Queda no faturamento publicitário leva o jornal inglês “Guardian” a demitir 100 funcionários

27 janeiro 2016 às 13h17
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Investimentos em redações na Austrália e nos Estados Unidos e um site gigante, além da escassez de anúncios, provocaram a crise do respeitado jornal
O problema da imprensa inglesa é o mesmo da imprensa de todos os outros países. Ganhou mais leitores, com o advento da internet, mas não conseguiu aumentar seu faturamento publicitário. O grupo que dirige o jornal inglês “The Guardian”, um dos mais respeitados e lidos do país, anunciou, nesta semana, que vai demitir cerca de 100 funcionários — tanto na redação quanto na área administrativa. A redução de custos (em 20%), explicou o Guardian Media Group, tem a ver com a queda do faturamento.
O site Business Insider sustenta que o objetivo do enxugamento — para os padrões ingleses, trata-se de uma redução gigante da equipe — é evitar que o “Guardian” quebre. O jornal, hoje, é mais sólido do a empresa. A denúncia de Edward Snowden, que mostrou como a agência NSA, dos Estados Unidos, espionava estadistas pelo mundo afora e dentro dos Estados Unidos, saiu com destaque no “Guardian” e alcançou repercussão internacional, abalando as relações do governo de Barack Obama com representantes de vários países, inclusive do Brasil.
“Contra o pano de fundo de um mercado volátil, estamos tomando medidas imediatas para aumentar as receitas e reduzir nosso custo-base, a fim de salvaguardar ao Guardian um jornalismo em perpetuidade”, afirma o presidente-executivo do Guardian Media Grupo, David Pemsel.
A expansão internacional do jornal, que era sólido na Inglaterra, tem sido apontada como principal responsável por sua crise. O “Guardian” hoje tem escritórios, com grandes redações, nos Estados Unidos e na Austrália. O site, lido por 130 milhões de usuários únicos por mês, também é apontado como causa dos prejuízos. O investimento é alto, mas o faturamento não é crescente.
A empresa mantém 1.960 funcionários. Trata-se de uma estrutura superior à dos principais jornais brasileiros.