A violência política não é um fenômeno sazonal que acontece apenas em ano eleitoral e a violência contra mulheres na política é algo mais grave que afasta as mulheres dos espaços de poder. 

Ainda é muito difícil ver um secretariado paritário em prefeituras, no governos dos estados e também na Esplanada dos Ministérios. A ausência delas esconde a necessidade a importância que é combater a violência com a referências que elas podem passar para a sociedade e, por consequência, gerar respeito. 

A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) realizou um monitoramento de ataques virtuais e presenciais contra a imprensa nas Eleições de 2024. Até o momento, disponibilizaram seis relatórios, referentes a diferentes períodos. O mais recente é do período de 26 de setembro até 6 de outubro, o fim do primeiro turno das eleições municipais.

No período do relatório mais recente, entre 26 de setembro e 06 de outubro, registraram 1.198 postagens agressivas no Instagram, 185 no X e 1.015 no TikTok. Isso representa um aumento de 10 vezes em relação ao relatório da semana anterior, mesmo que a rede de Elon Musk ainda estivesse sob bloqueio do STF em solo brasileiro.

Em Goiás, o caso mais recente de agressão se deu com a apresentadora da Rádio Sucesso, Ravena Carvalho. Um assessor do candidato a Prefeitura de Aparecida de Goiânia chamou a jornalista de louca e isso rendeu uma reação da apresentadora. 

O próprio candidato tem um histórico problemático no tratamento com mulheres. No plenário da Câmara dos Deputados ele já chamou duas deputadas do PT de loucas. Em um outro episódio, diante de um protesto de uma alienada Universidade em que é dono ele chamou a mulher de “puta”. O caso foi gravado e circula até hoje nas redes sociais. 

É possível dizer que isso vem de um cultura machista enraizada na sociedade e também por exemplo. A imprensa exerce sua função de informar e de questionar. Faz parte fazer perguntas difíceis, porque são elas que vão trazer as respostas claras para o que a sociedade precisa saber.