Opção cultural

Encontramos 4830 resultados
Vamos, que a Broadway chegou em Goiânia e só ficará por dois dias

[caption id="attachment_26835" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption] Adaptações de grandes espetáculos são comuns. Raras são as apresentações com qualidade Broadway, caso de “Superboy e a menina invisível”, que estará no Teatro Sesi nos dias 30 e 31 de janeiro, em três apresentações. Com direção de Luciano Martins, um apaixonado por musicais, o espetáculo é uma adaptação de “Next to Normal”, o sucesso da Broadway que tem rodado o mundo desde 2008. O musical conta a história de uma família que luta para ser “normal”: uma mãe diagnosticada com esquizofrenia; um pai, incondicionalmente, dedicado à família; um filho que faz questão de estar presente; e uma filha à procura da perfeição e do anonimato. Nas últimas semanas, o elenco tem feito demonstrações em vários locais da cidade. Quem já viu — e, sobretudo, ouviu — o que espera o público, já comprou os ingressos antecipados na Escola de Música Cultura ou nas franquias do Frans Café. E, para quem não comprou ainda: corre que vai acabar!

“Se existem escritores de talento em Goiás, eles podem se tornar universais, por que não?”

O goiano J.C. Guimarães bate um papo sobre seu novo livro, “Uma idade para ser eterno” –– obra em que dá um mergulho na crítica e nas facetas do labor literário [caption id="attachment_26864" align="aligncenter" width="620"]jose_carlos_guimaraes-OK J.C. Guimarães | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]   Ademir Luiz Especial para o Jornal Opção José Carlos Guimarães (co­nhecido como J. C. Guima­rães) é um dos melhores en­saístas que atuam em Goiás. Nascido em 1971 na cidade de Pires do Rio, interior de Goiás, é designer gráfico por profissão e, após publicar na imprensa diversos textos sobre política, literatura e artes plásticas, está lançando seu primeiro livro, dedicado ao exercício da crítica literária: “Uma idade para ser eterno”. Nesta entrevista ao Jornal Opção, J. C. Guimarães fala de sua antipatia pelas ortodoxias intelectuais, seu interesse pelas artes plásticas e sobre sua verdadeira vocação, a produção literária. Nas páginas de apresentação de “Uma idade para ser eterno”, o sr. lamenta que “não se lê interpretação literária de primeira mão por¬que o gênero, condenado ao papel de coadjuvante da arte, serve ape¬nas de subsídio ao leitor”. Este desinteresse pela interpretação crítica é um fenômeno da era da internet ou figuras como Edmund Wilson e, no Brasil, Otto Maria Carpeaux, verdadeiras vedetes intelectuais festejadas na imprensa e muito lidos pelo chamado “leitor médio” de suas épocas, foram exceções? Como deve ter notado, eu não associei esse desinteresse à época em que estamos vivendo. Apesar disso, o fenômeno tecnológico da internet tem um impacto cultural gigantesco, capaz de prejudicar nossos hábitos de leitura. Estou convencido de que ela estimula a preguiça mental porque é um instrumento adaptado ao ritmo desumano da vida contemporânea. Infelizmente, o interesse primário da engrenagem social é a produtividade, não o pensamento. A reflexão é perigosa e demanda um tempo imponderável para o capital. Mas creio que o desinteresse alegado é geral e sempre existiu. Ensaio — em particular ensaios de interpretação literária, como os meus — interessa a quem deve mesmo interessar. Acho perfeitamente normal. Eu, por exemplo, nunca vou ler livros de medicina ou química, apesar de sua importância. A cultura é segmentada, os seres humanos têm interesses diversos — às vezes muito diferentes entre si — e é assim que funciona. Textos de interpretação literária só atingem muitos leitores quando o ensaísta em questão torna-se uma referência para a cultura. Posso citar Vargas Llosa e Octavio Paz. Mesmo assim, normalmente, esses “muitos leitores” não significam leitores difusos: continuam sendo pessoas do círculo acadêmico, como professores e estudantes. Além, é claro, dos próprios escritores. O desinteresse de que falo não é de quem escreve, como Wilson e Carpeaux: é do público em geral. O sr. parece não apreciar a figura do crítico, sobretudo o crítico acadêmico. Chega a classificá-los como “intermediá¬rios inconvenientes”. Procura se afastar o máximo possível dessa categoria intelectual, frisando que é basicamente um leitor. O sr. acha que a análise crítica com pretensões científicas é nociva, empobrece ou engessa a relação com a literatura? Em a “Outra voz”, Octavio Paz defende que a crítica é um dos dínamos fundamentais da história moderna, desencadeando a Revolução Francesa, em 1789. Eu, portanto, seria estúpido, além de muito ingênuo, se desprezasse o papel da crítica como fenômeno basilar da consciência, nos últimos 200 anos. Ela foi um dos instrumentos usados pelos escritores iluministas — Voltaire, Diderot, Rousseau etc. — para derrubar o Estado absolutista. Resguarda, portanto, um sentido político da maior relevância. Estritamente, nosso querido Gilberto Mendonça Teles — um dos melhores críticos desse país, além de poeta — deve ficar com a pulga atrás da orelha diante de opiniões contrárias à crítica, enquanto intermediária entre livros e leitores. Menciono Gilberto porque ele é um dos que defendem que a Poética (a arte de interpretar textos literários) é uma ciência, conferindo-lhe um status altamente discutível. Essa certeza não é unânime entre os próprios críticos, e citei exemplos desse desacordo em meu livro. Quanto a ser nociva, empobrecer ou engessar, isso é relativo. Para mim, a questão é menos ideológica que gnosiológica. De fato, não acredito que a crítica possa se apropriar do significado das obras literárias, sugerindo que o leitor que vai às livrarias não tem competência para ler e entender o que lê, ainda que à sua maneira e de acordo com a própria sensibilidade. Essa apropriação intelectualista do sentido me incomoda. A ciência tornou-se capaz de explicar tudo, e isso evidentemente é outra mistificação. O sr. se coloca frontalmente contra qualquer tipo de ortodoxia no trato com a obra literária. Ao mesmo tempo, no ensaio “Harold Bloom contra os ‘lemmings’”, mostra-se bastante simpático aos métodos e concepções de Bloom, autor do polêmico “O Cânone Ocidental”, conhecido justamente por sua defesa dos clássicos. É um paradoxo em sua perspectiva crítica ou o sr. acredita que encontrou um meio termo? Disse bem quando fala que me coloco contra qualquer tipo de ortodoxia. Portanto, também não faria muito sentido ungir Harold Bloom. Pode soar paradoxal confrontar os críticos e, ao mesmo tempo, eleger alguns deles como referência de qualidade: o próprio Bloom, Car­peaux e George Steiner. É uma questão de perspectiva. Primeiro, eu me simpatizo com tais nomes porque acho os textos deles particularmente agradáveis. Ou seja, escrevem bem; não são chatos. A segunda coisa que na minha avaliação é possível conciliar pontos de vistas diferentes sem a obrigação de filiar-se a uma corrente interpretativa. Aí, é importante dizer por que me identifico com Carpeaux e com Bloom. Em minha opinião, Carpeaux é bem mais complexo que Bloom, porque seu arcabouço teórico, apesar da base historicista, abrange até conceitos do “New Cri­ticism”, que é formalista. Então, ele transige com a história ao mesmo tempo em que afirma a supremacia da estética, conciliando os extremos, [Wilhelm] Dilthey com [Benedetto] Croce. A respeito de Bloom, eu posso ter reservas quanto ao seu culto por Shakespeare ou restrições ao seu radicalismo estético. Mas, fundamentalmente, reverencio sua defesa intransigente dos clássicos, em particular nas instituições de ensino, escolas e universidades. Tanto ele quanto Carpeaux, neste aspecto, escrevem como paladinos e traduzem um elevado padrão de cultura, oposto à superficialidade dominante. Quanto aos paradoxos, eu não os temo, porque seria negar a tessitura da realidade. E, se eu confrontasse o universo, eu estaria perdido, não é mesmo? O sr. dividiu o livro em três partes: autores Brasileiros, Estrangeiros e, por último, Conterrâneos. Note que não é uma escalada espacial, Goiás, Brasil, mundo. Ou mesmo uma panorâmica do macro para o micro, mundo, Brasil, Goiás. Temos primeiro a literatura brasileira, depois a “universal” e em seguida a produção local. Certamente, é uma forma legitima de ordenar seu trabalho. Mas, não pode gerar a impressão de que o sr. deliberadamente, ou inconscientemente, diminuiu, ou mesmo auto-sabotou, o alcance de sua obra, estabelecendo-a como um livro de crítica feita por um goiano para goianos que, obviamente, sofrem influência da literatura universal, mas que não possuem fôlego estético para se identificarem como tal, estando relegados ao status de “escritores goianos”? Para mim, a ideia de “escritor goiano” é uma ficção. A solução que dei foi estritamente prática; uma maneira de estruturar o livro. Todos os ensaios reunidos já haviam sido publicados na imprensa, então, eu percebi que era possível combiná-los dessa forma. Foi um critério exclusivo de organização. Aliás, eu não utilizei o termo “universal”, que você cita. Não fui eu quem inventou que “universais” são os autores clássicos, normalmente estrangeiros, europeus, brancos e cristãos. Sou avesso a essa ideia e provo isso ao dedicar um estudo sobre a “História da literatura ocidental”, de Otto Maria Carpeaux –– talvez o melhor ensaio contido no meu livro. Carpeaux demonstra que fazemos parte do mesmo mundo que os estrangeiros e bebemos todos na mesma fonte. Então, porque acharia que não temos competência para ser universais? Seria, no mínimo, contraditório. A única vantagem que, de fato, conta em favor dos escritores europeus é a longevidade da cultura do Velho Mundo. No entanto, os norte-americanos são mais novos do que os brasileiros em cem anos (os primeiros colonos fundaram Jamestown em 1607) e, mesmo assim, há entre eles autores da eminência de Emily Dickinson e William Faulkner. Por outro lado, temos Machado de Assis. Portanto, o que determina a qualidade é, em último caso, o talento. Se em Goiás existem escritores de talento, podem perfeitamente se tornar universais, por que não? ReproduçãoLivroO ensaio que dá nome ao livro, “Uma idade para ser eterno”, trata de talentos que afloraram na juventude em paralelo com outros que tiveram que esperar a maturidade. O sr. é conhecido por ser exigente com sua produção escrita em geral e com a literária em particular. Reescreve o mesmo texto muitas vezes. Em sua falta de pressa, na busca pela palavra exata, qual sua idade para ser eterno? Eu sou um autor bissexto, pouco imaginativo e reescrevo muito. Nada disso ajuda. Mas qualquer artista gostaria de já ter sido reconhecido e feito sucesso entre os vinte e os trinta anos de idade. Essa é a tendência. Sendo assim, eu já estou atrasado em pelo menos uma década e meia. Para meu consolo, um dos maiores escritores do século XX, José Saramago, só foi reconhecido depois dos cinquenta, quando também intensificou sua produção. Cito ele porque, sem titubear, penso como Newton: precisamos ter como referência os gigantes. Mesmo assim, me contento se publicar mais uns dois ou três livros, desta vez de ficção (lembro que dois já estão quase prontos). Vou trabalhar para isto acontecer daqui até o final de 2016. Portanto, se eu tiver que ser eterno, deve ser na casa dos quarenta. Em quais projetos literários o sr. está trabalhando? Há um ano eu comecei a escrever um romance, cujo título provisório é “Dois passos, apenas”. Estou na fase de reescrita e pretendo publicá-lo ainda este ano. Trata de amor e de desilusão política, misturando os dramas dos personagens com a história recente do país. Faz referência às jornadas de junho de 2013. Tenho ainda um livro de contos, que deve se chamar “Vida ordinária”. É uma coletânea que eu venho reescrevendo há vários anos. Já poesia e teatro não são gêneros do meu interesse direto. Aliás, poesia é a mais livre e, ao mesmo tempo, a mais exigente forma de expressão literária: criar metáforas memoráveis é dificílimo. É muito fácil escrever bobagem e acreditar que é o suprassumo. O sr. é militante do PT. Como avalia a atual situação do partido, já há mais de uma década no poder e envolvido em muitos escândalos de corrupção? O PT foi o partido mais consistente criado no Brasil, desde o império. Não há saquaremas, republicanos ou peessedebistas que o ombreie. Foi o único projeto que nasceu de baixo e se projetou nacionalmente, com condições de assumir o poder de Estado. Tem ligações orgânicas com a classe trabalhadora e por esse motivo distribuiu renda de forma inédita no país. Mas o PT se degenerou, nesse processo. Os “companheiros” gostam apenas de fazer elogios, mas ignorar as críticas é altamente prejudicial. É preciso virar para a sociedade e ter a humildade de reconhecer os erros, também. Importante lembrar que há o PT da cúpula e o PT da base. Na base, ainda há pessoas idealistas e talvez ingênuas. Na cúpula, a maioria é de pragmáticos convertidos ao sistema. Têm status, altos salários e acúmulo de gratificações que permitem levar uma vida financeira tranquila. Tornaram-se excessivamente pragmáticos e conservadores, por isso. O escândalo da Petrobrás sugere, até agora, o envolvimento de oito parlamentares do PT, além de dirigentes importantes, que tinham cargos chave na administração federal. Isso é péssimo. Confirmaria o fato de que o critério de alianças, que era programático, tornou-se eleitoreiro desde a vitória de Lula em 2000, e que este critério se submete à nefasta lógica do poder econômica sobre as campanhas. A essa concepção poderemos atribuir a derrota do partido amanhã. A alternativa? Defender a reforma eleitoral e dialogar com os movimentos sociais, sem retirar-lhes a autonomia e independência. Como avalia a atuação do PT na área da cultura, tanto na esfera federal quanto na municipal? É possível traçar uma comparação com o Estado, sob o comando do PSDB? Não acompanho de perto as políticas culturais em qualquer nível da federação, mas acho que somos carentes de gestores nessa área. Costuma-se colocar à frente dessas pastas quadros com trânsito político, mas não pessoas que realmente sabem o que é a arte. Cultura abrange muitos aspectos e creio que o aspecto “arte” é o mais ignorado. Por outro lado, você pode ter um gestor com bagagem, mas não um prefeito ou governador interessado em cultura. Sem essa combinação, aliada a recursos financeiros, ficamos sem condições de pensar, planejar e executar. O resultado é a mediocridade. Uma coisa que eu gostaria de ver em Goiânia, e que a Secretaria de Cultura deveria priorizar, é a restauração do nosso acervo em Art Déco. Já se falou muito nisso, mas quase nada saiu do papel, à exceção da Avenida Goiás, durante a gestão do prefeito Pedro Wilson [PT]. Mas os prédios permanecem esquecidos e escondidos. A perspectiva não é boa, tendo em vista a evolução urbana da capital, cujo aspecto mais visível é justamente a pauperização do Centro Histórico. É um fenômeno sociocultural importante. No que se refere ao Estado, o governo Marconi deixará um legado: o FICA, que se tornou política de Estado, ampliou e assegurou o Fundo Estadual de Cultura e construiu o Centro Cultural Oscar Niemeyer. A meu ver, Goiás deveria ambicionar exposições e apresentações de porte nacional e, eventualmente, até internacional, o que requer um planejamento rigoroso, poder de articulação e conhecimento. Mas, aí, precisamos de gestores locais de visão, como Gilberto Gil e Juca Ferreira.

“Minha primeira vocação é o desenho” 

Durante algum tempo o sr. atuou como artista plástico e publicou na imprensa alguns excelentes ensaios sobre arte. Aparentemen­te, essa faceta de sua produção foi desacelerada ou mesmo abandonada. É isso mesmo? Minha primeira vocação é o desenho. Manifestei esse dom quando ainda morava no interior, aos sete ou oito anos de idade. Sem falsa modéstia, considero-me um excelente desenhista. Mesmo Pedro Jr., o maior desenhista publicitário que temos no Estado, elogia meu traço. Mas, como tal, atuei apenas sob encomenda, para o mercado de comunicação: sou um desenhista segmentado. Acabei me tornando designer gráfico, trabalhando profissionalmente na criação de identidades visuais e em campanhas políticas, de forma que não me tornei, de fato, artista plástico, pois não cheguei a ter uma produção. Até 1992, eu pintava telas. Cheguei a ser premiado num salão da Universidade Católica e me classificar para a Bienal de Santos, que ocorreu naquele ano, em São Paulo. Depois, parei e nunca mais retomei; minha vida tomou outro rumo. Independente disso, tenho uma noção razoável da história da arte, já que li muito a respeito. Meu olho foi educado para a pintura da mesma forma que um compositor educa o ouvido para a música. Enquanto designer gráfico, quero registrar que o mercado goiano é horrível para os profissionais do ramo. Pode até haver demanda, sempre há, mas paga-se mal, o que é desestimulante. A razão disso é que os clientes ainda possuem uma mentalidade muito provinciana e não sabem promover o próprio negócio, desconhecendo uma de suas facetas estratégicas. É uma limitação cultural. Acham que a agência de publicidade resolverá um problema específico, de identidade corporativa, apenas investindo em marketing. Só que a cara da empresa é trabalho para o designer, quase inexplorado. As artes plásticas tiveram um período áureo entre as décadas de 1970 e 1980 em Goiás, angariando muito interesse do público, da mídia e do mercado. Mais recentemente, apesar do prestígio de artistas como Marcelo Solá e Pitágoras, a visibilidade parece ser menor. Como o sr. interpreta esse cenário na atualidade? A resposta a essa pergunta tem a ver com o papel histórico e com a qualidade desses artistas. Você se refere a uma época em que estavam em atividade Cleber Gouvêa, Antônio Poteiro, D.J. Oliveira e Siron Franco. Esses nomes se caracterizam pelo arrojo formal, especialmente da pintura, que foi o gênero dominante mais ou menos até meados do século XX (Marcel Duchamp mudou isso, com a invenção do ready-made). Siron e companhia representam seguramente uma evolução de nossa sensibilidade artística. Mas, depois deles, veio essa geração que aí está, de Divino Sobral, Carlos Sena, Enauro de Castro, Luiz Mauro, Edney Antunes e o próprio Marcelo Solá. Esse pessoal dá continuidade àquele papel histórico, sem dever nada no que diz respeito à qualidade de suas obras. Coube a eles compreender o seu momento e expandir nosso conceito de arte, adotando formas de expressão ainda pouco exploradas no contexto local, como a performance, a vídeo-arte e a instalação, sem abdicar da pintura. Não acho, portanto, que mereçam um tratamento pior do público, da mídia e do mercado, em relação à geração que você cita. Mas não sei, francamente, se a visibilidade das artes plásticas em Goiás hoje é maior ou menor, pois não acompanho mais o certame tão de perto assim. Realmente decidi priorizar a literatura.

Vamos, que a Broadway chegou em Goiânia e só ficará por dois dias

[caption id="attachment_26835" align="aligncenter" width="620"]Foto: divulgação Foto: divulgação[/caption] Yago Alvim Rodrigues Alvim e Marcos Nunes Carreiro  Adaptações de grandes espetáculos são comuns. Raras são as apresentações com qualidade Broadway, caso de “Superboy e a menina invisível”, que estará no Teatro Sesi nos dias 30 e 31 de janeiro, em três apresentações. Com direção de Luciano Martins, um apaixonado por musicais, o espetáculo é uma adaptação de “Next to Normal”, o sucesso da Broadway que tem rodado o mundo desde 2008. O musical conta a história de uma família que luta para ser “normal”: uma mãe diagnosticada com esquizofrenia; um pai, incondicionalmente, dedicado à família; um filho que faz questão de estar presente; e uma filha à procura da perfeição e do anonimato. Nas últimas semanas, o elenco tem feito demonstrações em vários locais da cidade. Quem já viu — e, sobretudo, ouviu — o que espera o público, já comprou os ingressos antecipados na Escola de Música Cultura ou nas franquias do Frans Café. E, para quem não comprou ainda: corre que vai acabar!

Quebras literárias no Grande Hotel

“Que Brasil é este?”, pergunta com trocadilho Marcelino Freire. O escritor de Sertânia, no Pernambuco, dá vida à Balada Literária da Vila Madalena, em São Paulo, cidade onde vive desde 2006. E com a oficina Quebras, realizada com o apoio do Rumos Itaú Cultural, o autor de “Angu de Sangue”, “Contos Negreiros” e “Nossos Ossos” propõe descobrir o espaço literário que temos ocupado e quais autores, agitadores, artistas estão conosco neste caminho. Acontece que Marce­lino resolveu colocar todas essas suas perguntas na bagagem para perambular por quinze capitais brasileiras e a parada da vez é em Goiânia. Gratuita, a oficina acontecerá ali no Grande Hotel, aquele da Av. Goiás, nas noites dos próximos dias 27 e 28 de janeiro.

Ah, Petrobrás!

Está na hora de sacudir a preguiça e voltar para os ensaios, afinal, a Petrobrás e o Ministério da Cultura dão a você a chance de se apresentar nos palcos espalhados pelo País. E, ó, sacode bem e rápido, pois as inscrições estão quase fechando. O prazo vai até às 16h59 desta sexta-feira, 30. O programa contempla projetos teatrais profissionais, não inéditos, nas categorias adulto e infanto-juvenil, com o valor de R$ 15 milhões para o biênio 2015/2016. Está tudo no site www.br.com.br/cultura. Corre lá! - Nessa época do ano o que se ouve são marchinhas, samba, axé. E quem não gosta, fica de fora da festa? Que nada! O Grito do Rock vem aí para fazer nosso Carnaval. - Em Goiânia, o evento ocorre há 9 anos. Este ano, 54 atrações de diversos estilos musicais irão dividir palco no Centro Cultural Martim Cererê nos dias 14, 15 e 16 de fevereiro. - O Grito Rock ocorre entre fevereiro e março. Em 2014, foram mais de 200 cidades, em 40 países, sendo 16 da América Latina. As portas do Martim irão abrir às 16h e os ingressos custam R$ 15. Livro O Livro Das Criaturas CAPA-O-Livro-das-Criaturas-de-Harry-PotterOK                   Com as especulações de um novo filme baseado no universo de Harry Potter, J.K. Rowling lança um livro trazendo detalhes das criaturas da famosa série cinematográfica. Autor: J. K. Rowling Preço: R$ 52,71 Editora: Galera Música The Pinkprint nicki-minaj-the-pinkprint-album-coverOK                 A rapper americana Nicki Minaj está de volta. O já co­nhe­cido “Ana­con­da”, lançado em 2014, é o principal single do álbum, que traz mais 20 faixas para estourar em 2015. Artista: Nicki Minaj Gravadora: Universal Preço: R$ 25,90 Filme O Enigma Chinês enigma-1                       O diretor francês Cédric Klapisch che­ga acolchoando poltronas com seu novo lon­ga.  A comédia conta a vida do quarentão Xavier, que ainda não encontrou seu caminho. Direção: Cédric Klapisch Paris Filme Preço: R$ 29,90  

Primavera

Nas próximas semanas, o Jornal Opção publicará a série literária “Quatro estações”. Trata-se de quatro contos em que dois autores escrevem, a quatro mãos, uma breve narrativa inspirada em uma estação do ano. E, para abrir a série, eis que chega aos leitores “Primavera”, obra de criação das escritoras Luisa Geisler e Débora Ferraz. Na próxima semana, se achegará “Verão”, de Anderson Fonseca e Mariel Reis

Cia de Arte Poesia que Gira apresenta cenas curtas no Edelweiss Café e Bar

[caption id="attachment_26625" align="alignright" width="300"]Foto: Layza Vansconcelos Foto: Layza Vansconcelos[/caption] Hoje tem cena curta de Thaise Monteiro no Edelweiss Café e Bar. “Um meio bem nosso” é o novo trabalho da Cia de Arte Poesia que Gira. A estreia da Cia foi em dezembro de 2014, no Festival Juriti de Música e Poesia Encenada, que tem aberto às portas para bons artistas da nossa terrinha. E, se não bastasse, vale dizer que o trabalho levou o prêmio do Juri Popular. No Café e Bar, Thaise não dá vida apenas ao texto do escritor, crítico literário e professor de literatura brasileira da UNB, Alexandre Pilati, como delira no próprio poema “Bêbado eu?” –– segunda cena da noite. Pode chegar, puxar uma cadeira, pedir um cafezinho lá pelas oito da noite que, um pouquinho depois, a arte ali gira. Serviço Apresentação Cenas Curtas com a Cia de Arte Poesia que Gira Dia: 21 de janeiro Hora: 20h30 Local: Edelweiss Café e Bar (Rua R-2, N.:78, Setor Oeste ) Entrada: R$ 8

Lascado

Por Natânia Carvalho [caption id="attachment_26622" align="alignright" width="300"]Reprodução / Haidak Reprodução / Haidak[/caption] Bebi um vinho aberto há sabem-se lá quantos dias. Ele não tinha copos de vidros. Aliás, tinha um, mas estava lascado. Não que eu seja fresca. Claro que não. Mas aquele lascado simplesmente me irritava. Prendia meu lábio e minha atenção como o diabo. Resolvi tomar o vinho velho em um copo laranja. Daqueles que você pede a Deus para não ver o fundo, encrustado com tanta sujeira quanto à pele dele. — Você vai ligar, certo? Balancei a cabeça afirmando que sim. Eu acabaria ligando. Não amanhã, nem terça, nem sábado. Mas eu ligaria domingo. Pegaria meu carro, andaria uns seis quilômetros trocando de estação a cada três minutos e depois nós nos beijaríamos antes mesmo de passarmos da sala. No final, porque convenhamos: ele não vai demorar muito, eu vou me levantar, ir à cozinha, tomar o resto do vinho que não tomei da última vez e ir embora. E aí ele vai me perguntar: — Você vai ligar? Eu vou afirmar que sim, pensar que não. Tomar um banho. Chorar um pouco. Esperar domingo.   Natânia Carvalho é jornalista

Agenda

  • As inscrições para oficina literária “Quebras” já estão abertas. Com o apoio do Rumos Itaú Cultural, Marcelino Freire proseia literatura nos dias 27 e 28 de janeiro.
  • O espaço “Estação Ciência”, no Passeio das Águas Shopping, traz engenhocas para comprovar que a ciência diverte. A exposição vai até o dia 8 de fevereiro.
  • A Vila Cultural Cora Coralina inicia o ano divulgando atividades — algo realmente necessário de ser feito: está lá a exposição de esculturas luminárias e fotografias “Ascenda”, do artista goiano Leon Junqueira.

À procura dos fantasmas que somos

No estupendo “Enquanto Deus não está olhando”, Débora Ferraz retrata a busca de uma jovem pelo pai, que acaba por desvendar os anseios e os vazios de uma geração

Cineastas cerram os punhos para manter funcionamento do Cine Cultura

A sala de exibição de filmes foi fechada para reforma em dezembro devido problemas que se arrastam na história do ponto cultural

Lembranças

Marcos Nunes Carreiro [caption id="attachment_26393" align="alignright" width="250"]ilu Ilustração: Kaito Campos[/caption] Em meio à competição de vozes, ela falava baixo, ali mesmo, sentada em um banquinho a poucos centímetros da moça, cujo único objetivo era coletar histórias de quem estivesse disposto a gastar um tempo em troca de um postal artesanal. Essa moça chegava cedo, montava sua banquinha e esperava o primeiro “contista” chegar. Naquele domingo, como se todos da cidade já tivessem passado por ali, ninguém havia parado para compartilhar uma boa história. Foi quando ela apareceu. Parou em frente à banca, levando nas mãos algumas sacolas com frutas. Observou a moça e, mesmo que os óculos já não acompanhassem mais sua visão, pôde notar a pequena aquarela em forma de datilógrafo que a moça levava tatuada sob o braço direito. Levantou os olhos e leu: “Compra-se histórias da cidade”. Sorriu e sentou-se defronte à moça, que, distraída, mal teve tempo de agarrar papel e lápis: — Sou nova aqui, sabe? Cheguei fugida da tristeza de minha cidade natal. Mas, desde que cheguei, observo a magia do lugar. Outro dia, por exemplo, parei em um banco da praça, que existe logo ali, e fiquei olhando as pessoas. Foi quando vi a mim mesma caminhando ao lado de um velho conhecido. Imagine a perplexidade! Como o “meu outro eu” não me viu, disparei atrás dela. Não andei mais que dois quarteirões, até que o casal entrou por um portão azul. A certa distância, lá fiquei. O que estava acontecendo? Passaram-se horas, até que, para piorar a situação, vi alguém de quem já havia me esquecido. Vestido de motorista, lá estava ele: meu pai. Saiu pelo portão ao lado do “meu outro eu”. Sorridentes. Precisei me sentar. Como não me viram, depois de alguns minutos, fui embora. Não pude falar com eles. No caminho de volta, peguei o celular e liguei para minha mãe, mas me esqueci que, desde aquele acidente de carro, ela já não atende ao telefone. Cheguei em casa, joguei as chaves perto do porta-retratos que tenho sobre o criado mudo do quarto, aquele que leva a foto da gente sorrindo, e fui para o banheiro. Deixei a água do chuveiro levar as minhas lembranças familiares. Abri os olhos a tempo de ver a última descendo pelo ralo e cheguei a uma conclusão: esta cidade é mágica. Parando o lápis no papel, a moça levantou os olhos para observar a outra. Não iria falar nada. Não podia. Esperou ver no olhar à sua frente a aflição comedida de quem já se acostumou à ideia de ter perdido a família em um acidente de carro e, devido à tristeza, ter-se mudado de cidade. Porém, encontrou aqueles olhos transparecendo um acalentado sorriso aquecido. Abriu a boca para falar, mas ela já se levantava para continuar seu caminho. — Espera. Não vai pegar um postal? — Não. Dê a quem mereça mais do que eu. — Espera. Levantou-se, foi ao seu encontro e sussurrou: A história é verdadeira? O mesmo sorriso acalentado nos olhos. Partiu.

Cássia Eller, aquela da malandragem: musical em Brasília vai até dia 26

[caption id="attachment_26474" align="aligncenter" width="620"] Divulgação[/caption] As músicas da inesquecível Cássia Eller têm encantado muitos, mesmo passada mais de uma década de sua morte precoce. O país sabe disso e o Centro Cultural Banco do Brasil também, afinal, conseguiu atrair para o espaço “Cássia Eller, O Musical”. Sucesso de público em Belo Horizonte e São Paulo, o espetáculo segue até o dia 26 de janeiro, em Brasília. Ainda dá tempo de ir à capital federal conferir as mais de duas horas de narrativa a respeito de uma das maiores cantoras brasileiras. O musical tem direção assinada por João Fonseca — já considerado o mais produtivo encenador do Rio de Janeiro — e Vinícius Arneiro. Tacy de Campos e Jana Figarella dão voz à “Cássia Eller”, que é exibida nas segundas, quintas, sextas e sábados às 20 horas; no domingo a cantora é revivida às 19 horas. O script conta com os sucessos “Lanterna dos Afogados”, “Malandragem” e “O Segundo Sol”, mas também tem outras interpretações, tipo “Come Together”, dos Beatles. Corre lá!

Tem arte no Centro: cursos de dança, música e teatro

[caption id="attachment_26477" align="alignleft" width="300"]Divulgação Divulgação[/caption] É inegável o quanto de arte pulsa nas ruas do centro de Goiânia. E não é só da arquitetura, dos monumentos e da ancestralidade cultural que vibra por ali. Muitas escolas de arte ficam nos setores primeiros da cidade. Ali, o Sesc tem apostado em integrar e interagir as diversas expressões. Pode ser balé, dança de salão, jazz, sapateado, street dance, canto coral, guitarra, violão, teclado, teatro; pode ser a expressividade que você quiser. Mas corre, pois as vagas para os cursos estão se esgotando. As matrículas são feitas ali mesmo, na unidade do Centro. Basta apenas levar a carteirinha do serviço, atestado médico para os que se interessarem pelas danças e o valor de R$ 75 referente ao semestre. E não se afobe que logo as aulas começam; dia 2 de fevereiro.

Para aprender

O Teatro Madre Esperança Garrido — aquele em frente ao Parque Mutirama — vira palco para oficina de teatro ministrada por Eduardo Sousa nas noites entre os dias 21 e 23 de janeiro. A galera interessada em televisão, teatro e cinema só tem a ganhar com as técnicas de Sousa em interpretação, figuração e para se dar bem ao falar em público. Além disso, o diretor tem como característica explorar a preparação corporal, criação de cenas e improvisação.

Lançamentos

Livro

LivroAntoine de Saint-Exupéry não escreveu apenas “O Pequeno Príncipe”. Neste livro, ele retrata os primeiros aviadores; aqueles que desbravaram as trilhas do correio aéreo. CORREIO SUL Autor: Antoine de Saint-Exupéry Preço: R$ 26,90 Nova Fronteira

Música

CDNão é só “All About The Bass”. O som de Meghan Trainor se ale­gra no pop, se valoriza no jazz e nas letras. “Title” é o ál­bum de estreia da ame­ricana que tem con­quistado a muitos. TITLE Intérprete: Meghan Trainor  Preço: R$ 24,90 Sony/BMG

Filme

DVDEstreou o novo filme dirigido por Angelina Jolie. Um drama sobre um atleta olímpico que se envolve na Segunda Guerra Mundial. O longa concorre o Oscar de melhor fotografia. INVENCÍVEL (UNBROKEN) Direção: Angelina Jolie Nos cinemas Universal Pictures

Agenda

Nesta época de férias escolares, o Grupo Zabriskie apresenta seis peças para crianças no Teatro Sesc. A intenção é atrair as crianças para o teatro. Os próximos são: "Na Floresta da Brejaúva", dia 17; e "Segredos", dia 18. Às 17 horas.