Diário de Fernando Henrique discute grandes temas, ataca mídia e não escapa à futrica sobre ministros
31 outubro 2015 às 12h20
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Ex-presidente conta que Pedro Malan, José Serra, Gustavo Franco e Pérsio Arida viviam em guerra, relata que Sarney queria ser presidente pela segunda vez e afirma que dono da “Veja” pedia canais de televisão
O carioca Fernando Henrique Cardoso, de 84 anos, é um político diferenciado. Porque tenta unir o conhecimento teórico à prática política. A teoria força a vida e a vida força a teoria, em tese para empurrá-las para frente — embora o filósofo britânico John Gray ressalve que às vezes a história sofra recuos, como nos casos de Stálin na União Soviética e Adolf Hitler na Alemanha. Na década de 1970, quando o economista Celso Furtado (1920-2004), um dos mais importantes intérpretes do país — “Formação Econômica do Brasil” (Companhia das Letras, 352 páginas) é um clássico poderoso e, portanto, reverberante —, sugeriu que, sob a ditadura civil-militar, haveria uma tendência à estagnação econômica, o sociólogo Fernando Henrique, em “O Modelo Político Brasileiro” (Bertrand, 216 páginas), um de seus livros menos citados mas sobejamente instigante, apresentou outra tese. A ditadura deveria ser combatida, para retomar o processo democrático, porém não há, como não havia, correlação automática entre regime discricionário e baixo crescimento. Na verdade, em determinado período dos governos militares, notadamente no de Emilio Garrastazu Médici, a nação patropi cresceu em ritmo chinês, entre 8% e 10%. O “diagnóstico” do sociólogo uspiano era mais preciso do que o do economista experimentado. Teria o respeitado Celso Furtado “confundido”, para usar um eufemismo, “desejo” com “realidade”? É provável que o uso da ideologia como “instrumento” de análise tenha turvado, momentaneamente, a brilhante cabeça do intelectual paraibano.
O presidente Getúlio Vargas deixou um longo diário — “puro”, quer dizer, não trabalhado posteriormente pelo próprio autor — e, apesar de aspectos perfunctórios, tem sido útil tanto para compor a história do país quanto para ampliar o entendimento da história do político e do homem. O ex-presidente Fernando Henrique, durante seus oito anos de governo, entre 1995 e 2002, gravou, aparentemente de maneira rigorosa, aquilo que avaliou como os principais acontecimentos do período. Para evitar possíveis desgastes e saias-justas, poderia optar pela publicação póstuma dos diários. Entretanto, dizendo não ter receio de controvérsias, decidiu iniciar a publicação este ano, com “Diários da Presidência” (Companhia das Letras, 928 páginas). Trata-se do primeiro de quatro volumes.
Valho-me, para este texto, de um resumo feito pelo jornalista Roberto Pompeu de Toledo, dono do melhor e mais ponderado texto da “Veja”. Na síntese da revista, frise-se, não há nenhuma ênfase a respeito do Plano Real, possivelmente porque foi formulado no governo de Itamar Franco, no qual Fernando Henrique atuou como uma espécie de primeiro-ministro informal. O engenheiro mineiro era o presidente e o sociólogo de São Paulo era o primeiro-ministro. Obviamente que o senador foi eleito presidente, em 1994, graças ao acerto do Plano Real em estabilizar a economia e incentivar o crescimento.
Vaidade de José Serra
Governar é armar o jogo principal a partir do jogo de forças aliadas e contrárias. Quem está no poder raramente consegue persuadir todos a jogarem de um lado só. O “jogo único” só é possível, quando é, em ditaduras. O confronto entre as forças reais — as possíveis, quiçá, então, nem boas nem más —, mesmo as aliadas, às vezes exasperava Fernando Henrique (fica-se com a impressão, e talvez seja apenas uma impressão, que, aqui e ali, os diários foram revistos a partir do atual ponto de vista do ex-presidente). “A Presidência é doída”, sintetiza. “Não é fácil fazer as nomeações, cada um quer uma coisa. A base ampla de partidos é na verdade frágil porque todos se sentem no direito de pedir lugar no governo.”
Apesar da leveza na linguagem — Fernando Henrique talvez seja aquele tipo de político que não diz as coisas de maneira grosseira, e sim tão-somente de maneira maliciosa —, aqui e ali, até fora das entrelinhas (sua grande arte, seguindo o mestre Machado de Assis, que “suavizava” nas linhas e “gritava” nas entrelinhas), há alfinetadas de primeira. O ex-presidente José Sarney é apontado como um artífice do jogo duplo e do jogo triplo. FHC sugere que o político do Maranhão queria disputar a Presidência, em 1998.
Antonio Carlos Magalhães durante anos, na ditadura e na democracia, comportava-se como o rei que a Bahia exportara para se tornar quase um primeiro-ministro do Congresso Nacional. O retrato é verdadeiro? Era de fato rei da Bahia, Estado no qual ACM era, mais do que a sigla do nome de um homem, um partido quase único. Mas é provável que Fernando Henrique esteja certo: na política nacional, o baiano mais “rosnava” do que “mordia”. O poderoso chefão do PFL “só ataca, sopra, vai e vem, para dar a impressão de que tem força enorme”.
As alfinetadas sobram também para aliados, mortos ou vivos. Serjão Motta, ministro das Comunicações e tido como da cozinha do ex-presidente, e Luiz Carlos Bresser Pereira, ministro da Administração, eram candidatos privilegiados ao posto de “quem fala mais bobagem”.
Bresser Pereira, que se distanciou do tucanato e se aproximou do petismo, está vivo, mas ainda não reagiu. No momento, está tentando esculpir a pose, se é assim, de um economista quase filósofo. Se não recolher o ímpeto de aderir — ao PT, sabe-se lá —, corre o risco de se tornar o filósofo da decadência do Lulopetismo. A realista Marta Suplicy afastou-se, trocando o PT pelo PMDB, porque percebeu que o barco está à deriva, praticamente adernando. Bresser Pereira comporta-se como o carpinteiro do Titanic que avalia que é possível “emendar” aquilo que não pode ser emendado.
José Serra talvez seja o feio mais vaidoso deste país tropicaliente. Fernando Henrique seria homenageado no Chile democrático — deu aulas no país de Pablo Neruda e Vicente Huidobro —, mas José Serra não quis acompanhá-lo. O doutor em economia pela Universidade Cornell “não se sente bem vendo homenagens que não sejam a ele”. Políticos goianos que conhecem o senador paulista confirmam que se julga o centro do mundo e acrescentam que é extremamente mal humorado. Fica a ressalva — não registrada no livro, naturalmente — de que o ex-presidente é tão ou mais vaidoso do que José Serra.
Apontado como gestor competente, há outro José Serra, para além da vaidade. Trata-se daquele político que joga pesadíssimo, como quando contribuiu para destruir a pré-candidatura de Roseana Sarney a presidente da República. Comenta-se que há políticos que se consideram aliados do senador, mas alguns desses políticos avaliam que ele não se considera aliado de ninguém, exceto daqueles que o servem caninamente. O registro de Fernando Henrique é impagável: “A desconfiança que Serra tem de quase todo mundo leva a que jogue de surpresa, e isso não dá bom resultado”.
Atualização do Brasil
Fernando Henrique parece se julgar um novo Getúlio Vargas, embora sua missão, se se pode dizer assim, tenha sido operar uma desmontagem parcial do Estado forjado pelo político gaúcho. Vargas era um conservador, por contraditório que pareça, progressista. Sobretudo, um modernizador. O tucano é socialdemocrata, se considera próximo da esquerda mas, para além do discurso, é ou era mais ligado ao centro.
Desde o seu “primeiro” governo, o “de” Itamar Franco, a pretensão de Fernando Henrique era, digamos, “atualizar” o Brasil. Apostando na ideia de que a globalização havia gerado uma nova etapa do capitalismo, o primeiro-ministro e, depois, presidente quis tornar o país “contemporâneo” dos Estados Unidos, da China, do Japão e da Alemanha. Por isso, trabalhou para quebrar o monopólio do petróleo e das telecomunicações.
Praticante de dois tipos de sedução, a pessoal e a intelectual, às vezes conectadas, Fernando Henrique é idolatrado por jornalistas, como Roberto Pompeu de Toledo, embora diga o contrário nos diários. Ele sugere que, como presidente, subordinou o PFL ao seu projeto político e administrativo. “Talvez ninguém tenha percebido que nossa aliança é de superfície. Todo mundo pensa que ela é fundamental, é fundamental para aprovar as reformas, mas não tem força para dar rumo à política social nem à política econômica, que é o que conta”, registra Fernando Henrique.
Na avaliação do ex-presidente, ao submeter o PFL ao seu projeto de reforma do Estado e da economia, “minava” suas “bases de sustentação”. É o tipo de avaliação que exige estudo mais detalhado, o que não está, claro, no escopo de um diário. O ocaso do PFL — depois DEM — começou em algum período dos oito anos do mandato do tucano? Pelo contrário, nos governos de Fernando Henrique, o PFL era um partido forte, decisivo. A decadência se iniciou nos governos do PT. O PFL (DEM) é como uma rêmora e, portanto, precisa ficar próximo de peixes maiores para ganhar musculatura. Sua força política advinha do poder do PSDB em nível nacional. O PT é o principal adversário político e, sobretudo, ideológico do DEM. É o seu oposto e, por isso, não têm como conviver no mesmo governo. O PT optou por “sugar” oxigênio de um partido de centro — o PMDB — e trabalhou, usando as armas do governo, para minar o DEM. O PSDB é adversário político-eleitoral do PT, mas não é seu rival ideológico.
São irmãos que deixaram de ser siameses, mas estão sempre próximos. Pode-se dizer, como ressalva, que o tucanato é, do ponto de vista da economia, mais realista e atento aos ditames do capitalismo globalizado. O PT, ao tentar criar uma ortodoxia patropi, como se o país estivesse isolado do mercado internacional, afundou a economia. Joaquim Levy não é nada mais-nada menos do que o Pedro Malan do governo Dilma Rousseff, mas com menos poder.
Os diários de Fernando Henrique contêm o que se pode chamar de baixa futrica — a sugestão de que José Serra é vaidoso (poucos seres humanos não são) — e de alta futrica.
Segundo os diários, os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e do Planejamento, José Serra, não se toleravam. O “prussiano” Pedro Malan defendia a abertura do comércio exterior e as privatizações e o “imperial” José Serra, nem tanto.
José Serra avaliava que o câmbio como estabelecido por Pedro Malan — que defendia “o real altamente valorizado em 85 centavos por dólar” — travava o crescimento.
Pedro Malan reclamou para Fernando Henrique que José Serra havia plantado notícia contra ele na “Veja”. “O Serra poderá realmente estar soltando, indiretamente, uma ou outra informação, mas não está fazendo uma campanha, e nós não podemos governar olhando o jornal o dia inteiro”, contemporizou FHC numa conversa com o ministro da Fazenda. Os diários registram que, na verdade, José Serra cobiçava o cargo do companheiro de ministério.
O presidente do Banco Central, Pérsio Arida (atual namorado da secretária da Fazenda do governo de Goiás, Ana Carla Abrão Costa), e o diretor da área externa do BC, Gustavo Franco, viviam às turras. Gustavo Franco era ligado a Pedro Malan e, portanto, rival de José Serra.
Fernando Henrique sugere que a dupla do Banco Central plantava notas negativas na imprensa a respeito do desempenho de cada um. “Desse jeito é difícil a equipe econômica marchar, porque não há equipe”, registram os diários — como se estivessem versando sobre o governo da presidente Dilma Rousseff e seus aliados-adversários Joaquim Levy, ministro da Fazenda, e Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, que falam línguas diferentes.
Quer pureza? Não vá ao convento. O aforismo tem a ver com o mundo da política. Fernando Henrique apresenta-se, nos diários, como um realista absoluto, mas com certos escrúpulos. Quando Pedro Malan não quis nomear um aliado do senador Jader Barbalho, do PMDB do Pará, para o Banco da Amazônia, optando por uma escolha técnica, o presidente anotou: “Acho que faltou jogo de cintura ao Pedro para lidar com o senador, que é o líder do maior partido. Esse pessoal pensa que dá para lidar com políticos somente mostrando o que é certo e o que é errado, sem que se discutam os interesses deles”. Para FHC só há uma forma de fazer política: “Articulando as forças capazes de provocar as modificações”.
Imprensa e os intelectuais
Ao contrário do que dizem petistas radicais e mesmo moderados, a imprensa — ou mídia, como preferem — não tratou o governo de Fernando Henrique com luvas de pelica. As críticas eram frequentes e duras, mas absolutamente normais, numa democracia. Mas o tucano ficava tão incomodado que chama a imprensa de “difusora de fracassomania”.
“Donos da mídia, embora digam que apoiam o governo, apoiam mais é a permanente controvérsia, inventando contendores que não existem”, registram os diários. Ora, se os próprios diários fazem um strip-tease das divergências internas — ressaltando que Pedro Malan e José Serra, ministros de proa, se atacavam e que Pérsio Arida e Gustavo Franco só faltavam se engalfinhar —, quem está equivocado é Fernando Henrique, não a imprensa.
“Essa onda permanente de uma imprensa que perdeu o rumo e que analisa só os deslizes cria um clima constante de que estamos numa situação terrível e que todas as questões são incontroláveis”, critica Fernando Henrique. Seu apontamento serve para o que faz a imprensa com o governo de Dilma Rousseff? FHC certamente diria que não. Há indícios de que o ex-presidente queria uma imprensa mais dócil, ou, como está na moda, proativa. Por certo, FHC não concorda com o que disse Thomas Jefferson (1743-1826), presidente americano, na “Carta a Edward Warrington”, de 1787: “Se dependesse de decisão minha termos um governo sem jornais ou jornais sem um governo, não hesitaria um momento em preferir a segunda alternativa”.
Uma reportagem da “Folha de S. Paulo” sobre direitos humanos é resumida em duas palavras: “Quanta bobagem!” Janio de Freitas, um jornalista do primeiro time (não é petista, ao contrário do que muitos dizem), e o escritor Carlos Heitor Cony “não fazem outra coisa que me esculhambar”. Trata-se de intolerância de Fernando Henrique e a palavra “esculhambar” deve ser trocada por “criticar”.
Há pouco, a “Veja” cometeu um grave erro: disse que o senador Romário de Souza Faria tinha conta bancária na Suíça. O político frisou, desde o início, que não tinha. Como ninguém, nem os políticos, acredita em políticos, Romário obteve um documento do banco suíço, do qual seria cliente, que informou que não possuía conta na terra dos escritores Robert Walser e Friedrich Dürrenmatt. “Veja” publicou que o governo de Fernando Henrique havia assentado 7 mil famílias, mas a verdade seria outra, no registro dos diários, em 1996: “Eles têm os dados e sabem que foram 42 mil, o máximo que já se fez no Brasil”.
Numa visita ao Chile, Paulo Henrique Cardoso acompanhou o pai, em avião oficial. A “Veja” registrou o fato, corretamente. Os diários não perdoam: “Trata-se de um falso moralismo da ‘Veja’, que vive pedindo canais e mais canais de televisão ao governo e ao mesmo tempo espicaça sem parar para jogar todo mundo na vala comum”. A reação da revista é curiosa, indicando que o autor do texto finge desconhecer as regras do mundo dos negócios: “Tais pedidos só podem ter sido da Editora Abril, não de ‘Veja’. Não lhe ocorreu que é saudável a separação entre a política editorial de uma publicação e os interesses da empresa que a edita”.
Isto é bonito, deveria ser assim, mas editores, repórteres e até os gandulas do Serra Dourada e do Maracanã sabem que o mundo empresarial não funciona deste modo. O diretor de redação da “CartaCapital”, Mino Carta, diz que não foi demitido da “Veja” — pediu para sair. Mas é fato que, negociando com o regime militar, nos tempos de Ernesto Geisel, Golbery do Couto e Silva e Armando Falcão — inclusive empréstimos —, a revista fatalmente o defenestraria. Na ocasião — pode-se alegar que os tempos não eram democráticos — não houve a mínima “separação entre a política editorial de uma publicação e os interesses da empresa que a edita”.
Se Marilena Chauí, filósofa de valor (é depreciada pela direita, mas seu trabalho é respeitado por intelectuais não-ideológicos; até José Guilherme Merquior, que a denunciou por ter plagiado o filósofo francês Claude Lefort, alegando “filiação de pensamento”, admitiu que ela “pensava”), é uma espécie de guru do ex-presidente Lula da Silva. Porém, como articuladora política, Marilena Chauí é um autêntica nefelibata. Acreditava-se que o filósofo José Arthur Giannotti (a “Veja” exclui um “n” de seu sobrenome) era o guia filosófico de Fernando Henrique. O professor aposentado da USP chegou a escrever um artigo no qual sugeria que era impossível escapar a uma certa zona de amoralidade da política. Os diários esclarecem um pouco o que quis dizer exatamente: “Ele [Giannotti] tem tido um papel muito construtivo, mas precisa ser informado para não perder o rumo, ele fica um pouco atônito com a questão dos acordos, isso sempre dói”. Fica-se com a impressão, a partir dos diários, de que o guia genial de Giannotti é Fernando Henrique.
Sivam e bancos
Na questão do Projeto Sivam, de vigilância da Amazônia, Fernando Henrique descobriu que os lobbies pró-Raytheon, empresa americana, estavam ativos. “Gilberto Miranda desejaria que, além de responder pela parte técnica, a Raytheon se incumbisse das obras de engenharia civil do projeto”, anota a “Veja”. “São 110 milhões de dólares para as obras civis. Inacreditável isso! Ele [Gilberto Miranda] deve ter feito um acerto com a Raytheon”, relatam os diários.
Em 1995, o Banco Central interveio no Banco Econômico e quase provocou uma revolução na Bahia e em Brasília. Antonio Carlos Magalhães e seu filho, o deputado federal Luís Eduardo Magalhães, rebelaram-se. “Foi o pior dia para mim, de todo o tempo em que estou no governo.”
O dono do Banco Econômico, Ângelo Calmon de Sá, financiava políticos. A Pasta Rosa, de Calmon de Sá, evidenciou doações ilegais para políticos na eleição de 1990. ACM, um dos beneficiários, partiu para o ataque. Nos diários, FHC registrou: “Ele é um bufão. É um bom ator, vai com cara compungida à televisão, sabe levar o jogo, está fazendo uma cortina de fumaça imensa para se desviar da Pasta Rosa”.
A liquidação do Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, abalou Fernando Henrique. Seu filho, Paulo Henrique, era casado com uma das herdeiras. “Pela primeira vez, perdi o ânimo que habitualmente tenho. É verdade, a Presidência é doída”, diz o ex-presidente.
No próximo volume, Fernando Henrique promete fazer revelações sobre como conseguiu aprovar o projeto da reeleição. Até agora, o consenso é que o governo “comprou” a reeleição. O ex-presidente deve esclarecimentos também sobre o que o Brasil chama de “privataria”.