Participação política contribui para o crescimento do empreendedorismo feminino
20 julho 2022 às 15h50
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Um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que o empreendedorismo feminino no Brasil apresentou sinais de recuperação no último trimestre do ano passado, depois de sofrer retração a partir dos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus. Contudo, embora estes números sejam animadores e esteja ocorrendo um crescimento considerável na quantidade de mulheres que empreendem, a real situação da mulher, empreendedora ou não, no Brasil ainda é lamentável. Para promover o empoderamento do público no mundo dos negócios, as ações políticas devem manter vínculo e relacionamento, incorporando todas as secretarias e ministérios em suas práticas governamentais para desenvolver a promoção das mulheres.
A ex-vereadora Drª Cristina Lopes (PDT) destaca a atuação dos agentes públicos para o fortalecimento da autonomia financeira das mulheres. “O exercício político traz notoriedade. Quem está no exercício político tem uma possibilidade maior para fazer esse trabalho de valorização do empreendedorismo. Podemos ser essa ponte. Temos condições de viabilizar essa ponte. Os entes públicos têm condições de promover ações de incentivo ao empreendedorismo feminino. Ter algum benefício tributário é um atrativo para ajudar o setor atrair as mulheres a criar condições para fomentar a autonomia financeira”, pontuou ao Jornal Opção.
Tirar as mulheres da situação de vulnerabilidade social, oferecendo condições para que elas conquistem seu lugar no mercado de trabalho ou como empreendedoras, e assim tenham condições de sair do ciclo de pobreza, dependência, abuso e violência. Esse é um dos principais objetivos de políticas públicas voltadas para elas. E como exemplo de participação do ente público na promoção do empreendedorismo feminino, a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) articulou, recentemente, parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) e o Sicoob Goiás Central para a realização de cursos gratuitos para as 300 expositoras da Feira das Minas.
A parlamentar negocia ainda com o Senac a inclusão de atrações culturais na programação da feira. “Sair do discurso e ir para prática. É disso que eu falo. O empreendedorismo é o caminho para a conquista da autonomia feminina”, diz Sabrina. Adepta da prática, a vereadora defende a efetivação de programas de qualificação profissional, linhas de crédito e transferência de renda, entre outros, destinados exclusivamente a mulheres.
Apesar de reconhecer o apoio da vereadora para o evento, Pauline Arroyo, uma das organizadoras da Feira das Minas, critica o incentivo das demais parlamentares goianas em relação a pauta de fomento ao empreendedorismo das mulheres. “Têm muitas mulheres que estão no poder e defendem as pautas feministas, mas na hora de apoiar a maior feira de empreendedorismo feminino, não fazem nada. É oportunidade para elas ouvirem as nossas necessidades”, defende.
Além da Feira das Minas, Goiânia também sediou a Feira Delas, que nesse ano ocorreu no Shopping Bouganville, durante os dias 15 e 16 de julho. O evento foi organizado pelo Instituto Ferraz – Amigos para Servir, com o apoio da ex-vereadora Dra Cristina, do Shopping Bougainville, da agência Fluxo Hub Criativo e do Alexandre Primo Sonorizações. “A primeira edição foi um sucesso, conseguimos cumprir o objetivo de estimular a economia criativa e o protagonismo feminino. A expectativa é que a segunda edição siga o mesmo caminho”, afirma Romero Ferraz, presidente do instituto.