Desmatamento disparou na Amazônia e o governo Dilma Rousseff escondeu dados até passar a eleição
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08 novembro 2014 às 23h35
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Os repórteres Aguirre Talento e Marcelo Leite, da “Folha de S. Paulo”, publicaram no sábado, 8, uma reportagem – “Depois da eleição: Dados que governo segurou mostram desmatamento alto” – que merece continuidade e debate amplo da sociedade. Pelo menos por três motivos. Primeiro, porque o desmatamento ampliado é grave. Segundo, sugere que a ação do governo, para contê-lo, tem sido menos eficiente do que se alardeia. Terceiro, ao segurar os dados, para que não fossem apresentados durante a eleição, o petismo indica que privatizou o Estado.
“Agora é oficial: o desmatamento na Amazônia disparou em agosto e setembro. Foram devastados 1.626 km² de florestas, um crescimento de 122% sobre os mesmos dois meses de 2013”, relata a “Folha”. A “Folha” relata que, “em agosto, foram desmatados 890,2 km², um salto de 208% sobre os 288,6 km² do mesmo mês de 2013. Em setembro foram 736 km², 66% mais que no ano passado”.
Talento e Leite sustentam que “o governo federal” – quer dizer, a gestão da presidente Dilma Rousseff, do PT – “já conhecia esses dados antes do segundo turno da eleição presidencial”. Para não prejudicar a campanha da petista-chefe, o governo adiou a divulgação dos dados. Mas pelo menos, ao divulgá-los, não se procedeu a uma maquiagem.
Segundo a “Folha”, “as análises mensais do sistema de alertas de desmatamento Deter estavam prontas pelo menos desde 14 de outubro no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)”. Dois dias antes do segundo turno, o diretor do Inpe, Leonel Fernando Perondi, encaminhou a análise mensal ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação”. “A taxa de aumento combinada foi de 122%.”
Por que cresceu o desmatamento? A expansão do agronegócio é um dos fatores, aponta a “Folha”. A redução – forte em anos eleitorais – e a deficiência da fiscalização são também responsáveis pelo aumento do desmatamento. O Ibama sugere que o crime organizado, o que é especializado em venda ilegal de madeira, é um dos responsáveis pelo desmatamento ampliado.