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Eleições 2026
Lideranças do União Brasil saem em defesa da candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência, após fala de Elmar Nascimento

Lideranças do União Brasil saíram em defesa da candidatura do governador Ronaldo Caiado à Presidência da República em 2026. O movimento aconteceu após o deputado Elmar Nascimento (UB-BA) afirmar que ficar no governo e lançar Caiado em 2026 seria "traição com Lula".

Em seguida, lideranças de peso do partido saíram em defesa do nome do governador de Goiás para a disputa de 2026. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o deputado federal Alfredo Gaspar (AL), além da bancada goiana do UB, se manifestaram.

O prefeito reeleito de Salvador postou hoje nas suas redes uma matéria da CNN que aponta que Caiado tem a segurança pública mais bem avaliada do Brasil, segundo pesquisa Atlas Intel. O índice de aprovação é de 89%. “Quem tem o melhor governador do país precisa ter candidato próprio à presidência. Ronaldo Caiado é um orgulho para nosso partido e renova as nossas esperanças em um futuro muito melhor para o Brasil”, escreveu Reis.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Alfredo Gaspar disse que vai propor à direção do partido uma reunião ainda este ano pra decidir se fica no governo Lula ou se desembarca e vai logo pra oposição. E já avisou que é a favor da segunda alternativa, para trabalhar a candidatura própria.

"O União Brasil tem feito tudo pela governabilidade. Mas na atual conjuntura, não dá para dizer que o governo está bem. As contas públicas estão estourando, o crime organizado está cada vez mais forte", afirmou Gaspar. Sobre o nome do candidato, Gaspar afirmou: "Ele é uma excelente opção, mas tem de ser uma decisão coletiva”.

Ressentimento

A fala de Elmar foi apontada internamente na sigla como fruto de mágoa por não ter contado com o respaldo da direção do União Brasil para disputar a presidência da Câmara dos Deputados. O partido decidiu apoiar Hugo Motta (Republicanos/PB). Elmar afirmou ao UOL que ficar no governo e lançar candidatura própria seria traição a Lula e disse que o melhor para a sigla seria definir pelo apoio ao petista.

Para o deputado federal José Nelto (GO), seria um erro a sigla tomar essa decisão. “Temos com Ronaldo Caiado a oportunidade de lançarmos um nome extremamente competitivo e que tem a autonomia e a capacidade de diálogo para fazer as reformas que o País precisa”, defende Nelto. "Se o partido tiver algum outro nome, alguém que tenha capacidade e habilidade, vamos discutir. É legítimo. Agora abrir mão de uma boa candidatura por causa de espaço no governo não é algo aceitável”, reforça.

O UB tem hoje os ministérios das Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional. Contudo, lideranças como o ex-prefeito ACM Neto e o presidente do diretório nacional, Antônio Rueda, têm defendido que o partido lance Caiado candidato a presidente.

A deputada Silvye Alves também defende a tese de que rifar a candidatura de Caiado seria desperdiçar uma grande chance para o UB. “Temos um partido que está fortalecido e um pré-candidato que tem como credenciais o governo mais bem avaliado do País. Caiado tem credibilidade para propor um grande projeto ao país, resolvendo problemas crônicos como o crime organizado e a corrupção”, afirma Silvye.

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Contragolpe
Governador de Mato Grosso promove boicote ao Carrefour e critica protecionismo europeu

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), anunciou que está liderando um boicote ao Carrefour e ao Atacadão em resposta a declarações do CEO da rede varejista francesa, Alexandre Bompard. Mendes expressou sua insatisfação com os comentários feitos por Bompard, que sugeriu que a França poderia ser "inundada" por carne do Mercosul de qualidade inferior caso o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano fosse aprovado.

Mendes considerou as declarações infundadas e defendeu que elas tentam criar barreiras comerciais para os produtos brasileiros, principalmente os do setor agropecuário. O governador argumentou que a carne produzida no Brasil é de alta qualidade, sustentável e competitiva. "Não aceitamos esse tipo de ataque à imagem do nosso país", afirmou Mendes, ressaltando a importância da reciprocidade nas relações comerciais. "Do jeito que você me trata, eu tenho o direito de te tratar", acrescentou.

Em resposta às declarações, Mendes orientou a população brasileira, especialmente os envolvidos com o agronegócio, a boicotarem as lojas da rede Carrefour e Atacadão no Brasil. Além disso, o governador afirmou que a Secretaria da Fazenda do estado será acionada para analisar a viabilidade de medidas legais contra a empresa. "Eles não terão vida fácil aqui no meu estado, por desrespeitarem o Brasil e o agronegócio", disse.

A crítica de Mendes se estendeu ao que ele vê como um protecionismo disfarçado de preocupações ambientais. O governador desafiou a comparação entre as práticas ambientais brasileiras e francesas, lembrando que no bioma amazônico 80% das propriedades devem ser preservadas. Mendes também ressaltou que os produtores europeus, em especial os franceses, recebem subsídios e são menos eficientes que os brasileiros, o que, segundo ele, leva à criação de barreiras comerciais para evitar a competição.

Sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o governador se mostrou pessimista quanto à sua aprovação, devido à forte resistência da França. Mendes sugeriu que o Brasil poderia buscar novas parcerias comerciais com países da Ásia e do Oriente Médio como alternativa.

Em nota, o Carrefour se manifestou, esclarecendo que a medida anunciada por Bompard se aplica apenas às lojas da rede na França e não reflete uma avaliação sobre a qualidade da carne do Mercosul. Segundo a empresa, as lojas nos outros países, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar normalmente e a adquirir carne do Mercosul sem alterações. A rede afirmou ainda que a decisão foi tomada em resposta a uma crise no setor agrícola francês e que não tem impacto sobre os mercados fora da França.

Leia também Carrefour deixa de vender carne do Mercosul na França;

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Cultura
A Macabéa de Clarice Lispector e sua metalinguística

*Abílio Wolney Aires Neto

Em A Hora da Estrela, Clarice Lispector explora a vida de Macabéa, uma jovem nordestina e marginalizada que vive no Rio de Janeiro. O livro, publicado em 1977, tem como narrador Rodrigo S.M., que reflete sobre o ato de narrar essa história. A narrativa metalinguística permite que a autora discuta a própria natureza da escrita e a dificuldade de contar a vida de alguém cuja existência parece insignificante.

Macabéa, retratada como inocente e alienada, vive em um contexto de migração para grandes cidades em busca de oportunidades, mas sua vida é marcada pela ausência de amor, autoestima e sonhos. Invisível para a sociedade, Macabéa trabalha como datilógrafa, é mal remunerada e vive uma rotina de simplicidade extrema, sem entender sua própria condição de marginalização. Rodrigo expressa compaixão e distanciamento ao narrar a história, observando: “Ela não sabia que era infeliz, por isso era feliz.” Esse comentário reflete a alienação de Macabéa em relação a seu próprio sofrimento.

Rodrigo questiona a ética e o sentido de narrar uma vida aparentemente “sem importância”, revelando a fragilidade da condição humana. Ele admite: “Estou escrevendo por falta de assunto, porque a moça não é de se lhe tirar um romance.” Com isso, Clarice explora as dificuldades de contar a vida de pessoas esquecidas e marginalizadas. Macabéa, frequentemente descrita como uma “sombra” ou um ser “ausente”, tenta se adaptar aos padrões urbanos, mas não consegue. Esse retrato reflete uma condição humana universal de alienação e desconexão da própria individualidade.

O livro torna-se, assim, uma meditação sobre o Brasil, a alienação social e a existência. Macabéa simboliza os que vivem nas sombras e na periferia, sem voz e identidade. Sua morte aparece como uma possível libertação de sua vida de miséria e alienação, levando o leitor a refletir sobre a precariedade da vida e o valor de dar voz aos invisíveis.

De uma perspectiva espírita, Macabéa pode ser vista como uma “alma pura” que vive um estágio de aprendizado, com pouca consciência de sua própria dor e condição. Sua ignorância quanto à própria infelicidade sugere uma vida desapegada do materialismo, marcada por uma aceitação instintiva da realidade. Esse estado de simplicidade e alienação indica um estágio de desenvolvimento espiritual, no qual a alma ainda está em processo de aprendizado sobre sua própria individualidade e propósito.

A vida e o sofrimento da personagem surgem, assim, como uma forma de purificação e prova espiritual, na qual a alma experimenta condições extremas de simplicidade.

Sua morte, mais do que um trágico fim, pode ser vista como uma libertação, apontando para um novo nível de entendimento. Sua história sugere que a invisibilidade e a humildade carregam um valor transcendente, indicando uma possível transcendência da marginalidade que marcou sua vida e simbolizando um caminho de evolução espiritual.

Na visão de Albert Camus, a existência de Macabéa reflete o absurdo da condição humana, onde a vida não oferece respostas para as perguntas fundamentais. A alienação e a falta de sentido, para Camus, seriam aspectos centrais da experiência humana, e a morte de Macabéa seria o auge dessa vivência do absurdo. Para Camus, diante de um mundo indiferente, a única resposta possível seria aceitar o vazio e viver plenamente, numa revolta silenciosa e digna diante da falta de sentido.

Assim, A Hora da Estrela transcende a vida de Macabéa e explora questões universais sobre a condição humana, o sofrimento, a alienação e o mistério da existência. Seja pela visão espírita, que enxerga na trajetória da protagonista um aprendizado, seja pela visão de Camus, que sugere a aceitação do absurdo, a história de Macabéa traz uma reflexão profunda sobre o valor das vidas humildes e nos leva a questionar o propósito de narrar histórias como a sua.

Abílio Wolney Aires Neto | Foto: Acervo Pessoal

*Abílio Wolney Aires Neto é Juiz de Direito da 9ª Vara Civel de Goiania.
Cadeira 9 da Academia Goiana de Letras, Cadeira 2 da Academia Dianopolina de Letras, Cadeira 23 do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás-IHGG, Membro da União Brasileira de Escritores-GO dentre outras.
Graduando em Jornalismo.
Acadêmico de Filosofia e de História.
15 titulos publicados