Nenhum país no mundo enfrenta fatores tão adversos na luta contra as drogas quanto o Brasil. O que, obrigatoriamente deve ser levado em conta em estudos relacionados com o tema

Um estudo, elaborado pela Harm Reduction Consortium, uma ONG ligada à ONU e financiada pela Open Society Foundations, foi publicado na semana passada, estabelecendo uma lista de 30 países pela efetividade de suas políticas de combate às drogas, por critério da mesma ONG. Esse critério leva em conta quatro fatores: Ausência de medidas extremas por parte do Estado no combate às drogas; efetividade da justiça criminal; políticas de redução de danos e assistência médica a drogados. O estudo abrange trinta nações e mostra como países mais efetivos, isto é, com melhores políticas no combate às drogas, Noruega, Nova Zelândia e Portugal. Aponta o Brasil em 30º lugar, ou seja, o último.

Alguns comentários sobre esse trabalho: Antes de mais nada é preciso encarar com reservas qualquer trabalho, ONG ou ação financiados pela Open Society. A organização não é científica, é política, seus objetivos nunca foram verdadeiramente explicitados, e as acusações contra ela são variadas. A mais comum é de que trabalha por um Governo Mundial. É controlada pelo bilionário George Soros, cuja fortuna não veio do trabalho, mas das especulações e golpes no mercado financeiro. Além disso, judeu húngaro, Soros já foi acusado de ações muito pouco dignas durante a Segunda Guerra, quando vivia na Hungria e os judeus eram enviados para o Holocausto. A Open Society financia grupos de esquerda pelo mundo todo, já tendo sido expulsa da Rússia, da Hungria (pátria do próprio Soros) e de outros países. Sob a desculpa da filantropia, financia no Brasil ONGs que nada têm de filantrópicas, como a Viva Rio e Sou da Paz, parceiras dos governos de esquerda na imposição ao país da catastrófica política de segurança pública que transformou o Brasil no cadafalso de 60 mil pessoas ao ano, os presídios em territórios tomados por facções criminosas, cidades em vítimas do novo cangaço, a impunidade em fato natural e ao final desvalorizou e desmotivou a polícia.

Causa estranheza que o estudo tenha excluído nações que lutam com muitas dificuldades na guerra contra a droga e que deveriam entrar em qualquer análise desse tipo. O exemplo mais gritante nessa ausência são os Estados Unidos. É um estudo sobre drogas que não inclui o país maior consumidor de cocaína do planeta. Curiosamente, deixa de lado os EUA, mas inclui o Canadá. Na Europa, deixa de fora Alemanha e França, os países mais importantes, e não inclui Itália e Espanha, países que enfrentam enormes problemas com o tráfico.  Na África, incluiu África do Sul, Quênia, Uganda, Marrocos e Moçambique, mas os países mais populosos, Nigéria, Etiópia, Egito e Congo não aparecem. Da América Central só aparece Costa Rica, o país que menos problemas enfrenta com drogas na região, e é bem menor que Guatemala, Haiti, Republica Dominicana, Nicarágua e até Honduras, este último um dos países mais violentos do mundo, inclusive por conta das drogas. Do Oriente Médio, aparece no estudo o pequenino Líbano, mas os grandes, como Irã, Iraque e Turquia foram esquecidos. Em suma, um estudo absolutamente falho, em se tratando de um problema tão universal como as drogas e seu enfrentamento. Parece mesmo, me perdoem a pretensão, um estudo dirigido, visando mesmo o descrédito do Brasil. Afinal, com a ajuda da quinta coluna brasileira, que quer destruir o Presidente mesmo que destrua o Brasil, está na moda nos atacar lá fora, como foi feito na reunião recente do G20. Os maiores poluidores do mundo, que não reduzem suas emissões de carbono, culpam o Brasil pelos problemas ambientais. Destruíram seu meio ambiente, e nos criticam, embora nenhum deles preserve mais do que nós. E ainda contam com o coro interno de uma ideologia desvairada, na imprensa inclusive, tão prejudicial ao país, principalmente neste momento, em que são necessários todos os esforços para vencer a recessão que a pandemia provocou.

O Brasil enfrenta o tráfico como um de seus maiores problemas. Mas ele não é só uma questão interna, como o estudo quer impingir. Ouso dizer que nenhum país no mundo enfrenta fatores tão adversos na luta contra as drogas quanto nosso país. O que, obrigatoriamente deve ser levado em conta em estudos do tipo deste que comentamos. Senão, vejamos:

  1. O Brasil é o único país do mundo que tem em suas fronteiras quatro dos maiores produtores de drogas do planeta (Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai)
  2. As drogas provenientes desses países e que não são consumidas no Brasil passam obrigatória e majoritariamente por nosso território para exportação.
  3. Tivemos e temos governos fronteiriços ou próximos envolvidos com o narcotráfico, fato já sobejamente comprovado.
  4. Forças paramilitares narcotraficantes operando em nossas fronteiras contam com apoio interno no Brasil, inclusive político (caso das FARC colombianas).
  5. O tráfico boliviano já criou em Rondônia um embrião de guerrilha, a LCP – Liga dos Camponeses Pobres, financiado e armado pelos narcotraficantes do país vizinho. 
  6. A grande movimentação financeira do tráfico propiciou a formação de duas poderosas organizações criminosas no Brasil, Comando Vermelho e o PCC. A segunda, mais organizada, já se tornou multinacional, e opera fortemente também no Paraguai, ao menos. A primeira, o Comando Vermelho, domina áreas extensas na cidade do Rio de Janeiro.
  7. A leniência dos três poderes, avisada ou desavisadamente promovida pelos governos FHC, Lula e Dilma, deu força extra ao tráfico internamente no país.

Todos esses fatores adversos tornaram o Brasil muito vulnerável ao narcotráfico, e seu combate uma dura e urgente necessidade nacional.