O Brasil é mesmo um país diferente. Fico imaginando a reação de um cidadão europeu de discernimento, de educação esmerada, que trabalha em uma profissão técnica qualquer de alto nível, que conhece história, é bastante bem informado pelos bons jornais, revistas e livros que permanentemente lê, e provavelmente perdeu algum parente na guerra, se eu disser a ele que temos aqui um partido stalinista, o PCdoB. Provavelmente, pensará que estou brincando e até pode se irritar um pouco, pois os europeus, em geral, não apreciam, como nós, as brincadeiras, principalmente com quem não têm intimidade.

Se eu afirmar mais, que um integrante desse partido, um deputado chamado Aldo Rebelo foi — e é — ministro do governo brasileiro, possivelmente vai achar que eu não regulo bem ou sou um rematado mentiroso.

Só não vai achar estranho se eu disser que esse cidadão, que foi ministro da Ciência e Tecnologia, defendeu uma lei que freia o desenvolvimento tecnológico — pois pode tirar empregos — pois será claro e evidente para ele que alguém, se admira o stalinismo, além de mentecapto, tem seu meio cérebro parado na década de 1950.

E se eu disser que tal cidadão é hoje ministro da Defesa, estou certo que ele então vai achar que doida é a presidente, que cometeu o desatino de nomeá-lo. Eu não me atreveria a dizer a um europeu com esse perfil que a presidente também admira Stálin, e tentou seguir seu estilo de governar, pois aí quem ia se julgar louco seria ele mesmo, por não poder admitir, na época atual, alguém atuar como seguidor de Hitler ou de Stálin.

Mas o fato é que esses dinossauros políticos sobrevivem por aqui, embora tenham uma enorme capacidade de mimetismo que os antigos dinossauros não tinham, até porque dele não precisavam.

A deputada Jandira Feghali, outra integrante do PCdoB, que adora uma viagem internacional, mas nunca de classe econômica, tinha até há pouco um restaurante de luxo na zona sul do Rio, cuja especialidade era a comida árabe (prestigiando suas raízes étnicas), mas que fechou, passado um prazo de euforia, pois não dava lucro bastante.

Outra característica nossa, e só nossa: comunista aqui não gosta de capitalismo, mas gosta de capital. Viver como comunista, só Mujica, no Uruguai.

Nem me atrevo a comentar com os amigos que tenho no velho continente sobre políticos como Marta Suplicy: comunista chique, rica, elegante, vestida pelas mais elitistas grifes, que gosta das altas rodas sociais, mas que viveu 33 anos no ambiente político marxista do PT, onde tudo aceitou: roubos, mentiras, assassinatos como o do “companheiro” Celso Daniel, invasões, destruições, movimentos sociais espúrios, desarmamento da população, tentativas de amordaçamento da imprensa, mensalões e petrolões, e agora, ultrapassada numa pretensão eleitoreira, acha-se no direito de deixar o partido e criticar, num chilique de dondoca, tudo de errado de que usufruiu em mais de três décadas de desvario. Lembrando que deixou o PT, mas não a base governista, que ninguém é de ferro. É ruim ter esse pessoal por aqui, mas pior mesmo é tê-lo no governo. A comunada está atrasando a vida de quem tem juízo e trabalha. Destruiu a Petrobrás e está destruindo o Brasil.