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[caption id="attachment_63176" align="aligncenter" width="620"] Refugiados querem escapar da guerra e da miséria: só em 2015, mais de 1,5 milhão deles chegaram à Europa[/caption]
Caso houvesse um estudo que nos revelasse o vocábulo mais usado na imprensa europeia nestes últimos 15 anos, é provável que o substantivo crise estaria no topo da lista. A palavra crise serviu e continua servindo de epíteto para designar tudo que não se enquadra na rotina ou desvia da normalidade mesmo não sendo crise no sentido etimológico do latim crise ou do grego krísis.
De tanta crise, uma seguida a outra, o termo tornou-se corrente, habitual, tanto na mídia quanto em círculos políticos, em reuniões de empresas e mesmo em encontros sociais e casuais. Tornou-se inflacionário, desgastou-se, perdeu seu verdadeiro sentido para descrever uma situação real de uma fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos fatos, das ideias.
Algumas destas crises já pertencem ao passado e outras há que, mesmo sendo recentes, já se apagaram da memória de muitos observadores. É oportuno, portanto, relembrar algumas daquelas com as quais a UE confrontou-se, direta ou indiretamente, de forma quase contínua.
Comecemos com a crise bancária oriunda dos Estados Unidos, resultado da ganância desenfreada de alguns bancos, que atingiu a Europa e levou o mundo à beira do precipício. Seguiu-se a crise do euro, a crise da Irlanda, da Islândia, de Portugal, da Espanha, da Grécia, do Chipre, da Praça Maidan em Kiev na Ucrânia e os consequentes conflitos no leste do país, do Mediterrâneo, da Somália, do Chifre da África, da Crimeia e o embargo comercial da UE contra a Rússia, a crise da Líbia, do Iraque, da Síria, do Egito, da Tunísia, a crise do juro baixo e, algumas geograficamente mais distantes que também tangem a Europa como a do Sudão, Níger, Chade, Mali, Nigéria, E como se tudo isso não bastasse, veio ainda a crise dos refugiados e a crise terrorista que, com atentados cruéis e desumanos sacrificou a vida de muitos civis inocentes em várias cidades não só europeias, mais recentemente em Paris e em Bruxelas.
A relação não é cronológica e nem completa mas confirma o quanto a UE esteve engajada para resolver crises próprias e mais ainda crises alheias que, caso não controladas, refletiriam na Europa ou, no pior dos casos, tornar-se-iam próprias. Algumas destas crises foram superadas, outras encontram-se em fase de extinção e outras mais ainda merecem controle.
Ninguém mais fala da crise da Irlanda, da Islândia, do Chipre, de Portugal que tanto alvoroço causaram mas, após estes países terem ajustado suas contas, pagaram com antecedência os empréstimos recebidos da União Europeia, do Banco Central Europeu, do Fundo Monetário Internacional e de outras fontes. A crise financeira da Grécia, acrescido de milhares de refugiados que se encontram naquele país, é um caso isolado sem sinais de estar sob controle.
Há, no entanto, duas outras questões cruciais, na Europa também denominadas de crise, embora na realidade não façam justiça a tal conceito. Ultrapassam-no em longe: uma, a questão dos refugiados, um flagelo humano, em sentido mais amplo, uma tragédia civilizatória de dimensões calamitosas sinistras não havida desde a 2ª Guerra Mundial; a outra, a barbárie do terrorismo, sob o manto do islamismo radical, entrementes, de atuação global. Ambas são questões abertas, de difícil solução que, provavelmente, preocuparão a Europa e o mundo por décadas vindouras e marcarão a história deste século XXI.
O número de refugiados é alarmante. Os que chegaram à Europa em 2015 (cerca de 1,5 milhão, a maioria à Alemanha), representam apenas uma pequena parcela dos refugiados ou deslocados de suas raízes que mais vegetam do que vivem em campos sustentados pelas Nações Unidas e por organizações caritativas e filantrópicas na Síria, Turquia, Líbano, Iraque, Jordânia, Palestina, no Paquistão, no Afeganistão e outros países. Segundo as Nações Unidas, a nível global a cifra eleva-se a 70 milhões de famintos e desesperados, à procura de simples sobrevivência ou de vida melhor.
Em 1945, após a 2ª Guerra Mundial, a Europa aniquilada encontrava-se sob escombros. Através do Plano Marshall, organizado e custeado apenas por um país, os Estados Unidos, foi possível salvar e recuperar o Continente, na época, com cerca de 350 milhões de habitantes. A comunidade internacional de hoje, pelo que se vê, demonstra pouca solidariedade para, através de um programa igual ou parecido como o Plano Marshall de então, resolver o problema de 70 milhões de desesperados!
Drama internacional
A Europa e o mundo ocidental não poderão resolver este drama de proporções preocupantes. Só uma ação conjunta da comunidade internacional poderá tomar medidas imediatas para, no mínimo, amainar a catástrofe que ameaça transformar-se em hecatombe. Isto inclui também a colaboração dos países islâmicos mais ricos como a Arábia Saudita, os Emirados e outros da Ásia Central que, até agora, têm feito pouco ou nada para amainar o sofrimento de seus irmãos em fé religiosa.
Na recente conferência das Nações Unidas sobre refugiados realizada em Genebra em fins de março passado, o secretário-geral Ban Ki-moon em discurso enfático e muito pessoal disse:
“Eu só sabia que meu estômago sentia fome”, lembrou-se ele de sua infância durante a Guerra da Coreia quando seus pais e avós, desesperados, saíam de manhã para encontrar comida para alimentar a família.
Ban Ki-moon veio a Genebra com a firme ideia de retirar 480 mil refugiados retidos nos países vizinhos da Síria como Iraque, Jordânia e Líbano aliviando aqueles países do peso que suportam há vários anos. Representantes de 170 países presentes à conferência concordaram em aceitar 178 mil refugiados, uma cifra muito abaixo da prevista por Ki-moon.
O último encontro dos chefes de Estado da UE em Bruxelas, em meados de março passado, terminou com um acordo com a Turquia que, em seu território, já abriga 2.7 milhões de refugiados, na maioria sírios.
O acordo estabelece, entre outras medidas, que todos os refugiados que chegam à Grécia ou numa de suas ilhas, serão reencaminhados à Turquia. Em contrapartida a UE assumirá, para cada refugiado devolvido à Turquia, um refugiado sírio retido num campo daquele país, inicialmente, no máximo 170 mil pessoas a serem distribuídas entre os 28 países. O governo da Turquia receberá, como ajuda de custo, um auxílio adicional de 3 bilhões de euros, somados a uma quantia igual já prometida em fins de 2016. O acordo entrou em vigor em 4 de abril passado.
Com esta medida a UE junto com a Turquia e a Grécia visam impedir o tráfego criminoso dos intermediários que, em embarcações primitivas, transportam refugiados às ilhas gregas e italianas com preços de passagens altíssimos e todo risco de vida. Em suma o acordo deverá transmitir a mensagem: “Não venham à Grécia. Nós levaremos vocês de volta à Turquia”. Há dúvidas quanto à efetividade desta medida.
Eliminação de visto
Um item adicional do acordo, uma exigência do governo turco, inclui a eliminação do visto de entrada em passaportes de cidadãos turcos à UE. As gestões acerca desta complexa temática deverão começar em junho próximo. Entre a população já agora há receios de que, com a liberação do visto para cidadãos turcos à União Europeia, o Continente teria nova onda de imigrantes.
O acordo foi mais criticado do que elogiado. Organizações de direitos humanos como a Amnesty International e mesmo várias organizações das Nações Unidas declararam-no desumano por envolver características de tráfico humano. A devolução dos refugiados da Grécia à Turquia lembra a “deportação”, um termo com o qual os europeus não simpatizam por ter sido usado durante o período nazista em relação ao extermínio de judeus.
Vários órgãos da mídia europeia criticaram o acordo por ter sido feito com um país que, no que diz respeito aos direitos humanos, deixa muito a desejar. A própria União Europeia há tempos tem criticado a falta de liberdade de imprensa na Turquia onde, de momento, há 30 jornalistas presos. O presidente Recep Tayyip Erdogan é criticado por seu comportamento autocrático não raro denominado de Sultão do Bósporo, Putin da Turquia e mesmo de Gadhafi Turco. Erdogan, por sua vez, também não é lisonjeiro em relação à União Europeia que publicamente denomina de Clube de Cristãos.
Na questão dos refugiados, a Turquia se colocou numa posição de país chave. Há indícios que a assistência dada pelo governo turco, com apoio da Europa e das Nações Unidas, não se baseia apenas em motivos humanitários. Interesses políticos, geoestratégicos e econômicos de curto, médio e longo prazo, envoltos sob um manto de filantropismo, escondem-se atrás do comportamento de aparência humanitária da Turquia, para o qual cobra um bom preço. E não são poucas as vozes que dizem que Europa deixou-se extorquir pelo governo turco.
Um dos objetivos do presidente Recep Tayyp Erdogan é concretizar a filiação da Turquia à União Europeia. As gestões, há tempos engavetadas, deverão ser reativadas no contexto do acordo agora estabelecido. O problema interno não resolvido da Turquia com a população curda será um dos maiores entraves ao projeto da filiação. Nenhum político europeu quer ver o problema turco-curdo trasladado para o centro da Europa.
Com a acordo realizado, a Europa contribuíu para que a Turquia, um país islâmico com 80 milhões de habitantes e cerca de 15 milhões de curdos, se tornasse o verdadeiro baluarte das fronteiras externas da União Europeia com o objetivo de controlar a onda de refugiados provenientes do Oriente Médio, da África e da Ásia Central com destino à Europa.
A recente história da União Europeia (UE) é marcada por solavancos e tropeços. Feitos políticos, estratégicos e econômicos modelares não têm sido frequentes nestes últimos anos. O acordo agora estabelecido com a Turquia tem ingredientes complexos com resultados não promissores com os quais a próxima geração de políticos europeus terá que se confrontar. l

MORTE DE HERBERT DE MORAES /1942-2016
[caption id="attachment_54799" align="alignnone" width="620"] Herbert de Moraes: jornalista que criou o Jornal Opção há 40 anos | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
“O jornalista que criou um jornal que se tornou uma instituição”
DEMÓSTENES TORRES
Herbert de Moraes era homem culto e, acima de tudo, um jornalista do primeiro time. Quando o visitava para entrevistas e conversas sobre política e economia, percebia que se tratava de um profissional republicano. Os nossos diálogos eram longos, mas jamais enfadonhos.
Herbert queria que Goiás se tornasse um Estado cada vez mais moderno e criou o Jornal Opção para contribuir com essa modernização. Não queria que os políticos fossem provincianos — incentivava-os a se tornarem cosmopolitas. Chegava a incentivá-los a aprender línguas estrangeiras e a conhecerem o mundo.
Goiás perde, com a morte de Herbert, um grande homem, um grande jornalista e um cidadão exemplar. Um abraço para Nanci, sua mulher, e para os filhos Ludmilla Melo, Herbert Moraes e Patrícia Moraes Machado.
Patrícia, jornalista séria, competente e responsável, saberá dar continuidade ao projeto criado por seu pai. Aliás, já está dando. O Jornal Opção é, como sugeriu o Editorial da semana passada, uma instituição de Goiás e, também, do Brasil. É um jornal que dá prazer de ler, dada a qualidade de seu texto, de suas informações e de suas análises. Um jornal raro.
Demóstenes Torres, ex-senador, é procurador de justiça.
“Nunca vou esquecer essa frase de Herbert”
CEZAR SANTOS
Na quinta-feira da semana passada, dia 24 de março, nossa equipe de editores fechou mais uma edição do Jornal Opção, daquela vez sob o imenso peso da morte de Herbert de Moraes, seu fundador. Desde que o conheci, em todos esses anos, volta e meia uma frase dele ecoa em minha cabeça: "Texto que repórter meu escreve eu assumo a responsabilidade”. Mais que a confiança que um patrão tem em seu empregado, a sentença ilustra a confiança que um jornalista dedica a outro. Acho que nunca vou esquecer essa frase do Herbert.
Cézar Santos é editor do Jornal Opção.
“Fui várias vezes ao jornal só para conversar com Herbert”
ERNANI DE PAULA
Quando prefeito de Anápolis, mantive contato frequente com o jornalista Herbert de Moraes, editor do Jornal Opção. Tenho as melhores lembranças possíveis. Ele era de fato um homem de imprensa republicano. Tinha a mente de um estadista e jamais pensava pequeno. Fui várias vezes à redação só para conversar com Herbert. Só dava bons conselhos. Às vezes pedia moderação e, quando necessário, ousadia. Era um mestre. Faz falta e fará muita falta. Anotem.
Ernani de Paula, empresário do setor de educação, foi prefeito de Anápolis.
“Quem conviveu com Herbert teve o privilégio de fazer parte da história das liberdades”
WILDER MORAIS
Quem conviveu com o jornalista Herbert de Moraes teve o privilégio de fazer parte da história das liberdades. O apogeu de sua criatividade, seu empreendedorismo e seu talento foi o Jornal Opção, no qual exerceu e garantiu à sociedade o exercício das principais, a de imprensa e expressão. Enquanto houver vigilância por elas, sua prática e sede de liberdades, Herbert continuará vivo e construindo a história.
Wilder Morais (PP) é senador da República por Goiás.
“O tempo vai aplacar a tristeza da despedida”
DANIN JÚNIOR
Meus sentimentos à família de Herbert de Moraes – sua mulher, Nanci, seus filhos Patrícia, Ludmilla e Herbert. O tempo vai aplacar a tristeza da despedida. O tempo e a forte certeza de que ele esteve aqui conosco para fazer história. História que vocês continuarão escrevendo. Deixo ainda um abraço aos ex-colegas e grandes amigos Euler de França Belém, Cezar Santos, Afonso Lopes, Elder Dias e outros do Jornal Opção, que também perdem uma enorme referência de vida.
Danin Júnior é jornalista.
“Herbert deixa um filho sólido e de alta qualidade: o Jornal Opção”
RENATO BERNARDES
A morte de Herbert de Moraes torna o jornalismo de Goiás mais pobre. Mas ele deixa um filho sólido e de alta qualidade — o Jornal Opção, uma referência de qualidade. Trata-se de um jornal que sempre publica os fatos mais importantes em primeiro lugar. No sábado, por volta de meia-noite, não há quem não pare o que está fazendo para conferir as notas da coluna “Bastidores”.
Nós, que pertencemos ao PP, sabemos da importância do jornal na divulgação dos fatos políticos. Sobretudo, sabemos que suas análises refletem o que é de fato a política de Goiás e do Brasil.
Renato Bernardes foi secretário-geral do PP de Goiânia.
“Que Deus o receba no conforto do céu"
REINALDO CRUZ
Meus sentimentos a família e aos que compõe o Jornal Opção. Que Deus o receba no conforto do céu.
Reinaldo Cruz é jornalista.
“O jornalismo fica mais pobre”
LUIZ FALEIRO
Perda irreparável. O jornalismo fica mais pobre. Meus sentimentos aos filhos Herbert Morais Filho e Patrícia Morais.
Luiz Faleiro é secretário-geral do diretório estadual do PPS.
“Cumpriu otimamente sua jornada na vida”
EVERALDO LEITE
O Jornal Opção é uma ótima obra, seu fundador cumpriu otimamente sua jornada na vida.
Everaldo Leite é economista e professor universitário.
“Uma triste notícia”
GILBERTO MARINHO
Triste notícia. Abraço fraterno à equipe do Jornal Opção, destacadamente à sua filha Patrícia Moraes Machado e demais familiares.
Gilberto Marinho é jornalista.
“Travamos boas discussões sobre Goiás e o Brasil”
JEFERSON DE CASTRO VIEIRA
Herbert de Moraes foi meu aluno de economia na PUC-GO [Pontifícia Universidade Católica de Goiás] em que travamos boas discussões sobre Goiás e o Brasil. Uma grande perda para o jornalismo goiano
Jeferson de Castro Vieira é economista e professor universitário.
“Perda lamentável”
MARCO ANTÔNIO LEMOS
Perda lamentável. Meus sentimento a todos os familiares.
Marco Antônio Lemos é desembargador do Distrito Federal e Territórios.
“Foi um dos meus melhores amigos, apesar da diferença de idade”
WILLIAN BARBACENA
Ainda me faltam palavras para falar desse grande amigo e mestre Herbert de Moraes. Apesar de mais de 20 anos de amizade e da nossa diferença de idade, posso dizer com toda certeza que ele foi um dos meus melhores amigos. Parecíamos dois adolescentes quando ficávamos horas na frente de um computador. Ele tentando absorver tudo que passava pelo monitor e eu atenciosamente ouvindo tudo sobre literatura, religião, política goiana e nacional e principalmente o mais interessante: suas histórias de vida — sobre quando conheceu a dona Nanci, sobre seus filhos e netos, sobre quando ele redigia e distribuía os primeiros esqueletos do futuro Jornal Opção.
Nunca tive um professor, um pai e um amigo que me pudesse ensinar tanto quanto ele me ensinou. Nunca conheci uma pessoa mais generosa do que Herbert em toda minha vida. Obrigado também ao jornalista Euler de França Belém, que se lembrou de mim no belo texto deste Editorial (Jornal Opção 2125). Durante todos esses anos como amigo e confidente de Herbert, posso garantir que ele não só tinha uma admiração pelo profissional que Euler é como também o considerava um grande e fiel amigo — ele por várias vezes repetia que Euler e eu eram os únicos amigos a que ele podia confiar tudo que falava.
Willian Barbacena de Oliveira é consultor em informática.
“A trajetória de um desbravador importante para o Estado”
MARCUS VINICIUS DE FARIA FELIPE
Quero expressar meus sentimentos à diretora-editora executiva do Jornal Opção, a competente Patrícia Moraes Machado, e a sua família pela precoce partida de seu pai, Herbert de Moraes. Sua trajetória na imprensa goiana é a de um desbravador. Ele sempre esteve à frente de vários projetos como as edições diárias, semanais e eletrônicas de seu veículo.
Num mundo carente de ideias e de idealistas, toda partida como a de um homem como Herbert representa uma grande perda para o Estado e para o País. Minha solidariedade a todos os colaboradores do Jornal Opção, com especial carinho ao meu amigo Euler de França Belém, de quem tive e tenho preciosas lições de jornalismo.
Marcus Vinicius de Faria Felipe, jornalista, foi presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), hoje Agência Brasil Central (ABC).
“Um epitáfio à altura de um homem substantivo”
ADALBERTO QUEIROZ
“O factual passa; a análise, desde que sólida, fica e reverbera” (Herbert de Moraes)
Um epitáfio à altura de um homem substantivo. Se Villaça [Antonio Carlos Villaça, escritor, jornalista, conferencista e tradutor, reconhecido como um dos mais importantes memorialistas em sua área no Brasil] escrevia epitáfios olhando “o nariz do morto”, o jornalista Euler de França Belém o faz atento aos olhos neste Editorial (Jornal Opção 2126). Parabéns a ele pelo texto e condolências à família, principalmente a Patrícia, a menina do Opção, que tem nas mãos um legado que nós, leitores e colaboradores, devemos ao sr. Herbert, jornalista. Um humanista e visionário.
Adalberto Queiroz é escritor.
“Lamento profundamente essa notícia”
MANOEL L. BEZERRA ROCHA
Lamento profundamente essa notícia. Tive o prazer de ter conhecido Herbert de Moraes durante minha rápida passagem pelo Jornal Opção, como advogado e como colunista. Minhas condolências a toda a família, amigos jornalistas e funcionários do semanário.
Manoel L. Bezerra Rocha é advogado.
“Uma grande figura se vai”
ROGÉRIO LUCAS
Triste. Grande figura. Lamento muito, sobretudo não ter tido mais de nossas intermináveis — e inenarráveis — reuniões de pauta. Transmitam meus sentimentos à família e um abraço afetuoso em especial para dona Nanci, muito querida, sempre tão gentil e cuidadosa.
Rogério Lucas é jornalista.
“Idealizador de uma trincheira da democracia e da cultura goiana”
DORACINO NAVES
Nossos sentimentos pela perda lamentável do jornalista Herbert de Moraes, idealizador do Jornal Opção, trincheira da democracia e da cultura goiana.
Doracino Naves é jornalista e editor do Portal Raízes.
“Trabalhei com ele e aprendi muito nesse período”
GUILLERMO BOTOVCHENCO
Grande perda. Trabalhei com ele por dois anos e meio, e muito aprendi nesse período. Meus pêsames e muita força à família.
Guillermo Botovchenco Rivera é jornalista e diplomata.
[caption id="attachment_61968" align="alignleft" width="620"] Arquivo pessoal[/caption]
Marconi Perillo
Recebo com grande pesar a notícia da morte do jornalista, fundador e diretor-geral do Jornal Opção, Herbert de Moraes, nome marcante da imprensa goiana e responsável pela concepção de um veículo de comunicação vibrante, instigante e muito antenado com a modernidade e tudo o que ela transpira para uma leitura aprimorada do mundo em que vivemos.
Há mais de 40 anos, Herbert foi um visionário ao criar o Jornal Opção, que começou como um semanário de análise, passou a diário e posteriormente se transformou e se consolidou em semanário, sempre primando pelo bom conteúdo jornalístico, tanto o informativo como o opinativo. A vida dele foi toda dedicada ao jornalismo, profissão que acolheu como um sacerdócio e pela qual sempre lutou, combatendo com o lema da responsabilidade social e do compromisso com a informação e a formação de qualidade.
Pessoa de fino trato e dotada de uma acurada sensibilidade, faro jornalístico e erudição para a análise do mundo, Herbert imprimiu no Jornal Opção muito do que retratava sua vida, transparecendo sua autêntica forma de ver e perceber os acontecimentos e as transformações sociais, políticas e econômicas.
Goiás perde um empreendedor de considerável poder criativo e que deixa uma lacuna muito grande no jornalismo do nosso Estado e do Brasil. Aos familiares, parentes, amigos e colaboradores do Jornal Opção, externo meu mais profundo pesar pela morte de Herbert, desejando muita paz e confortando-os com meu fraterno abraço.
Marconi Perillo é governador de Goiás.
“Deixou filhos jornalistas – e a escola do Opção continua aberta”
Irapuan Costa Júnior Tive estreita convivência com Herbert de Moraes, desde a década de 1970. Estudou economia, mas sua vocação clara e irreversível era mesmo o jornalismo. Brilhante, pioneiro, marcou a imprensa goiana com a criação do até hoje único jornal verdadeiramente opinativo da região, o Jornal Opção. Fez inovação jornalística: deixou filhos jornalistas; e a escola do Opção continua aberta. Meus pêsames a Nanci, aos filhos de Herbert e a todos os que trabalham no Opção. Irapuan Costa Júnior é ex-governador e ex-senador de Goiás.“Um dos homens mais cultos de Goiás”
Paulo Bittencourt Grande jornalista e um dos homens mais cultos de Goiás. Trabalhei com Herbert de Moraes em várias fases do Jornal Opção e aprendi muito com ele. Era de uma coragem espantosa. A lenda que corre é que sabia de tudo – e sabia mesmo. Nada passava despercebido diante dele. Sempre bem informado, leitor voraz e dono de um texto certeiro, ele marcou época no jornalismo e, com justiça, figura entre os construtores do Goiás moderno de hoje, que deixou de ser rural e atrasado para se transformar na 9ª economia do País. Registro com pesar a morte de Herbert e deixo aqui a minha solidariedade a Nanci Guimarães de Melo Ribeiro, sua mulher; Ludmilla de Melo Ribeiro, Herbert Filho e Patrícia Moraes Machado, seus filhos; e ao jornalista Euler Fagundes de França Belém e toda a equipe do Jornal Opção. Paulo Bittencourt é jornalista.“Um visionário no jornalismo goiano”
Dioji Ikeda Foi com grande tristeza que recebi a notícia do falecimento jornalista e economista Herbert de Moraes, fundador e diretor do Jornal Opção. Seu engajamento e doação fez de Herbert um visionário no jornalismo goiano, com a opinião e a cultura em destaque. Transmito meu pesar e envio um abraço forte aos familiares e amigos de Herbert de Moraes em nome de toda a comunidade inhumense. Dioji Ikeda é prefeito de Inhumas.“Maior perda da imprensa brasileira nos últimos tempos”
Thiago Albernaz A morte do jornalista e economista Herbert de Moraes representa a maior perda dos últimos tempos para a imprensa brasileira. Conhecido por seu pensamento arrojado e olhar aguçado, era um dos grandes intelectuais de seu tempo. Inquieto e perfeccionista, jamais se contentou com a análise rasa da história que acontece diante dos nossos olhos. Jamais se rendeu à vaidade que encastela as grandes mentes e, humildemente, dialogava e ensinava seus jornalistas na permanente construção de um dos maiores semanários do Brasil. Dizer que era prestigiado por intelectuais e autoridades é reduzir sua importância. Os goianos e o País é que foram prestigiados por seu jornalismo de fino trato durante os 40 anos de história do Jornal Opção. Recebemos com surpresa e pesar a morte de Herbert de Moraes, mas não nos permitimos nos entregar ao sentimento de perda, porque seu legado é perene. Nossos mais sinceros votos de paz aos seus familiares. Que Deus os ampare a abençoe. Thiago Albernaz (PSDB) é vereador em Goiânia.“Incansável em sua luta pelo bom jornalismo”
Eduardo Machado Lamento profundamente a morte do fundador e diretor do Jornal Opção, de Goiânia, o jornalista Herbert de Moraes, de 73 anos. Envio meus sentimentos à família e aos amigos do semanário, que perde um grande líder e grande homem. Herbert de Moraes foi incansável em sua luta pelo bom jornalismo, fez um grande trabalho para Goiás e para todo o Brasil desde que fundou seu veículo, em 1975. Excelente jornalista e economista, Herbert fará muita falta a todos nós. Que descanse em paz! Eduardo Machado é presidente nacional do PHS.“Nosso jornalismo perde uma inteligência ímpar”
Mátya Rodrigues Apenas um “oi” para confortar o coração do jornalista Euler de França Belém e toda a equipe do Jornal Opção. Sinto muito, mesmo, e nosso jornalismo perde uma inteligência ímpar. Abraços e força a todos aí! Mátya Rodrigues é coordenadora de comunicação da Record Goiás.“Herbert se dedicou ao sonho de um veículo com a essência de seu pensar”
José Eliton “O jornalista Herbert de Moraes dedicou sua vida ao sonho de criar um veículo de comunicação que fosse a essência do seu pensamento social. O Jornal Opção se consolidou, no decorrer de 40 anos, como espaço democrático e eficaz para a opinião e o debate de ideias, destacando-se em nível nacional pela sua qualidade e profunda lealdade a uma linha editorial lúcida, influente e fiel às concepções do seu fundador. Dono de uma inteligência notável, Herbert soube manter o semanário enquanto opção moderna, critica e corajosa. “O factual passa. A análise, desde que sólida, fica e reverbera”, sentenciava ele. Herbert foi testemunha e agente de grandiosos fatos que mudaram o perfil histórico de sua época. As páginas do Jornal Opção se mantiveram repletas de argumentos que influenciam Goiás e o Brasil. Nunca temeu desafiar poderosos ou ideias cristalizadas. Sempre defendeu os princípios de uma imprensa livre, democrática e comprometida com o interesse público. O tempo todo, soube debater com honestidade e propósitos justos. Jamais cedeu à insensatez. As páginas do Jornal Opção sempre estamparam discussões que desafiam clichês e paradigmas. Deixa um legado jornalístico à altura dos melhores periódicos nacionais e internacionais. Certamente será estudado e continuará a influenciar gerações. A esposa Nanci Guimarães de Melo Ribeiro, diretora financeira, os filhos Patrícia Morais Machado, diretora-editora-executiva, Herbert Morais filho, correspondente da Rede Record em Israel e colunista do jornal, a médica Ludmila Melo, bem como o diretor editor-chefe Euler de França Belém, saberão perpetuar, em suas respectivas áreas de atuação, os ideais do fundador. Aos familiares, amigos e leitores, à equipe do Jornal Opção, os nossos sentimentos”. José Eliton é vice-governador de Goiás.“Sua morte me pegou de surpresa”
Lourenço Pinto de Castro Meu profundo sentimento ao Jornal Opção, a Nanci, sua mulher, e aos familiares pelo falecimento do querido amigo jornalista Herbert de Moraes, que me pegou de surpresa. Lembro-me dele ainda adolescente, redigindo artigos em jornais estudantis, já mostrando o seu talento jornalístico. Grande perda. Lourenço Pinto de Castro é advogado.“A influência de seu modo de ver o mundo é nítida no Jornal Opção”
Bruna Aidar Não convivi pessoalmente com Herbert, mas a admiração de todos no jornal por ele não passa despercebida, e a influência do seu modo de ver o mundo é nítida no perfil do Jornal Opção. Como bem ressalta o jornalista Euler de França Belém, até hoje o que orienta a redação é este lema: “O factual passa; a análise, desde que sólida, fica e reverbera". Meus sentimentos à família. Bruna Aidar é jornalista.“Herbert deixa importante marca no jornalismo”
Fleurymar De Souza Lamento profundamente a morte do jornalista Herbert de Moraes. Tivemos breve convivência no jornal “O Popular”, em que ele escrevia uma coluna sobre economia. Depois nos reencontramos no “Diário da Manhã”. Num dado período, atendendo ao seu convite, escrevi algumas matérias para o Jornal Opção. Deixa uma importante marca no jornalismo. À família, meus sentimentos. Fleurymar de Souza é jornalista.“Assinou minha carteira em meu primeiro emprego”
Marley Costa Leite Herbert assinou minha carteira se trabalho em meu primeiro emprego como jornalista, na década de 70. Vá em paz! Marley Costa Leite é jornalista.“Um jornalista no sentido mais puro da palavra”
Deusmar Barreto Tive o prazer de com Herbert conviver no auge de sua pujança profissional. Quando nos dispúnhamos a conversar, não eram alocuções, mas análises profundas sobre as inquietações humanas. Um jornalista no sentido mais puro da palavra. Respirava 24 horas por dia essa essência, de maneira indissociável, única e vital. Deusmar Barreto é jornalista.“Meus sentimentos a todos deste importante jornal”
Umberto Machado de Oliveira Meus sentimentos a todos os familiares e aos funcionários desse importante jornal, e especialmente ao jornalista Euler de França Belém, que teve convivência próxima a Herbert de Moraes. Umberto Machado de Oliveira é promotor.“Comecei no Jornal Opção”
Dehovan Lima Conheci Herbert de Moraes no final dos anos 70, quando comecei, no Jornal Opção, à época diário, a trabalhar em jornal. Sentimentos à família. Dehovan Lima é jornalista.“Alguém de seriedade e competência ímpares”
André Luiz Dias Mattos Um grande jornalista e grande pessoa. Conheci Herbert há muitos anos, alguém sempre de uma seriedade e competência ímpares. Meus sentimentos. André Luiz Dias Mattos é secretário da Saúde da Prefeitura de Morrinhos.“Perdem a sociedade goiana e o jornalismo crítico”
Raquel Teixeira Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do fundador e diretor-responsável do Jornal Opção, o jornalista e economista Herbert de Moraes. Perdem a sociedade goiana e o jornalismo crítico, inteligente e opinativo. Envio minhas condolências e minha solidariedade a toda a equipe e à família de Herbert, na certeza de que seu legado permanecerá conduzido por talentos que continuarão nos instigando à reflexão. Raquel Teixeira é secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.“Sentimentos e pesar”
Viviânia Medeiros Meus sentimentos e pesar à família desse ilustre colega, extensivos à direção e a toda a equipe do Jornal Opção. Viviânia Medeiros é jornalista.“Sempre polêmico e muito participativo”
Sérgio Vieira Costa Meus sentimentos à família do jornalista Herbert de Moraes. Conheci esse jornalista no final dos anos 1990, quando a gente frequentava o curso de Ciências Econômicas na UCG [Universidade Católica de Goiás], hoje PUC-GO. Ele era sempre polêmico e participava bastante. Sérgio Vieira Costa é jornalista.
Lá pelos idos dos anos 1980, um certo poeta denominado Renato Russo nos alertou com uma simples frase: “Que País é este?”. Este mesmo poeta, depois, escreveu um verso: “festa estranha, com gente esquisita, eu não estou legal”... Este é o nosso País e o nosso povo, que mantém o foco na festa mas não se preocupa com as mínimas coisas que dizem respeito à melhoria de sua vida, condição “sine qua non”. A preferência é pela baderna e não diminuição da perda. Outro grande poeta dos anos 80, de nome Cazuza, enalteceu algumas palavras que não vão se perder: “A tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos”. Assim como ele, o povo brasileiro é muito “exagerado”, e com seus exageros nunca chega a lugar algum. A mediocridade e a utopia fazem parte desta Nação. São coisas arraigadas no âmago e no DNA da população brasileira, a ponto do absurdo tamanho que um conhecido escreveu nas redes sociais: “Praticando o exercício da civilidade”. Que civilidade? Participar da mancha de protesto dos loucos por poder? Colocar o manto sagrado – diga-se camisa verde e amarela e a bandeira nacional – e mostrar-se patriota? Lutar na guerra ninguém quer, não é? É belo aparecer na mídia e criticar o vazio. Mas abrir mão dos seus ganhos e salários, de seus patrimônios e propriedades, de suas viagens, de suas vantagens e de suas propinas, para melhoraria de toda a nação, ninguém quer, não é vero? Várias pessoas que não tinham nada num determinado governo e que agora possuem vantagens e patrimônios, estavam protestando contra o outro governo. Por que será mesmo? Para melhorar a condição social do país ou simplesmente para continuar aumentando seus ganhos? Patético. Tudo isso seria cômico se não fosse trágico. O normal seria as pessoas estarem em defesa dos interesses coletivos. Mas o que se vê, é simplesmente a disputa pelo poder, pelo ganho indiscriminado e pela manutenção da massa assoberbada e arrebatada, nos pântanos da pobreza extrema. Igualmente, como já bem esclarecido pelos estudo de Michel Foucault, a disputa pelo poder é um divisor de águas. O poder é a mola propulsora, é o motor que impulsiona todos esses fatos, tornando os menos afortunados de pensamento e ideologia, uma nova massa de manobra midiática e uma nova classe manipulada pela perda do poder. Ou simplesmente, porque os manobrados não admitem que o sejam. Lastimável. Não tem nada a ver com discurso político-partidário, de qual lado estamos. O objetivo é uma disputa desleal, velada e sagaz, onde o objeto central é a manutenção do “status quo”, do ganho já conquistado, dos valores desvelados. Infelizmente, ninguém está manifestando por um país melhor, mas sim pela melhoria dos seus ganhos próprios. O Brasil e os brasileiros sempre foram assim, e sempre o serão. Adoram o “pão e circo”, mas se esquecem de que depois eles próprios precisam limpar o coliseu. A mídia e os partidos políticos são autocratas, para não dizer “antropodercêntricos”. Nunca irão perder a centralidade do Poder. Como sou faixa preta, não preciso me esconder por trás de rótulos e fazer de conta que a situação irá melhorar por causa de uma veste ou outra. Fico muito entristecido em pensar que a atitude das pessoas só é momentânea, pois quando chega a “hora H”, que é nas urnas, não fazem o mínimo esforço para mudar a situação atual do país. É triste essa utopia e essa desfaçatez de momento. Leonardo Ângelo Stacciarini de Resende é advogado e professor de educação física.
Marcelo Augusto Parrillo Rizzo São divertidos os posts que dizem mais ou menos assim: “O que esses petralhas safados não entendem é que sou contra corrupção de todos e que todos devem ser punidos!”. E aí, você olha a “timeline” do sujeito no Facebook e vê que é só descendo o verbo no PT. Então, não foi o “petralha” que não entendeu: foi você. Os “petralhas” estão pouco se lixando se vai ser todo mundo preso. Os petistas (uma ínfima parte daquilo que se identifica como “petralhas”), estes sim, devem estar preocupados com o desmantelamento de seu partido; já os “petralhas” estão pouco se lixando para o PT. Eles, na verdade, estão preocupados com algo muito mais importante: o desmantelamento das instituições brasileiras. Quando um “petralha” fala do Aécio, ele não está tentando livrar a cara do Lula ou qualquer outro; ele está preocupado com o fato de que um notório corrupto, além de não ser investigado, é o principal articulador de um movimento anticorrupção que pretende se instalar no poder. O “petralha” se indigna com o fato de que a maioria dos principais políticos oposicionistas já tenha sido delatada sem que isso tivesse gerado investigações policiais, manchetes ou condenações. O “petralha” acredita que, quando a PF, o MPF e outras instituições decidem ultrapassar todo o respeito à lei por um objetivo político, já nos encontramos em um terreno absolutamente perigoso. E ele sabe que não precisa de nenhuma teoria conspiratória para se provar isso: vazamentos de delações são crimes seriíssimos e as autoridades se recusam a fazer qualquer coisa para conter essa tática de cunho golpista. A prova está nos jornais, revistas e TVs que se consomem todos os dias. O “petralha” fica mais estupefato ainda com algo que é cada dia mais óbvio: enquanto quase todos os políticos — tanto da situação quanto da oposição — se encontram sob suspeita, não há nada contra o principal alvo da fúria popular: a presidente Dilma. A não ser que se contem boatos (como aquele em que se diz que ela pretende ‘chipar’ todo mundo) ou coisa parecida. O “petralha” se preocupa com o fato de que o Congresso, sob liderança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu votar todas as contas de presidentes anteriores de forma expressa para poder julgar as contas da presidente Dilma e, desta forma, dar bucha para um impeachment que não conseguia um grão de evidências legais para tomar o poder. O “petralha” se preocupa quando um policial (o “japonês da Federal”) se torna herói quando ele já foi condenado por contrabando, mas ninguém noticia nada sobre isso. O “petralha” se preocupa com a notícia de implantação de “grampos” (os mesmos que livraram um Daniel Dantas da cadeia) não gerar nenhuma preocupação neste momento. } Dos escândalos do PT o “petralha” sabe os que você tanto cita quanto muitos outros, já que, normalmente, esse “petralha” não é um neófito na discussão política. Mas, os “petralhas” sabem de muitos outros escândalos também, que envolvem tanto os partidos da oposição como de alguns dos que investigam a corrupção. O “petralha” comemorou o fim das doações empresariais porque ele sabe onde se encontra a corrupção. O “petralha” quer discutir o presidencialismo de coalizão e luta por uma verdadeira reforma política. O “petralha” se preocupa tanto quanto você com a crise econômica, mas coça a cabeça quando a oposição decide parar o Congresso. Isso não significaria trabalhar para agravar a crise? O “petralha” está puto com a Dilma, ele quer saber das punições contra a Samarco, quer uma política econômica que saia da armadilha da austeridade, quer que a presidente se posicione frente a diversos problemas, mas o “petralha” não quer golpe. O “petralha” explicita suas posições políticas e não se esconde atrás de um amor amorfo e difuso pelo Brasil. Exposto tudo isso, fica claro: para o “petralha” preocupado, sua indignação contra a corrupção parece golpe. Entendeu?
Marcelo Augusto Parrillo Rizzo é servidor público federal e doutorando em História pela UFG.
Gustavo Henrique Pessoa No primeiro semestre de 2014, a crise já estava clara pra muita gente e também para mim. Mudaram até a regra da poupança, porque ela rendia mais que títulos do governo. Baixaram a taxa Selic de modo irresponsável, em um país em que a população vive de crediário. A inflação explodiu e continua batendo recordes todo mês. Medidas anti-inflacionárias, que teriam sido simples no começo, não foram tomadas e criaram um monstro. A presidente Dilma Rousseff (PT) declarou para a imprensa, com todas as letras, que “aceitaria a inflação em nome do crescimento”, isso com a recessão já instalada. No primeiro semestre de 2014, pensei que um sinal de boa vontade e uma boa medida de campanha seria a presidente propor a autonomia do Banco Central, o que diminuiria o risco de pedaladas eleitoreiras. Morreu Eduardo Campos (PSB), veio Marina defendendo a autonomia, e o PT a atacou como se fosse Malafaia contra o mal. Puro discurso pra agradar as ovelhas. Dilma se reelegeu com o voto de vários eleitores ignorantes do que estava por vir, e eu fui um deles, porém esclarecido (ou cínico) como Maquiavel (ou Aécio). Não adiantou dividir para governar, a vitória foi de Pirro. Passou 2015 tentando, sem sucesso, fazer o oposto do primeiro governo, quando amargou 8% de aprovação. Isso é inegável e 2016 ainda é uma incógnita. Mas a independência do Banco Central continua sendo uma boa ideia. Só que a iniciativa teria de partir da oposição, o PT segurar suas bases e além de tudo, ocorrer um acordo entre ambos. Ou seja, a oposição teria de não estar desejando o quanto pior, melhor; Dilma demonstrar habilidade política, como por um milagre; e os dois lados se eximirem de ser donos da verdade. Fácil, não? Gustavo Henrique Pessoa Chaves é servidor público federal.
“Mataram o estuprador e comeram seu coração”
Hélio Torres Certa vez em Jataí, terra da minha família, eu ainda adolescente, presenciei com curiosidade a revolta de um grande grupo de pessoas, em frente à delegacia da cidade, a fim de lincharem um estuprador que havia também matado uma adolescente e seu namorado, de idade compatível, havia poucos dias. Na ocasião, por precaução e seguindo o procedimento padrão nesses casos, o delegado colocou o sujeito numa viatura com quatro policiais fortemente armados e os despachou para Rio Verde, cidade vizinha. O delegado percebeu que os policiais estavam demorando a chegar ao destino, pois não haviam ligado no prazo combinado. Incomodado, ele enviou os policiais restantes, que tinha ficado, para averiguar a situação. A poucos quilômetros acharam a viatura na beira da estrada, com os quatro policiais amarrados com suas próprias camisas, sem sinais de agressão, e suas armas intactas guardadas na viatura. O estuprador estava amarrado pelos pés, dependurado numa árvore de cabeça pra baixo, já sem a pele das costas, que tinha ficado pelo asfalto próximo, e gotejando o restinho de sangue que lhe havia sobrado e que jorrou principalmente na região dos genitais — que haviam sido cortados por golpes de facão com muita fúria — e do coração que havia desaparecido. Os policiais contaram que foram rendidos por dois carros com dez pessoas armadas e encapuzadas, que os amarraram, torturaram o estuprador e tomaram cachaça comendo seu coração com ele ainda pulsando. O primeiro jorro de sangue serviu de tinta pra escrever num papelão pregado na árvore escolhida pelo carrasco: “Isso é pra aprender não mexer com filha de homem.” O delegado, ao receber a notícia, disse que iria averiguar o caso. Mas, passados pelos menos 25 anos, deu-se tudo por encerrado, imagino. Hélio Torres é consultor e profissional em tecnologia da informação (TI).Valéria Ramos
A cada dia, ando mais revoltada com o Eixo Trindade–Anhanguera. Na segunda feira, 22, já peguei o ônibus lotado em Trindade. Como sempre ocorre, não era possível nem se mexer. Ao chegar à Praça A, todos têm de trocar de veículo, porque até certa hora da manhã o Eixo Trindade só vai até aquele ponto. O terminal da Praça A parece um formigueiro, tamanha a quantidade de gente. É desumano, deprimente, humilhante.
Tive de esperar que passasse meia dúzia de ônibus para então conseguir entrar em um, no qual nem de longe havia a possibilidade de um banco para mim. Ou seja, fui de Trindade até o Centro de Goiânia sem sentar um só minuto. À tarde, na hora de voltar pra casa, qual foi a grande novidade? Nenhuma, todos os ônibus lotadíssimos. Por um milagre, quando cheguei ao Terminal Vera Cruz, consegui me sentar. Aleluia! No dia seguinte, a mesma novela. De manhã, meu ponto lotado, para variar. E novamente a troca na praça A foi da mesma forma.
Ao voltar, à tarde, por um imprevisto no caminho que contarei a seguir, consegui me sentar quando chegava ao Vera Cruz. É que, simplesmente, depois de ter vindo em pé da Rua 20 (Centro) até o Terminal Padre Pelágio, peguei o ônibus para Trindade de um jeito que não dava para respirar, de tanta gente. Na primeira parada do Eixo depois da saída do terminal, eis que acontece uma coisa “linda”: o pneu estoura. Como pode isso? Um ônibus tão bom, tão lindo, tão confortável, todo pleno de manutenção? O motorista ligou para alguém, certamente explicando a situação. Enquanto não vinha um ônibus vazio para pegar o povo que ficou a pé, os que passavam, para lá de lotados, foram pegando mais pessoas entre aquelas que estavam ali.
Quando chegou o ônibus reserva, mais da metade já havia se apertado nos outros que passaram. Mas bastava olhar a situação dos pneus do veículo para ver o descaso com o povo. Queria muito que alguém conseguisse a façanha de colocar os governantes no Eixo Anhanguera por uma semana. No horário de pico. Cedo e à tarde. Levando todos os chutes, empurrões, pontapés e grosserias, para que sentissem na pele o quão bons eles são.
Ainda tem um agravante, que é a falta de educação do povo. Isso de certa forma é até compreensível, porque infelizmente a gente sabe que ninguém do poder público está se importando e que os ônibus são mesmo poucos. Assim sendo, é preciso entrar empurrando no primeiro que aparece, porque está todo mundo cansado da jornada de trabalho e quer chegar a todo custo em casa. E assim somos empurrados para entrar no ônibus. Já se sentar em um desses coletivos do Eixo é um luxo de primeira grandeza!
Aquela lei da física segundo a qual dois corpos não ocupam o mesmo espaço, definitivamente foi derrubada nessa linha. Ali, no mínimo dez corpos ocupam o mesmo espaço. E o preço da passagem ainda sobe, com toda essa falta de estrutura?
Somos tratados pior do que gado, porque em uma carreta de bois só colocam nela a quantia exata de animais que ali se comporta. No Eixo, não: enquanto há uma fresta de luz e ar, entra gente, porque, se não entrar com ele mesmo lotado, não se chega em casa.
Outra coisa que dá revolta é ver vários ônibus vazios na fila, mas que não vão pegar o povo, que está esperando na plataforma. Eles têm de realmente dar tempo para que saiam entupidos de gente. É um descaso total, com falta de respeito e falta de segurança, sem um mínimo de dignidade.
Outro dia ouvi uma pessoa dizer que ela precisava se mudar, para ficar mais perto do trabalho. Eu pensei cá com meus botões: ajuntei dinheiro por anos para comprar uma casa nova e agora eu tenho de me mudar porque o bus não funciona? Não deveria ser o contrário? Não é o transporte que tem de melhorar, já que eu pago, além da passagem, um monte de impostos?
Estou mesmo revoltada. Meu filho, que morou nos Estados Unidos, tem mesmo razão de não querer mais ficar aqui. Está impossível viver neste País. Desculpem-me o desabafo, mas quem sabe assim possamos ao menos encontrar alguém que se importe com o povo.
Valéria Ramos é secretária na Cúria Metropolitana (Arquidiocese de Goiânia).
Desde o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, nos EUA, o terrorismo faz parte do jogo político

Já é possível enxergar quais serão os candidatos que vão entrar na disputa pela prefeitura que concentra o segundo maior orçamento municipal de Goiás

O principal tema foi relacionado à retomada do crescimento econômico de Anápolis

De acordo com o projeto elaborado na tarde de sexta-feira, 12, o percentual será repassado aos professores em fevereiro — retroativo a janeiro —, julho, novembro e dezembro
Na oportunidade, o banco doou 70 computadores para a Prefeitura de Anápolis
“A Bolsa de Valores é fascinante e extremamente dinâmica” Greice Guerra Em relação à nota “Executivo descobre que mercado financeiro ‘rouba’ investidores e cria bolsa alternativa” (Jornal Opção Online), digo que, por ser um dos investimentos de mais alto risco que existem, porém o “top”, a expressão máxima do capitalismo — muito complexa, ao mesmo tempo certa e incerta, pois lida com inúmeras variáveis e cenários de mercado, e também com fenômenos naturais, exige disciplina, foco, objetivo, conhecimento, resistência, hábito de leitura e interpretação de notícias, raciocínio rápido, não pode haver “ambição” demasiada etc. —, a Bolsa de Valores assume a imagem de “mito”. Várias teorias e elucubrações são formadas a respeito da mesma, muitas vezes infundadas, devido à falta de conhecimento e estudo técnico e acadêmico mais aprofundado, além de ser um investimento de retorno em longo ou longuíssimo prazo. Bem diferentemente — eu diria a anos-luz de distância —, de um investimento conservador como a poupança ou um CDI [certificados de depósito interbancário], por exemplo, em que as pessoas aplicam os recursos e vão observar os resultados “certeiros” ao fim de 30 dias, independentemente do que aconteça tanto na economia nacional quanto internacional. Na Bolsa de Valores não é assim. Cada dia é um dia, cada hora é uma hora, cada minuto é um minuto. É algo extremamente dinâmico. Talvez por isso seja tão fascinante e passível de várias elucubrações. Porém, em todo segmento de mercado existem os bons e os maus profissionais. Isso está presente em todos os setores da economia, não só no mercado financeiro. Há de se prevalecer a ética, a moral, os bons costumes e os princípios. Greice Guerra é economista. “A boa capitalização se dá pela Bolsa em qualquer lugar do mundo” Jeferson de Castro Vieira Bons profissionais fazem uma leitura muito minuciosa das empresas e do mercado. Eu faço uma leitura das conjunturas nacional e internacional para fazer minhas recomendações. Muita gente ganhou muita grana aplicando na Petrobras na hora certa e caiu fora. O mesmo fez na Vale. Nós não temos culpa se quem aplica no mercado financeiro pensando como especulador se prejudica pensando em lucros altos e em curto prazo. Qualquer lugar do mundo a boa capitalização se dá pela bolsa de valores e outros instrumentos de capitalização. Jeferson de Castro Vieira é economista e professor universitário. “Seleção de poemas tem uma coesão que é um feito épico contemporâneo” Ana Clara Medeiros Atuo há anos com o professor Augusto Rodrigues (e com o poeta Augusto Niemar) no âmbito da crítica literária. Recentemente, chamou-me muito a atenção a iniciativa do Jornal Opção em publicar cem poemas de até cem caracteres em parceria com o poeta-amigo citado, dentre outros grandes [“100 poemas de até 100 caracteres”, edição 2118]. Por tal feito, parabenizo-o de antemão! Gostei muito da seleção poética, que me revelou uma coesão interna surpreendente — parece que os poetas todos se combinaram para fazer um grande poema só. Isso me veio como um feito épico contemporâneo. Ana Clara Medeiros é doutoranda em Literatura na Universidade de Brasília. “De retorno ao tribunal inquisitorial” Luiz Augusto Paranhos Sampaio Estamos retornando àquela época do “Index librorum proibitorum”, que durou séculos, quando um tribunal inquisitorial vedava aos cristãos, católicos romanos, que lessem livros, segundo os analistas, pois contrariavam a fé e a doutrina cristãs. André Gide, Prêmio Nobel de Literatura, autor controvertido e homossexual, teve vários livros proibidos pelo Vaticano. Ele foi um dos escritores franceses mais celebrados do século 20 e recebeu o prêmio em 1947. Livros vetados pelos vaticanistas: “Os Frutos da Terra”, “Os Porões do Vaticano”, “Os Moedeiros Falsos”, “O Pombo Torcaz”, “Le Coridon”. Ele ainda escreveu uma obra, de vez que, convidado pelo Partido Comunista, ele andava de flerte com o comunismo francês, de regresso a França, escreveu “Retour de l'URSS”, no qual descreve o horror do stalinismo. Desiludiu-se do bolchevismo. Segundo ele, “crê nos que buscam a verdade, duvide dos que a encontram”. Gide já não mais causa escândalo. Por seus méritos literários, o escritor francês merece ser lido. [“Não se deve proibir a leitura de livros, como Macunaíma, devido a preconceitos contra a homossexualidade”, Jornal Opção 2118] Luiz Augusto Paranhos Sampaio é advogado e escritor.

Reino Unido reivindica que a União Europeia seja mais transparente, menos burocrática e mais competitiva

[caption id="attachment_58701" align="alignnone" width="620"] Fechamento da tradicional locadora é lamentado por leitores[/caption]
DHIEGO ANDRADE
O fechamento da Cara Vídeo revela a marcha do tempo. Foi uma referência gigantesca para o cinema alternativo aqui em Goiânia, mas simplesmente não dá para competir com a facilidade e os preços da Netflix e dos torrents. Mas a Cara Vídeo ficará na memória de todos os cinéfilos de Goiânia.