Kafka vive: Record demite profissional que narrou apenas dois jogos de futebol

28 janeiro 2024 às 00h01

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Além do rombo de meio bilhão de reais, o que caracteriza má gestão, há sinais de que, em termos jornalísticos e administrativos, a Rede Record de Televisão anda meia perdida.
Recentemente, demitiu o jornalista Arnaldo Duran, de 68 anos, alegando que seu salário era alto, mas o motivo teria sido outro: o profissional tem a síndrome de Machado-Joseph, uma doença degenerativa do sistema nervoso.
Agora, demitiu o narrador esportivo Oliveira Andrade. Profissional experimentado, narrou apenas dois jogos do Campeonato Paulista e, mesmo assim, foi despedido.
A alegação é, por certo, canhestra: Oliveira Andrade teria sido “criticado” pelos telespectadores. Mas isto justifica a demissão, considerando que ele narrou apenas duas partidas? Um profissional pode ser avaliado por tão pouco, sobretudo se tem uma história positiva? Claro que não.
A demissão de Oliveira Andrade talvez derive do caos (há inclusive denúncias de assédio sexual) que se instalou na Record — onde a Igreja Universal apita cada vez mais, com o afastamento de profissionais mais experientes e respeitados no mercado.
A recontratação de Lucas Pereira, para substituir Oliveira Andrade, sugere que o caos é “norma”, e não uma questão passageira. O jornalista havia sido demitido, em agosto de 2023, e agora, informa a Record, “a partir deste domingo [28], todas as partidas do Paulistão 2024 serão narradas por Lucas Pereira”.
“Deu a louca na Record”, dizem jornalistas. “Lá aprecia-se piorar o pior”, constata uma ex-repórter.