O BNDES tem sido uma espécie de Robin Hood às avessas,tirou dos pobres brasileiros para dar a dirigentes ricos e corruptos do mundo afora

Quando, em 1990, instalou-se o Foro de São Paulo, uma reunião dos partidos de esquerda da América Latina, associados a guerrilheiros, terroristas e narcotraficantes, seu lema era “ganhar para o comunismo, na América Latina, o que se havia perdido no Leste Europeu”.

A iniciativa era de algumas lideranças marxistas do continente, à frente, dentre outras, Fidel Castro e Lula. A imprensa de então, com suas redações já majoritariamente esquerdistas, colaborou para o sucesso da sinistra empreitada, ocultando o que se passava, e até a existência do Foro.

A América Latina e o Leste Europeu (que viveu sob a ditadura do comunismo por quase meio século, do final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, até a Queda do Muro de Berlim, em 1989), se equivalem geograficamente, com seus cerca de 20 milhões de quilômetros quadrados, e duas dezenas de países. A diferença está nas populações. Enquanto o Leste Europeu abriga cerca de 270 milhões de habitantes, a América Latina tem o dobro. E a diferença está ainda mais na tolerância com o comunismo: enquanto no Leste Europeu, que o viveu, ele é detestado, por aqui é glamourizado.

O Grito, de Munch

Hoje, mais de trinta anos depois de instalado o Foro de São Paulo, pode-se dizer que a empreitada, tão retrógrada quanto insana, tem tido relativo sucesso, se é que se pode chamar sucesso algo tão nefasto quanto a implantação de regimes marxistas em países que foram relativamente democráticos, como Venezuela, Nicarágua, Argentina, Chile e Colômbia. De Cuba, nem se fala.

Os governos Fernando Henrique, Lula e Dilma abraçaram com entusiasmo a causa do Foro, e alegando a solidariedade internacional, dissiparam nossos recursos a torto e a direito, para reforçar governantes de esquerda nas nações-alvo, brindando países com obras feitas com o dinheiro do povo brasileiro, nos lesando enormemente.

O BNDES, nosso banco de fomento, foi a principal ferramenta usada por essa irresponsável política de malbaratar recursos do Brasil, que aqui fazem falta, e prestigiar dirigentes marxistas em outras plagas, sem retorno de qualquer espécie. A solidariedade só funcionou daqui para lá. Nunca recebemos nada de bom dos países que o petismo ajudou. Só de mau, como o tráfico de drogas.

Falo malbaratar porque muitas vezes esses financiamentos do BNDES não são honrados, e o prejuízo é de todos nós, brasileiros. Esses empréstimos tinham outro ingrediente malfazejo: o BNDES financiava obras para regimes de esquerda que eram entregues a preços superfaturados para três ou quatro empresas brasileiras (que a Operação Lava-Jato revelou), as quais por sua vez pagavam propina para os partidos de esquerda ou seus chefes, às vezes aqui e lá fora, simultaneamente.

Estimativa dos financiamentos do Brasil a países mui amigos
Argentina

A Argentina recebeu cerca de 2 bilhões de dólares de dinheiro brasileiro, para financiar gasodutos e aquedutos, beneficiando a esquerdista Cristina Kirchner e a Construtora Odebrecht.

Bolívia

O governo Evo Morales tomou à força as instalações da Petrobrás (refinarias de Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba), com o conhecimento de Lula. Pagou 112 milhões de dólares em indenização, quando as refinarias valem quatro vezes isso. Mesmo tendo nos desapropriado as instalações da Petrobrás, a Bolívia obteve financiamento de 200 milhões de dólares brasileiros, para a estrada Rurrenabaque-El Chorro, mais uma vitória do comunista Evo Morales. Empreiteira: Queiroz Galvão. A obra só não foi adiante por questões internas bolivianas.

Costa Rica

Teve um financiamento de 45 milhões de dólares para construção da hidrelétrica de Balsa Inferior, um brinde à presidente socialista Laura Chinchilla. Construtora OAS.

Cuba
Dilma Rousseff e Lula da Silva com Rául Castro: ajuda de avô para neto | Foto: Reprodução

Entre outros mimos, a ditadura dos Castro ganhou de presente do PT o Porto de Mariel, ou seja, quase 1 bilhão de dólares. Nunca pagou nada. Construtora, a Odebrecht.

Equador

Teve financiadas obras de irrigação e as hidrelétricas de San Francisco e Manduriacu, em valor de quase 1 bilhão de dólares, no governo do esquerdista Rafael Correa (hoje foragido, por crimes de corrupção). Construtora Odebrecht.

Guatemala

Financiamento da Rodovia Centro-Americana, de 280 milhões de dólares (suspenso por denúncia de corrupção). Construtora Odebrecht.

Honduras

Financiamento do Corredor Logístico de Honduras, no valor de quase 150 milhões de dólares (foi liberada apenas a metade, por denúncias de corrupção). Construtora Queiroz Galvão. O presidente de Honduras era Porfirio Lobo, acusado de narcotráfico, e hoje seu filho, Fabio, cumpre pena nos EUA por tráfico de cocaína.

México

Financiamento de uma planta da Braskem, em 90 milhões de dólares. Quem é dona da Braskem? Isso mesmo, a Odebrecht. E adivinhe quem tocou a obra. Fácil: a Odebrecht.

Nicarágua

A Eletrobrás e a Construtora Queiroz Galvão se associaram à ditadura nicaraguense de Daniel Ortega para construção da hidrelétrica de Tumarin, no valor de 1 bilhão de dólares, que não teve prosseguimento. Não se sabe quanto perderam ali a Eletrobrás e o BNDES, que financiaram e pagaram o projeto executivo.

Panamá

Financiamento do metrô da capital, no valor de 1 bilhão de dólares, e da autopista Madden-Colón. Construtora: Odebrecht

Paraguai

Embora no caso do Paraguai não haja financiamento expressivo do BNDES, o caso é pior: para tentar salvar o então presidente paraguaio, o bispo comunista Fernando Lugo, ameaçado de impeachment entre outras coisas por pedofilia, em 2011 o PT (Lula e Dilma, leia-se) triplicaram o valor da energia que o Brasil paga ao Paraguai, ao arrepio de um tratado internacional perfeito. Um prejuízo permanente de 240 milhões de dólares anuais. O rombo já está, desde então, perto dos 3 bilhões de dólares. E aumentando, a cada ano.

Peru

Financiamento da hidrelétrica de Chaglla, no valor de 350 milhões de dólares. Construtora Odebrecht.

República Dominicana

O país obteve mais de 1 bilhão de dólares de financiamento do BNDES, para uma termoelétrica construída pela Odebrecht e duas barragens feitas pela Andrade Gutierrez. O marqueteiro João Santana, de Lula e Dilma, foi quem fez a campanha do presidente dominicano Danilo Medina, acusado de corrupção

Uruguai

O país foi financiado em 30 milhões de dólares para o projeto de infraestrutura Aguas de Maldonado, beneficiando os presidentes esquerdistas Tabaré Vasquez e José Mujica. Construtora? Odebrecht.

Venezuela

O país vizinho obteve quase 3 bilhões de dólares do BNDES, e deu um completo calote, não pagando nem os juros. As principais obras financiadas foram o metrô de Caracas, obra tocada pela Odebrecht, e a Usina Siderúrgica Nacional, pela Andrade Gutierrez. Beneficiados: Hugo Chávez e Maduro. Evidentemente, propinas foram para o PT e associados.

BNDES se tornou Robin Hood às avessas

Como se vê, a ideologia pode ser mais prejudicial que a corrupção, para um país em formação, como o nosso.

Quando se juntam as duas, corrupção e ideologia, valha-nos Deus! Apenas nos países da lista acima, percebe-se, mais de 10 bilhões de dólares que fazem falta aqui foram girar fora, entregues a ditadores corruptos.

Apenas o dinheiro entregue a Cuba poderia ter financiado hospitais públicos e privados e ter resolvido no Brasil o crônico caso de falta de leitos de UTI, causa de tantas mortes.

O BNDES tem sido uma espécie de Robin Hood às avessas, alguém já disse: tirou dos pobres brasileiros para dar a dirigentes ricos e corruptos do mundo afora, e proporcionar propinas a políticos conhecidos, com o auxílio de grandes empreiteiras.

E, observe o leitor, só falamos aqui da América Latina. Desatinos semelhantes foram feitos na África, pelos mesmos atores: PT, BNDES, empreiteiras, ditadores de esquerda. O abuso é abissal.

P.S.: As informações acima foram obtidas em estudos do Instituto de Engenharia e do Instituto Von Mises.