Mitch Weiss, Pulitzer de 2004 de Jornalismo Investigativo, e Kevin Maurer, coautor do livro “Não Há Dia Fácil” (sobre a captura de Osama bin Laden), decidiram escrever um livro sobre como Che Guevara foi caçado e morto, em 1967, na Bolívia. Trata-se de “Caçando Che” (Record, 280 reais). O melhor livro sobre o médico e guerrilheiro argentino, que articulou a Revolução Cubana de 1959, ao lado de Fidel Castro — que praticamente o expurgou, porque não havia espaço para dois ditadores numa ditadura de partido e ditador únicos —, é “Che Guerra — Uma Biografia” (Objetiva, 904 páginas, tradução de Michele MacCulloch), de Jon Lee Anderson.
A história da caçada e da morte de Che Guevara é bem contada por Jon Lee Anderson, mas Mitch Weiss e Kevin Maurer, como investigaram a fundo um tema específico, têm mais o que dizer. Eles explicam detidamente como a operação americana (Boinas Verdes à frente), depois de treinar camponeses bolivianos e transformá-los em militares duros, prendeu o guerrilheiro que, na década de 1960, “encantava” os intelectuais de esquerda e, com o tempo, se tornou ícone das camisetas (embora não fosse dotado de ternura alguma).
Os militares americanos que atuaram na Bolívia, na caçada a Che Guevara, foram escolhidos a dedo. Liderados pelo major Ralph “Pappy” Shelton, um militar lendário, e com o apoio de bolivianos, treinados com rigor, não tiveram muita dificuldade para capturar o líder da Revolução Cubana. A pesquisa dos jornalistas menciona também Félix Rodriguez, agente da CIA, e Gary Prato Salmón, comandante dos rangers bolivianos, que foram decisivos na prisão e morte do líder comunista.
uma pequena fortuna pela história, 280 reais!