Defesa de Sergio Moro provoca a queda de Felipe Moura na CNN Brasil
21 abril 2023 às 15h35
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Jamais fui nem serei cúmplice da prisão de alguém, só por piadas privadas, vazadas em registros de terceiros. Tive a mesma posição, em épocas distantes, com Lula [Pelotas], Hillary Clinton e Sergio Moro. — Felipe Moura Brasil
CNN Brasil demitiu o jornalista Felipe Moura Brasil, que participava do “CNN Arena”, na quarta-feira, 19.
Felipe Moura Brasil e a CNN, de acordo com nota da rede de televisão, “decidiram, em comum acordo, pelo distrato do contrato por não terem chegado a um consenso sobre a conciliação das diferentes frentes de trabalho do jornalista com as demandas da emissora”.
Trata-se de uma explicação protocolar, mas os fatos são outros, aparentemente — de acordo com Felipe de Moura Brasil.
A Procuradoria-Geral de Justiça denunciou o senador Sergio Moro, do União Brasil do Paraná, ao Supremo Tribunal Federal sob a alegação de que caluniou o ministro Gilmar Mendes. Felipe Moura Brasil disse, na CNN, que a PGR, que chegou a pedir a prisão do ex-ministro da Justiça, não levou em conta o contexto da fala do suposto caluniador.
Durante uma brincadeira, numa festa junina, as pessoas estavam indo para a “prisão”. Aí, neste contexto de uma festa — e não necessariamente de uma acusação grave —, Sergio Moro disse e sua fala foi gravada: “Isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. Era uma piada, ainda que de mau gosto. Se tivesse sido feita por qualquer outra pessoa da festa, desde que sem renome, teria passado batida.
Na defesa de Sergio Moro, Felipe Moura Brasil ponderou, com razão: “Só em um país do avesso isso pode dar cadeia de verdade. No Brasil, o sistema solta os envolvidos em suborno e quer prender quem fala piada com isso. A vingança chegou”.
A CNN parece não ter aprovado a posição de Felipe Moura Brasil, considerando-a por demais editorializada.
No momento, posicionar-se ao lado de Felipe Moura Brasil equivale, na opinião da CNN e tantos outros, a ficar contra o presidente Lula da Silva e o ministro do STF Gilmar Mendes, que não têm apreço por Sergio Moro. Há mesmo uma operação vingança em curso? Tudo indica que sim. Outros, como Felipe Moura Brasil, se não aceitarem as novas “regras”, também cairão.