Ao contrário da crença obsessiva em falar sobre segurança das urnas eletrônicas no Brasil, o recente relatório feito pelo Ministério da Defesa mostra que não houve fraudes. As informações são da Malu Gaspar. Ela conta que foi vetada a divulgação para o público dessa fiscalização feita pelos militares do primeiro turno, mas que o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, entregou resumo ontem, 10, para o presidente Jair Bolsonaro. As Forças Armadas analisaram uma amostra de ao menos 385 boletins de urna e um projeto-piloto com uso da biometria para testar 58 aparelhos, sugerido pelos próprios militares.

Alegando que a ausência de fraudes em um turno não descartava a possibilidade em outro, o presidente determinou que fosse feito um “relatório completo” englobando o segundo turno. Ainda de acordo com o Globo, ele pediu que militares se esforçassem mais. Os integrantes das Forças Armadas deram apoio às eleições em onze estados, além de trabalhar no sistema de fiscalização.

A análise dos militares incluiu a verificação de testes de integridade com uso da biometria e a checagem dos boletins de urna, documentos que registram a totalização dos votos após o fechamento dos equipamentos. Depois disso, o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, determinou que o Ministério da Defesa encaminhasse à Corte uma cópia das conclusões sobre a fiscalização das urnas.

O entendimento geral do TCU é de que o Estado sairá fortalecido com a divulgação de tais informações já que todos os anos de eleições no Brasil, além dos acalorados debates entre os candidatos e suas propostas, sempre surge a dúvida se a urna eletrônica é realmente segura. Há diversos mecanismos de auditoria e verificação dos resultados que podem ser efetuados por candidatos e coligações, pelo Ministério Público (MP), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo próprio eleitor. Em relatório preliminar, observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovaram as eleições brasileiras.

Em meio às teorias conspiratórias, muito se fala sobre a possibilidade de hackers invadirem as urnas no dia da votação. De acordo com especialistas do TRE, a urna eletrônica não é vulnerável a ataques externos porque o equipamento funciona de forma isolada e não dispõe de qualquer mecanismo que possibilite sua conexão a redes de computadores, como a Internet. Resta lembrar que a urna eletrônica já completou 18 anos de existência e serve de modelo e de inspiração para todo o mundo.