O Impressionismo na Música: uma viagem de cores e sons
26 setembro 2023 às 18h08
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No universo artístico do final do século XIX e início do século XX, uma revolução movia-se a pleno vapor, trazendo consigo um novo modo de expressão que transcenderia as fronteiras das telas e dos pincéis. O impressionismo, um movimento originalmente nascido nas artes visuais, também encontrou eco na música, desafiando convenções e abrindo novos horizontes para a harmonia e a sonoridade
Foi o crítico Louis Leroy (1812 – 1885) quem, em um gesto que viria a ser histórico, cunhou o termo “impressionismo” ao se referir à obra de Claude Monet, intitulada “Impressão, nascer do sol”. Com ironia afirmou:
”Um papel de parede é mais elaborado do que essa cena marinha”
Louis Leroy
Pouco sabia Louis Leroy que estava dando nome a um dos movimentos artísticos mais importantes da história.
Claude Monet(1840-1926), um dos pilares desse movimento, foi um dos principais organizadores da primeira exposição do que viria a ser conhecida como arte impressionista. Essa exposição, organizada pela “Sociedade Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores”, reuniu não apenas Monet, mas também Auguste Renoir(1841-1919), Camille Pissarro (1830-1903) e Paul Cézanne (1839-1906), entre outros.
As características distintivas da pintura impressionista incluem figuras sem contornos nítidos, sombras luminosas, pinceladas ousadas e a captura das nuances da luz no exato momento em que a obra é pintada. Esses elementos desafiaram as normas estabelecidas e abriram caminho para uma nova forma de perceber a realidade.
No mundo da música, o impressionismo também encontrou um solo fértil para crescer. Compositores como Claude Debussy (1862-1918), Maurice Ravel (1875-1937), e outros, se imbuíram desse espirito introduzindo inovações sonoras que revolucionaram a literatura musical do início do século XX.
A música impressionista tinha como objetivo evocar sentimentos, estados de espírito e impressões por meio da harmonia e das cores tonais. Ao seguir o exemplo das artes visuais, a música impressionista abandonou a clareza e a objetividade em favor de uma linguagem mais sutil e sugestiva.
Hoje, convidamos você a mergulhar nesse mundo de cores e sons com a interpretação do pianista brasileiro José Eduardo Martins (1938) da obra “Etude Pour les arpèges composés” de Claude Debussy interpretado pelo pianista brasileiro, especialista na obra de Debussy,
Observe atentamente o timbre e a qualidade das proporções sonoras, pois eles são a chave para entender o estilo único desse compositor que, assim como os impressionistas visuais, nos convida a enxergar e sentir o mundo de uma maneira totalmente nova. É uma viagem musical que nos levará além das notas e nos deixará imersos nas sensações e emoções que a música impressionista tem a oferecer. É a celebração da audácia artística que nos leva a explorar novos horizontes.