O ex-piloto Emerson Fittipaldi quer entrar para a política. Mas não no Brasil. Seu objetivo é se tornar senador na Itália, que conta com eleições parlamentares no próximo mês. A lenda do automobilismo nacional vai concorrer pelo Fratelli d’Italia, partido considerado de extrema direita.

Aos 75 anos, ele tomou a decisão na quinta-feira, 11, após longo telefonema a Giorgia Meloni, líder do partido que tem chances reais de ser a nova primeira-ministra da Itália nas eleições de setembro.

Giorgia é uma política controversa, que pode chegar ao posto – o qual nenhuma mulher assumiu até hoje – se dizendo admiradora do ex-ditador Benito Mussolini.

Bicampeão da Fórmula 1 em 1972 e 1974, Fittipaldi nasceu em São Paulo, mas tem sangue italiano nas veias. Seu pai, Wilson Fittipaldi, mais conhecido como “Barão”, era filho de imigrantes italianos e tinha a cidadania do país europeu, o que permitiu a Emerson fazer o mesmo.

O lado italiano da família do bicampeão de F-1 tem origem em Trecchina, uma aldeia com menos de 2,5 mil moradores, na província de Potenza, no sul do país.

Nas eleições parlamentares da Itália, Emerson Fittipaldi vai apoiar o candidato à reeleição na Câmara, Luis Roberto Lorenzato, do Lega Nord (Liga Norte), outro partido de direita. De acordo com o periódico italiano Il Giornale, o ex-piloto recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) para sua candidatura na Itália. Fittipaldi demonstrou apoio público a Bolsonaro na eleição de 2018.

Nos últimos anos, o ex-piloto se tornou notícias por dificuldades financeiras, principalmente por conta de dívidas que surgiram quando organizou a prova Seis Horas de São Paulo, disputada no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, em 2012.

Em junho, a Justiça de São Paulo decidiu pela penhora de bens como carros e troféus por uma dívida com a empresa Sax Logística de Shows e Eventos. Ela havia sido contratada para prestar serviços na prova de automobilismo. Alguns dos bens incluem o carro Copersucar 1976, da escuderia Fittipaldi, a única equipe brasileira da história da Fórmula 1.

Em 2020, concedeu entrevista ao Estadão em que não revelava o valor da dívida contraída, mas dizia estar confiante em resolver os problemas financeiros. “Vou liquidar tudo, não tenho medo. Estou trabalhando muito”, disse à época.

* Com informações do site do jornal Estado de S. Paulo.