.

Começando pelo último, o velocista é hoje o principal jogador de nada menos do que o Real Madrid. De jogador desacreditado no início de sua passagem pelo time merengue, em 2018, o ex-Flamengo passou a ser fundamental para a equipe, a ponto de ter sido o autor do gol que deu o troféu da mais recentes Liga dos Campeões, que entrava como azarão diante do Liverpool.

Neymar não é mais nem promessa nem menino. Aos 30 anos, ninguém duvida de seu talento, mas fica sempre a interrogação sobre a plenitude de suas condições físicas: além de apanhar muito em campo – ainda que a imagem que fica seja de um jogador “cai-cai” que simula faltas –, ele tem um histórico de recente de contusões musculares que, para a disputa em alto rendimento numa Copa, trazem preocupação.

Se ambos estiverem no seu melhor, tendo um esquema tático muito bem desenhado pelo treinador Tite – com destaque para o baixo número de gols sofridos –, o Brasil tem boas chances de ir muito à frente no Catar. O hexa não é “logo ali”, mas está mais à vista do que nas últimas quatro edições da maior competição de futebol.