O deputado federal, Gustavo Gayer (PL), tem um hábito curioso que remete ao que a esquerda fez na época da ditadura militar. O que é curioso para alguém que critica e demoniza absolutamente tudo que a esquerda propõe, implementa, gere, e diz. 

O parlamentar, em suas redes sociais, fala muito em liberdade, propaga que o Brasil é uma ditadura comandada pela esquerda.

Em março, um grupo de deputados, liderado pelos deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foi aos Estados Unidos e passou cerca de uma semana em Washington (EUA) para angariar apoio político e tentar convencer os parlamentares republicanos de que o Brasil não é mais uma democracia.

Eles defendem que os Estados Unidos aprovem uma lei para penalizar as autoridades brasileiras, sob a justificativa de violação dos direitos de conservadores e que imponham sanções ao país. Esses são os patriotas que articulam uma sanção contra o próprio país.

A imprensa foi alvo da censura durante a ditadura instaurada pelo golpe civil-militar de 1964, que assumiu múltiplas formas: a lei da imprensa de 1967, a censura prévia, em 1970, a autocensura.

Os censores ficavam dentro das redações avaliando o conteúdo e tudo que acontecia por ali. Quando uma matéria era censurada pro esses funcionários da ditadura os jornais, para completar o espaço em branco colocavam uma receita de bolo e poemas. Essa também uma forma de protesto contra repressão da ditadura.

Agora vemos um deputado da extrema direita imitando a imprensa na sua resistência contra a ditadura. Os jornalistas têm dificuldade em saber o que o deputado pensa sobre problemas relevantes da capital de Goiás, do estado e também nacionalmente, e isso não por falta de tentar ouvir o outro lado da história.

Em recente encontro da conservador, realizado em Aparecida de Goiânia, o presidente estadual do PL, senador Wilder Morais, tentou convencer o deputado a falar com a imprensa, mas não teve jeito. O parlamentar que articula contra o próprio país deixou um mistério sobre sua pré-campanha à Prefeitura de Goiânia.

Em Brasília, o comando do PL quer dar um freio no reacionarismo do discurso radical bolsonarista. Um aliado do senador Wilder chegou a dizer que esse discurso encampado por deputados mais radicais “nunca construiu nada até agora e não tem chances de prosperar”. O próprio PL sabe que esse comportamento é um desastre.

Isso se reflete até no comportamento do presidente nacional do partido, que falou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem muito prestígio e não se compara com Bolsonaro. “Lula não tem comparação com Bolsonaro, completamente diferente. O Lula tem muito prestígio, não o carisma que Bolsonaro tem, mas tem popularidade, é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro, não, pois tem um mandato só”, disse em entrevista ao jornal O Diário.

Enfim, toda essa postura é pintada de conveniência e hipocrisia.