Tais organismos, com discurso e ação esquerdistas, perderam relevância no contexto mundial

Fundada em 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial, e com o fito de promover o entendimento entre as nações e evitar novos conflitos como o que havia terminado, a Organização das Nações Unidas (ONU) contava então com 51 Estados fundadores e membros. Hoje, são 193 os Estados membros.

Embora tenha em seu curriculum algumas realizações importantes, como a criação do Estado de Israel e tenha obtido sucesso no pacificar alguns pequenos conflitos regionais, a ONU hoje é uma moderna Torre de Babel, em que muitos falam e pouco se entendem.

Além disso, como as decisões administrativas são tomadas por maioria de votos, os cargos de direção são ocupados por representantes do Terceiro Mundo, em geral profissionais esquerdistas de baixo nível intelectual.

Não é, pois, de se admirar que não tenha influência quando se trata de alguma questão importante. Um dos bons escritores de espionagem e ficção científica, o belga Jean Libert (1913-1995), que usava os pseudônimos de Paul Kenny e Jean-Gaston Vandel, assim definia a ONU: “Se dois países pequenos entram em conflito, a ONU intervém, e o conflito desaparece; se um país grande e um país pequeno entram em conflito, a ONU intervém e o país pequeno desaparece; se dois países grandes entram em conflito, a ONU intervém e a ONU desaparece”. Uma piada, mas não muito longe da realidade.

A omissão forçada da ONU na guerra entre Rússia e Ucrânia mostra bem sua desimportância.

A ONU tem seis órgãos principais em sua estrutura administrativa: a Assembleia Geral, o Secretariado, a Corte Internacional de Justiça, e os três Conselhos: o de Segurança, o Econômico e Social e o de Tutela. Cada um desses órgãos abriga seus Departamentos, suas Comissões e suas Organizações.

Um diplomata meu conhecido, que serviu junto à ONU, comentava, com certa ironia, sobre a mediocridade de seu corpo profissional: há dois tipos de funcionários na ONU. Ou foram bons alunos em péssimas universidades, ou foram os piores alunos nas melhores universidades. Para demonstrar o funcionamento canhestro e aparelhado dessas partes da ONU, e mostrar que as muitas críticas que surgem mundo afora quanto a seu funcionamento têm razão de ser, falaremos algo de três dessas partes: da OPAS-Organização Panamericana da Saúde (OPAS), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho de Direitos Humanos.

OPAS e a “escravidão” de médicos cubanos

A OPAS, embora tenha sido criada em 1902, hoje funciona como um escritório regional da OMS junto às Américas.

Um fato recente demonstra seu aparelhamento e sua disfuncionalidade. Em 2011 e 2012, houve uma série de negociações secretas entre a ditadura cubana e o governo Dilma Rousseff para a contratação no Brasil de médicos cubanos, e a maneira da ditadura cubana se apossar formalmente da maior parte do salário desses profissionais. Essas negociações concluíram que era melhor afastar o Congresso brasileiro da questão, para evitar as incômodas discussões quanto ao regime de verdadeira escravidão a que esses profissionais estariam sujeitos.

Carissa Etienne

A OPAS, então, entrou nas negociações e admitiu cumprir o papel de intermediária na operação de roubar os salários dos médicos. Era, como ainda é dirigida, por uma obscura médica dominicana, Carissa Etienne, formada pela Universidade das Índias Ocidentais, estabelecimento jamaicano que nem aparece entre os primeiros quatrocentos do ranking internacional. Assim foi feito. A “companheira” Carine, a ditadura cubana e o governo Dilma montaram todo o esquema de trabalho “análogo à escravidão” de milhares de médicos cubanos, que funcionou até a posse do atual governo brasileiro. Hoje, médicos exilados nos EUA, que serviram no Brasil processam Carine e a OPAS nos tribunais de Washington. Cobram o dinheiro que lhes foi surrupiado. Pode sobrar indenização para o Brasil.

OMS e o esquerdista Tedros  Adhanom

Tedros Adhanom e Carissa Etienne | Foto: Reprodução

A OMS deveria, pois para isso foi criada e custa uma fortuna ao mundo todo, ser um farol na luta contra a pandemia do Covid. Deveria pesquisar imediatamente a origem do vírus, como evitar sua propagação e meios efetivos de prevenir e curar sua doença. Tudo com eficiência e rapidez. Não fez nada disso.

O que se viu foi uma OMS completamente perdida. Seu diretor era — e ainda é — Tedros Adhanom, um apagado biólogo etíope (nem médico é), formado em uma universidade inexpressiva à época (1986) e que logo depois (em 2002) fechou as portas, a Universidade de Asmara.

Mas Tedros é um conhecido militante de esquerda, o que explica sua alçada a esse cargo importante. Como o vírus havia surgido em Wuhan, na China, e Tedros temia desagradar os “companheiros” chineses, não enviou pesquisadores a Wuhan, para investigar a origem do Covid e possíveis meios de combatê-lo. Enviou apenas um ano depois alguns cientistas, depois de reclamações mundiais, mas mesmo estes nada obtiveram, por falta de colaboração chinesa.

Não enviou também pesquisadores aos países asiáticos onde o vírus se mostrou menos mortal, como Taiwan, Hong Kong e Japão, para aprender como lidar melhor com ele. Também não convocou os grandes laboratórios para uma conferência em Genebra (sede da OMS) visando desenvolver medicamentos e vacinas.

As vacinas surgiram dos esforços individuais da livre iniciativa, em várias partes do mundo. Ficou Tedros e ficaram seus “cientistas” muito bem pagos no bem bom de Genebra, enquanto o mundo caía doente. E, mais, por comodidade, a OMS adotou e ajudou a espalhar pelo mundo o “lockdown”, a catastrófica medida de “fechar tudo”, preconizada pelo Imperial College of London (ICL) e seu epidemiologista Neil Ferguson.

Se tivesse o mínimo conhecimento, Tedros saberia que Ferguson havia pelo menos por duas vezes feito previsões apocalípticas e errado feio, de maneira até ridícula: no Mal da Vaca Louca e na Gripe do Frango. Nunca seria bom conselheiro. Mais tarde se saberia que o lockdown em nada adiantava no conter o mal e deixaria um desastre econômico mundial. Mas já era tarde.

Conselho de Direitos Humanos

O Conselho de Direitos Humanos (ou Alto Comissariado para os Direitos Humanos) da ONU tem na sua chefia, desde 2018, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

Embora não seja uma figura apagada, como Carissa Etienne ou Tedros Adhanom, Bachelet não poderia ocupar, como extremista de esquerda que é, o cargo que ocupa. Bachelet foi exilada na Alemanha Oriental, cujo regime elogiava e teve ligações no Chile com a Frente Patriótica Manoel Rodriguez (FPMR), uma organização terrorista. Admiradora de Fidel Castro, quando presidiu o Chile, fez questão de fazer visita oficial à ditadura cubana e beijar a mão de Fidel.

Há quatro décadas, um presidente chileno não visitava a ilha. Falta-lhe imparcialidade. Naturalmente implicada com o presidente Jair Bolsonaro, não poucas vezes fez acusações a ele ecoando falas dos partidos da extrema esquerda tupiniquim.

Já em 2018, prestes a assumir seu cargo na ONU, em um congresso de Saúde Pública no Rio de Janeiro, Bachelet se intrometia em nossos assuntos e pedia Lula livre. Em 2019, fazia críticas à mineração na Amazônia e criticava o governo brasileiro pelos incêndios na floresta, além de acusá-lo por pretensos excessos policiais no Brasil. Recebeu, então dura resposta do presidente Bolsonaro.

Em 2020, Bachelet defendia os Sem-Terra, e afirmava haver perseguições a jornalistas no Brasil. Agora em 2022, voltou a bater na tecla da Amazônia e criticou o governo pelas mortes do ambientalista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Em nenhum momento mencionou a presteza do governo e da Polícia Federal em desvendar o crime e prender os culpados.

Bachelet é menos crítica com o governo da Nicarágua, embora Daniel Ortega (no quinto mandato como presidente) tenha matado cerca de 400 manifestantes de oposição em 2018 (inclusive uma estudante brasileira) nas ruas do país. Fez alguns relatórios tímidos conclamando o governo a um diálogo com a oposição e oferecendo seus préstimos. Calou-se quanto à perseguição religiosa no país.

As freiras da organização de Madre Tereza de Calcutá foram expulsas da Nicarágua, rádios cristãs foram fechadas, o bispo de Manágua foi preso e sermões nas igrejas são censurados. Cuba, que no ano passado reprimiu com violência manifestantes por democracia, e prendeu incomunicáveis opositores, jornalistas, artistas e até crianças, recebeu também críticas amenas de Bachelet, que pedia tolerância da ditadura cubana, mas pedia também “suspensão das sanções unilaterais contra Cuba”, numa alusão ao embargo americano. E só o fez porque a Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos dela cobrou, em julho do ano passado, uma posição. Mais tímida ainda foi quanto à perseguição do governo chinês contra os uigures, uma minoria muçulmana que está sendo isolada e mandada para campos de concentração, na China. Fez uma visita de fancaria à China, em maio deste ano, para dizer que agia, mas visita dirigida pelo governo chinês, só foi aonde a levaram e só entrevistou pessoas selecionadas pelo mesmo governo. Não falou com nenhum uigur preso, embora exista 1 milhão deles nos campos de concentração. A Human Rights Watch e a Anistia Internacional chegaram a pedir sua renúncia. Uma farsante.