A jornalista, uma das melhores analistas de política da imprensa brasileira, não explicou por qual motivo pediu demissão da revista

Dora Kramer é uma colunista que analisa os fatos como os mais gabaritados cientistas políticos. É crítica, posicionada, mas sempre objetiva (e, crucial, muito bem-informada). Nos últimos anos, desde 2017, brilhou na revista “Veja”, como sua melhor analista de política. Sua coluna, disposta no final da publicação da Editora Abril, é (era) tão obrigatória que vários leitores começa(va)m a leitura da publicação pelo fim e não pelo início.

Na quarta-feira, 1º, Dora Kramer anunciou numa rede social: “Amigavelmente e agradecendo ao editor Maurício Lima, acabo de me demitir da Veja”. Maurício Lima é o diretor de redação da revista.

Dora Kramer: jornalista e analista de política | Foto: Reprodução

Dora Kramer é comentarista da BandNews FM e, certamente, breve estará num jornal de grande circulação, com “O Globo”, o “Estadão” ou a “Folha de S. Paulo”.

A “Veja”, desde que saiu do controle da família Civita, perdeu, digamos, “energia” e “agressividade jornalística”. Ela se tornou uma revista comum, com poucos furos de reportagem. Enfim, uma publicação “conformista”, sem “sal” — do tipo “a primeira a chegar atrasada”. Aqui e ali, faz uma grande reportagem, talvez para provar que está “viva”. Assinantes da versão impressa reclamam com frequência que a revista às vezes e às vezes não chega. Até o papel parece ter piorado.