Demóstenes Torres, que já processou o “Diário da Manhã”, pôs o jornal no circuito nacional com o polêmico artigo “Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro”. Os principais jornais do país, como “Folha de S. Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S. Paulo, e a revista de maior circulação, a “Veja”, mencionaram o texto do ex-senador.

Várias pessoas perguntam o que está por trás do artigo-vingador? Demóstenes Torres disse ao Jornal Opção que ninguém sugeriu que escrevesse o artigo. O que o moveu a publicá-lo foi uma nota, que saiu na “Veja”, na qual o senador Ronaldo Caiado diz que ele o havia decepcionado, além de apontá-lo como “traidor”.

A “Veja” é a publicação patropi com a qual o ex-senador mantém, ou mantinha, relações mais estreitas — como fonte privilegiada. A crítica do presidente do DEM em Goiás, se publicada noutro veículo, possivelmente não teria irritado tanto Demóstenes Torres.

Especulou-se no mercado persa da política e do jornalismo que o artigo não teria sido escrito por Demóstenes Torres. Uns sugeriam que um repórter do “Diário da Manhã” seria o autor. Outros diziam que um ex-editor do mesmo jornal seria o ghost-writer. Nada disso é verdade.

O artigo saiu do cérebro e dos dedos do ex-senador do DEM. Suas impressões digitais-intelectuais estão todas lá — como a citação de Fouché, Maurice Druon (“O Menino do Dedo Verde”, mencionado de maneira irônica), Shakespeare, Carlos Lacerda, Zelig (personagem de Woody Allen). Jornalistas que entrevistaram Demóstenes Torres mais de uma vez sabem que a frase “uma voz à procura de um cérebro” é típica de seu repertório.

(Na foto acima, Maurice Druon.)