Sem espaço para se candidatar ao governo em 2022 no PP, senador abre espaço no PSD para consolidar alianças. Resta saber em qual pleito Vanderlan estará

Movimento do senador Vanderlan Cardoso de sair do PP e ir para o PSD pode gerar outras mudanças na política goiana até 2022
Movimento do senador Vanderlan Cardoso de sair do PP e ir para o PSD pode gerar outras mudanças na política goiana até 2022 | Foto: Beto Barata/Agência Senado

Vanderlan Cardoso (PP) chega a 2020 com possibilidades eleitorais que muitos políticos goianos gostariam de ter. Senador eleito em 2018, foi prefeito de Senador Canedo reeleito em 2008. Deixou a gestão na Região Metropolitana para ser duas vezes candidato a governador (2010 e 2014).

Em 2016, o goiano de Iporá chegou ao segundo turno nas eleições municipais em Goiânia. Quatro anos depois, o político de 57 anos, mesmo após três derrotas em pleitos executivos, consolidou força eleitoral para ser cotado novamente como pré-candidato na capital.

Tanto que ver seu nome bem cotado em Goiânia por adversários despertou interesse no pepista em migrar para o PSD e ter o apoio do partido para entrar na corrida, possivelmente mais uma vez contra o prefeito Iris Rezende (MDB). É claro que nem tudo é tão óbvio, fácil e bem resolvido.

Disputa interna
Pré-candidato a prefeito pelo PSD, deputado Francisco Júnior pode se tornar um aliado ou um problema nos planos do senador Vanderlan Cardoso no partido
Pré-candidato a prefeito pelo PSD, deputado Francisco Júnior pode se tornar um aliado ou um problema nos planos do senador Vanderlan Cardoso no partido | Foto: Reprodução/Facebook

Vale lembrar que o PSD já tem um pré-candidato a prefeito. E é justamente o deputado federal Francisco Júnior, que entrou na disputa pela Prefeitura de Goiânia como um nome relativamente desconhecido.

Ao final do primeiro turno, o parlamentar atingiu um crescimento eleitoral que surpreendeu os adversários. E por pouco não terminou a corrida pelos votos no terceiro lugar. Tanto que Francisco Júnior recebeu 63.712 votos.

Ficou logo atrás do deputado federal Delegado Waldir (PSL), que estava no PR e começou as pesquisas empatado com Iris no primeiro lugar. Waldir acabou o primeiro turno na terceira colocação e os votos de 71.727 eleitores da capital.

Quem vai

Hoje sem partido, a vereadora Sabrina Garcez, presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara, já deixou claro que pretende seguir os passos partidários de Vanderlan.

Para parlamentar, acompanhar o senador no PSD é um caminho natural. “Se ida dele está definida, a minha também está”, disse a representante do Legislativo da capital.

Sabrina também conversa sobre uma possível filiação ao PDT, da deputada federal Flávia Morais. O partido tem como pré-candidato a prefeito em Goiânia o vereador Paulinho Graus. Inclusive, o parlamentar pedetista recebeu o apoio do presidente nacional, o ex-ministro Carlos Lupi, em passagem pela capital na semana passada.

Outro caminho
Representante da oposição na Câmara, vereadora Sabrina Garcez (sem partido) tem como possibilidade acompanhar Vanderlan em filiação ao PSD ou migrar para o PDT
Representante da oposição na Câmara, vereadora Sabrina Garcez (sem partido) tem como possibilidade acompanhar Vanderlan em filiação ao PSD ou migrar para o PDT | Foto: Augusto Diniz/Jornal Opção

Com isso, a ida de Sabrina para o PDT a afastaria dos planos de apoiar Vanderlan na pré-candidatura a prefeito. Por outro lado, a chegada do senador e da vereadora de oposição ao prefeito Iris Rezende ao PSD pode ocasionar algumas saídas.

Se a chegada de Vanderlan e Sabrina podem fortalecer o PSD, presidido em Goiás pelo ex-deputado federal Vilmar Rocha, a filiação representa um empurrão daqueles para que Francisco Júnior busque outra freguesia. Isso se o senador levar adiante os planos de ser candidato a prefeito em 2020.

Caso o deputado federal queira mesmo manter a pré-candidatura, Francisco Júnior não teria espaço diante do interesse de Vanderlan na disputa pelo cargo majoritário a capital. Além de Francisco, a entrada do senador no jogo pode forçar a saída da vereadora Priscilla Tejota.

Adeus, PSD?

No PSD por questões familiares, Priscilla foi lançada pelo marido, o então deputado estadual Lincoln Tejota, que também estava no partido, a vereadora em 2016. Eleita, a parlamentar viu o vice-governador deixar o PSD e migrar para o Pros.

Como Lincoln se filiou na semana passada ao Cidadania, partido em que assumirá a presidência estadual, os planos políticos do casal se separam. Enquanto o vice-governador declarou apoio à pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Virmondes Cruvinel (Cidadania), a vereadora tem se afastado dos projetos do marido.

Expoente da oposição nos primeiros anos de atuação na Câmara, Priscilla está cada vez mais próxima do prefeito Iris Rezende (MDB). A própria vereadora disse em entrevista ao Jornal Opção no ano passado que tem muito carinho pelo emedebista, que também demonstra gostar muito da vereadora.

E 2022?
Cada vez mais próxima do prefeito Iris Rezende (MDB), vereadora Priscilla Tejota pode deixar o PSD com chegada e pré-candidatura de Vanderlan Cardoso em 2020
Cada vez mais próxima do prefeito Iris Rezende (MDB), vereadora Priscilla Tejota pode deixar o PSD com chegada e pré-candidatura de Vanderlan Cardoso em 2020 | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Se os planos de Vanderlan estiverem focados apenas em 2022, sem passar pela disputa da Prefeitura de Goiânia, o senador pode ganhar em Francisco Júnior um aliado. O fato estreitaria a relação política com o presidente do PSD, Vilmar Rocha, e talvez não afaste Priscilla Tejota da sigla.

A construção da aliança em torno no nome de Francisco Júnior daria apoio e fortalecimento ao projeto eleitoral de Vanderlan ao governo do Estado.

Se faltou espaço no PP após a aliança administrativa entre o presidente pepista, o ex-ministro e secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, e a gestão do governador Ronaldo Caiado (DEM), o caminho no PSD parece interessante aos planos do senador.

Tudo depende das decisões Vanderlan que tomar, o grupo que conseguir formar e os adversários que criará nos próximos dois anos.