João Gilberto, o baiano que inaugurou a Bossa Nova

10 junho 2023 às 08h52

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Os baianos conquistaram a música brasileira no século passado. De Dorival Caymmi a Ivete Sangalo passando pela Tropicália. O que é que a baiana tem? Muito som, muita melodia. Um baiano nascido em Juazeiro no dia 10 de junho de 1931 inaugurou um movimento que fez história.
João Gilberto marcou seu nome na história da nossa música cantando baixinho acompanhando os acordes do seu violão (uma inspiração pode ter sido Mário Reis, que não tinha o vozeirão de Francisco Alves e Orlando Silva).
Caetano Veloso é um dos seus fãs mais ilustres e sempre que tem oportunidade exalta a genialidade do conterrâneo. No livro “Verdades Tropicais”, ele fala do tanto que João Gilberto influenciou sua vida.
Na década de 1950, muitos baianos deixaram a terra natal para tentar a sorte no Rio de Janeiro. João Gilberto foi um deles e, em 1958, lançou o disco “Chega de Saudade” que, ao lado de “Canção do amor demais”, de Elizeth Cardoso, inaugurou a Bossa Nova.
A voz mansa, o dedilhado delicado, a música brasileira produzia algo novo que levou muitos jovens a se tornar cantores. Roberto Carlos, no início da carreira, imitou os passos e os compassos de João Gilberto. Não demorou para a batida diferente da Bossa Nova chegar aos Estados Unidos e lá fazer acesso. João Gilberto ao longo de sua carreira foi bastante aplaudido no exterior. Pode-se sugerir que, se o jazz influenciou a Bossa Nova, esta influenciou aquele — numa grande troca cultural.
A trajetória final de sua carreira foi marcada pelo seu isolamento e por brigas judiciais sobre seu acervo musical. Caetano Veloso conseguia tirá-lo de seu apartamento no Leblon para o palco. João Gilberto morreu em 6 de julho de 2019.
Dica de leitura: livro de Ruy Castro
