Imprensa

“A Casa da Vovó — Uma Biografia do DOI-Codi (1969-1991), o Centro de Sequestro, Tortura e Morte da Ditadura Militar” (Alameda, 611 páginas), do jornalista Marcelo Godoy, de “O Estado de S. Paulo”, é um notável livro de história. Não é um mero relato jornalístico. Trata-se de uma pesquisa exaustiva, nuançada e bem escrita. O livro esclarece histórias às vezes tão-somente esboçadas noutras obras.
Para contar a história do DOI-Codi, além de pesquisar noutras fontes, inclusive livros, Marcelo Godoy decidiu ouvir agentes — inclusive mulheres — que trabalharam no órgão de combate à guerrilha das esquerdas brasileiras. Seu relato, porém, não é subserviente às fontes. É “seu”, quer dizer, ouve os agentes, mas confronta suas versões e apresenta, de maneira equilibrada, um denominador comum.
O repórter, no lugar de “desmentir” o coronel Brilhante Ustra, abre espaço para os agentes — alguns deles com nomes reais apresentados, outros com codinome — contestarem as versões do comandante do DOI-Codi.
Baseado nas entrevistas, Marcelo Godoy conclui que a guerrilha foi destroçada, em larga medida, devido ao trabalho dos “cachorros”, guerrilheiros que, “virados” pelos militares e policiais, se tornaram informantes. “O uso de informantes foi um dos métodos mais eficazes, às vezes até mais do que a tortura, para a destruição das organizações de esquerda”, afirma. Os esquerdistas se tornavam informantes mais para sobreviver do que por convicção. Há, claro, aqueles que se tornaram apoiadores da ditadura, como o Cabo Anselmo.
A Ação Libertadora Nacional foi destroçada, em grande parte, graças ao informante João Henrique Ferreira de Carvalho, que se tornou o informante Jota. Ele deu informações precisas sobre os guerrilheiros da ALN. Era amigo do poeta Pedro Tierra (Hamilton Pereira da Silva), que militava em Goiás e São Paulo. O Molipo foi destroçado com a ajuda do informante Camilo. Gilberto Prata Soares contribui para a destruição da APML. Ele entregou o cunhado e Honestino Guimarães caiu ao se pôr em contato com José Carlos da Mata-Machado. O Cabo Anselmo contribuiu para a liquidação da VPR e da VAR-Palmares. Jover Teles (o informante VIP) entregou, por dinheiro, a cúpula do PC do B.
Uma história mostra a coragem suicida do guerrilheiro Frederico Mayr, do Molipo. Preso e baleado, foi levado para a Casa da Vovó (o DOI). O comandante Brilhante Ustra “abriu a porta do interrogatório e aproximou-se de Mayr:
— Ô, meu filho, fala aí, é melhor pra você...
— Eu não vou falar, seu gorila filho da puta...
Ustra deu-lhe as costas para sair e o guerrilheiro enfiou-lhe o pé na bunda. O chute tornou mais duro o tratamento que lhe foi reservado. “Mayr agonizou nas mãos do capitão Ramiro e morreu na sede do DOI em consequência dos ferimentos e das torturas”, relata Marcelo Godoy.
A morte do arquiteto-guerrilheiro Antônio Benetazzo impressiona pela brutalidade dos policiais e militares.
Pessoas de Goiás ou ligadas ao Estado que são citadas no livro: A.C. Scartezini, Aldo Arantes, Athos Pereira da Silva (irmão de Tierra), Edmilson de Souza Lima (repórter de “O Popular”), Gilberto Prata Soares, Marco Antônio Tavares Coelho (trabalhou no “Diário da Manhã), Pedro Tierra, Renato Dias (seu livro sobre o Molipo é listado) e Tarzan de Castro.
Há um consenso no Grupo Jaime Câmara: o profissional que quiser sair, sobretudo por motivos salariais, não vai receber uma proposta superior à ofertada. No caso de Bruno Rocha Lima, pela primeira vez, mesmo não cobrindo a proposta do governo do Estado de Goiás, R$ 11 mil, o GJC decidiu segurá-lo. Por dois motivos. Primeiro, Bruno Rocha Lima é um editor diplomático, agregador e, profissionalmente, está em ascensão na redação. Segundo, comenta-se que está sendo, mais do que preparado, observado para que, adiante, assuma o comando da redação.
Acusado de mandante do assassinato do radialista Valério Luiz, o ex-cartorário Maurício Sampaio foi eleito presidente do time do Atlético. Parte dos meios de comunicação de Goiás decidiu não divulgar notícias sobre o clube, alegando que seu presidente é “criminoso”, “assassino”. O jornalista Henrique Morgantini sugere, com razão, que o empresário não foi julgado, por enquanto é acusado. Se querem boicotar Maurício Sampaio, tudo bem. Mas não há nenhuma lógica jornalística no veto ao Atlético. Leitores, ouvintes e telespectadores certamente não aprovarão os veículos que não divulgarem notícias do clube.
O jornalista Yago Rodrigues Alvim, formado pela UFG, é o novo editor de Cultura do Jornal Opção. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás, Yago Rodrigues pretende manter o que o Cultural tem de positivo, como os textos de grande fôlego e o cosmopolitismo, acrescentando reportagens sobre temas locais, nacionais e internacionais.
Até logo, Jornal Opção Durante 9 anos e 10 meses editei o Opção Cultural, suplemento cultural do Jornal Opção. Foram 510 edições ininterruptas. Esta foi minha última semana. Foi no Jornal Opção que aprendi a ser editor. Com o Euler Fagundes De França Belém aprendi tudo que sei de jornalismo cultural. Mais: com o Euler eu descobri que ninguém é bom pelo que escreve, mas sim pelo que lê. Também foi no Jornal Opção que descobri na prática o significado de uma célebre frase de Pio Vargas: 'O pensamento é o armazém de tudo que pulsa e arde em nós'. Minha relação com Opção Cultural é mais que amor. É umbilical. Passei mais de um terço da minha vida envolvido com ele, sim, porque mesmo antes de editar — eu já era um entusiasta e colaborador. Foi no Opção Cultural que conheci vários de meus melhores amigos e colecionei histórias. Mas é preciso seguir, pois como disse Calderón de La Barca: 'Toda a vida é sonho, e os sonhos, sonhos são'. A todos que participaram desta caminhada, minha gratidão infinita.
Nota do Jornal Opção
O Jornal Opção lamenta a saída do jornalista e editor Carlos Willian Leite, que, durante quase dez anos, editou, com raro brilho e decência ímpar, o Opção Cultural. Vale o registro de que Carlos Willian não foi demitido. Ele pediu para deixar o jornal. Ele é editor da “Revista Bula”, umas das mais importantes publicações de cultura do País.Ricardo Pedreira e Carlos Muller Reproduzido do “Jornal ANJ” nº 253, dezembro/2014 Nizan Guanaes e sua agência África Zero assumem a conta da ANJ em fevereiro. Nesta entrevista feita por telefone, o premiado publicitário baiano diz que gosta tanto de jornal que, “se pudesse, tinha um”. Com seu estilo irreverente, diz que os jornais “precisam ser tirados de sua linha de conforto”, lembra que queria fazer advocacia quando jovem e, agora, vai advogar para os jornais. Você esteve no nosso Congresso, quando anunciamos a disposição de fazer um reposicionamento. A partir do que você viu e da própria experiência, quais seriam os principais desafios dos jornais? Nizan Guanaes — Acho que os jornais precisam monetizar os números que têm alcançado. Tem muitas coisas na internet que têm mais fama do que dinheiro. Nunca se leu tanta notícia e nunca a notícia precisou tanto de endosso, porque, como nós vimos, o doleiro não está morto, não é? Ele só foi morto nos lobbies da internet. Acho que a entrada de grandes investidores como o Jeff Bezos, o Warren Buffett comprando pequenos jornais no interior dos EUA. Essas pessoas não são trouxas. Elas estão vendo a importância. Em primeiro, o jornal é importante, institucionalmente, para qualquer país. Eu, por exemplo, encaro esse trabalho que vou fazer com a ANJ como um trabalho profissional, mas também como uma contribuição institucional para o Brasil. O Brasil precisa de jornais fortes. Qualquer país tem de ter jornal forte. Imprensa livre e forte. Nós lutamos tanto por ela. Outra coisa é que a internet ainda não me apresentou uma coisa tão potente quanto uma bela página dupla de jornal. Os publicitários não encontraram a linguagem adequada, ainda, para a internet. É isso? Na construção de marca, a Hyundai é bom exemplo. Você está vendo a BR Foods usando jornal de maneira contundente. Você vê a moda. Ninguém vai dizer que a moda é uma coisa atrasada, não é? Louis Vuitton, Hublot. É claro, é um ponto de encontro no mundo inteiro, entendeu? Antes de ser publicitário eu queria fazer advocacia. É a mesma coisa, eu vou advogar para os jornais, e os fatos estão a nosso favor, só que a nossa forma tem de ser moderna, contundente, petulante, desafiadora, disruptiva. Num artigo publicado há algum tempo você afirma, referindo-se ao jornalismo e à publicidade, que “disruptiva é pouco”. Para onde vamos? Tudo está sendo questionado. Os refrigerantes, por causa do açúcar. As comidas, por causa o açúcar. O outro por causa do salgado. As piadas por causa do politicamente correto. Este é um mundo em transformação. Antigamente as coisas eram binárias, ou isso ou aquilo, certo ou errado... Hoje não. Há uma variedade enorme de opções, e nós temos de nos posicionarmos de maneira surpreendente. Eu gosto de jornal e gosto tanto que, se eu pudesse, tinha um. Alguém disse que, ao entrevistar candidatos para sua agência, sua primeira pergunta era “quem leu jornal hoje?”. E todos que não tivessem levantado a mão você dispensava. É lógico, é uma coisa básica. NÃO É POSSÍVEL! Tanto é verdade que jornal é usado em vestibular. É como escovar os dentes. Você conhece alguma pessoa importante, relevante, interessante, conectada, que não lê jornal? Não conheço ninguém. E mais: antigamente eu lia jornal de manhã. Agora eu leio a cada dez minutos. Como é seu hábito de leitura de jornal? Leio de manhã, todos, no papel, e depois fico no meu mobile, e passo o dia tendo relacionamento com jornal. E tenho do mundo inteiro, pelos novos apps. Nunca se leu tanta notícia. É muito engraçado... nós, seres humanos, somos péssimos em prever as coisas. A gente achou que ia se vestir como os Jetsons. Achamos que íamos comer pílulas, e estamos comendo coisas orgânicas. Achamos que íamos viver nos subúrbios, fora das cidades, e não é mais, pois agora você tem de viver perto do seu trabalho. E qual o papel do jornal nisso? Porque, muitas vezes, quem se acha moderno, adora ficar predicando o fim do jornal. Ao contrário, acho que hoje os jornais são uma das melhores. Naquele mesmo artigo, você afirma que o consumo nunca foi tão informado. Isso é uma oportunidade para a publicidade criativa e para o jornalismo criativo, não? Exatamente! E outra coisa, olha a Hyundai, por exemplo. Preste atenção ao caso que ela construiu. Um caso construído com jornal. Com jornal! Tem muita oportunidade, muita oportunidade, e o jornal, simplesmente, tem de vir com os seus fatos, com as suas cartas, que são favoráveis a ele. Tem de vir com os seus números, com os números de alcance. Você acha que está faltando marketing ao jornal, no sentido de buscar oportunidades? Tenho, e outra coisa: E ainda tem os jornalistas, porque as pessoas que mais falam mal de jornais são os jornalistas. Adoram. É uma coisa impressionante. Impressionante! É quase que uma tara. Ah... o jornal tem dificuldade para falar com os milênios. Olha, meu querido, eu tenho uma base de dados de 400 anunciantes. Os desafios são comuns à maioria das coisas. Porque está tudo mudando muito. Vou dar um exemplo: a indústria de automóvel que fique paranoica e pense milhões de vezes, porque, se ela não reinventar o carro, ele vai ser o novo cigarro. As coisas estão sendo mudadas para perspectivas completamente novas. Os números estão a nosso favor, eu estou com Bezos, com o Buffett, com o New York Times, eu estou com o paywall. Aliás, quero dizer uma coisa, a coisa com que o Jeff Bezos mais se preocupou e que eu disse ao pessoal do jornal é: nós temos de fazer a experiência de compra ser rápida, porque esta é uma geração imediatista. Você já lembrou que a Amazon começou como livraria, virou loja de tudo e hoje ganha centenas de milhões de dólares com publicidade. Quer dizer, ela entrou no ramo de mídia. Exatamente. Tem muito o que explorar, e eu vou mostrar isso. Num almoço com a Diretoria da ANJ você disse que quer ser o personal trainer dos jornais. Exatamente. Os jornais precisam ser tirados da sua linha de conforto. O jornal tem um “corpote”, só precisa fazer exercício, ganhar forma, e vamos embora. Tem de ser um exercício customizado... Exatamente. O tempo todo, sem parar, estar continuamente falando com a sociedade, surpreendendo. Este é um mundo de muita coisa grátis, então temos de encontrar um modelo para essas coisas. Quais são as balizas dessa busca? Para mim, é pela solução de compra rápida. Não acho que o sujeito não está disposto a pagar, o que ele não tem é paciência na compra. Nós estamos lidando com pessoas impacientes. Quem construiu os atuais padrões de consumo? Não foi o mundo publicitário? Então, o mundo publicitário vai ter de construir os novos padrões de consumo. E você, como leitor, o que espera dos jornais nesse aspecto? Eu estou lhe dizendo, e esse vai ser um conselho contínuo meu. Os jornais têm de falar da vida, e a vida não é só política e economia. Acho que o problema do jornal não é só um problema de plataforma tecnológica, é um problema de plataforma mental. Acho que a cobertura do Gabriel Medina é tão importante quanto uma votação no Congresso. É isso que está posto na internet. A internet permite que se saiba que informações dos jornais são do interesse do público ou não. Ela é mais metrificada. Acho que o jornal tem de estar ligado, também, às coisas que essa nova geração quer ver. Eu não tenho a menor ligação com surfe. Só porque esse Gabriel Medina está fazendo essas coisas, eu vou buscar no jornal. Não acho que a cobertura é espetacular sobre ele. Mas se a gente quer falar com jovens, tem de estar antenado com eles. Há pesquisas que mostram que a idade média dos colunistas é o dobro da idade média da população. Eu sei, mas acontece o seguinte. O Caetano Veloso tem 70 anos e é um gato. Eu não vou deixar Chico Buarque sozinho com a minha mulher nem a pau. Essas coisas não são uma questão de idade, é uma questão de mindset. Tenho 56 anos. Quando tinha 40, pesava 160 quilos, e hoje estou me preparando para correr maratona, porque é assim que você fica olhando para o tempo. Os jornais só devem ter medo de ter medo. Olha, eu boto muita fé no taco do Bezos e do Buffett, muita, muita. O stickiness do jornal local é uma coisa absurda! Porque trata das coisas locais. Uma das coisas discutidas na ANJ é a questão das métricas. As que são as usadas hoje são muito desfavoráveis aos jornais. Claro, porque a gente não está contando toda a verdade. Olha, eu sou fã da internet. Quero lhe lembrar que eu fundei o ig e a Agência Click. Agora, a internet é um baiano, porque o que ela fala bem de si é uma coisa louca. É um cantor baiano, e usa todas as métricas, as suas, as minhas. Ela faz tudo, ela resolve tudo, tudo é incrível, tudo é genial, e a gente fica com essa sobriedade nossa, entendeu? E qual seria o tipo de métrica mais adequado aos jornais? A que identifique tudo que você alcança, seja no papel seja no jornal. Eu defendo o jornalismo independente, independente se é papel ou digital. Quem fala que está entrando na internet somos nós, que temos uma certa idade. As pessoas falam que estão jogando, vendo fotos, elas não têm mais essa divisão. Então, é preciso criar um espaço contemporâneo para o jornal. Eu escrevo em jornal. É inacreditável o alcance e o impacto. Quais as suas expectativas para o mercado em 2015? Vai ser um ano desafiador para todo mundo. Não é um problema do jornal, é um problema do país. Hoje acabei uma reunião com meus mídias dizendo que estou impressionado com a qualidade de anúncios de jornal que tenho visto recentemente. Acabei de fazer uma campanha de muito sucesso para a Braskem. A Embraer é a mesma coisa. Não estou dizendo uma coisa que não pratico. Você acha que a publicidade tem sabido usar a internet nos sites dos jornais? Muita gente diz que os próprios publicitários não teriam, ainda, encontrado uma linguagem adequada. O que você acha disso? Olha, se você reparar, a maioria dos cabelos que os modernos usam você vai achar a mesma coisa. O sujeito está testando um penteado, mas a maioria ainda está uma merda, não é? Tem uma frase muito boa, que não lembro de quem é, que diz “se você está entendendo é porque não está prestando atenção”. Tem muita mudança neste momento. Muita, muita. “Eu conto nos dedos os negócios que não estão sendo desafiados”. Nos dedos. Se um publisher de um pequeno jornal do interior lhe perguntasse o que deve fazer, que dica você daria a ele? Se você visse o prestígio que tem o colunista local do jornal regional... é uma loucura. Nada é mais próximo, nada é mais do cotidiano das pessoas do que o jornal local. É a grande inteligência desse gênio do senso comum que é o Warren Buffett. O cara tem de dizer “olha, meu amigo, eu sou do mesmo ramo de Warren Buffett”. O colunista mais lido é aquele que você topa com ele na esquina, no boteco. Na esquina, e ele está vendo o grande problema naquela cidade, que às vezes é o corte de uma árvore, a mudança da avenida. São coisas muito corriqueiras e que têm um bonding muito grande, muito próximo. Inclusive, muito obrigado por essa aderência ao briefing. Lhe devo essa. Porque sempre estava com os grandes jornais na cabeça. O localismo do jornal é fundamental... Fundamental, fundamental. Você não sabe a moral que eu tenho na minha terra porque eu escrevo em jornal. É um negócio impressionante. Eu não sou ridículo de achar que sou a solução para o problema dos jornais. Tem problema de tecnologia, de paywall... Agora, eu quero estar junto com os jornais pensando na solução como um todo, e não só instigá-los a fazer publicidade. É encontrar soluções tecnológicas e é procurar outras coisas também, como eu faço para os mais diversos clientes meus. Ricardo Pedreira e Carlos Muller são jornalistas.

[caption id="attachment_25617" align="alignleft" width="300"] Foto: Hernany César/ TJGO[/caption]
A coluna “Giro” publicou, na semana passada, que Leobino Valente Chaves, apontado como presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, não assumirá o governo de Goiás. Com a viagem do governador Marconi Perillo, assumiu o presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa. A coluna “Direito & Justiça” informa que Leobino só assume a presidência do TJ em 1º de fevereiro.
O Jornal Opção escreveu de duas maneiras o nome da responsável pelo setor de meio ambiente do governo de Goiás. A executiva é nomeada como Jacqueline e Jaqueline Vieira. O erro foi detectado pelo atento repórter fotográfico Léo Iran.
Em “Os Intelectuais” (Editora Imago), o historiador inglês Paul Johnson faz um retrato nada lisonjeiro de Jean-Paul Sartre, o filósofo e escritor francês. Os críticos de Johnson dizem que, ao seu radicalismo acusatório, falta nuance. A nuance agora pode ser vista no livro “Passado Imperfeito — Um Olhar Crítico Sobre a Intelectualidade Francesa no Pós-Guerra” (Editora Nova Fronteira, 475 páginas), do historiador inglês Tony Judt. Este, por sinal, não cita Johnson. Não se trata, devido ao tema, apenas de um livro de história. É uma reflexão histórico-filosófica de um especialista com multifacetada formação cultural. Os que avaliam que Johnson trata Sartre com extrema grosseria vão ficar surpresos. Diferentemente de Johnson, que bate muito mas nem sempre documenta corretamente sua opinião, Judt é extremamente judicioso. Ele mostra detalhadamente como Sartre aderiu e justificou o stalinismo. Pensadores hoje mais cortejados, como Merleau-Ponty, também não saem muito bem do livro. Os heróis, mas matizados, são Albert Camus, François Mauriac e Raymond Aron. Mesmo Camus teve seus momentos de justificar o socialismo soviético, mas já em 1948, quando Sartre continuava apaixonado pelo stalinismo, fazia sua autocrítica. Em 1952, replicando Camus, Sartre escreveu: "Nós podemos ficar indignados ou horrorizados diante da existência desses campos [de concentração soviéticos]; nós podemos até ficar obcecados por eles, mas por que eles deveriam nos constranger?" Mais tarde, em 1973, o maoísta Sartre ainda é mais "coerente": "Um regime revolucionário deve descartar um certo número de indivíduos que o ameaçam, e não vejo outro meio para isso, a não ser a morte. Sair de uma prisão sempre é possível. Os revolucionários de 1793 provavelmente não mataram o suficiente". Antes, em 1950, Sartre distorcia a história: "Eu procurei, mas não consigo encontrar qualquer evidência de um impulso agressivo por parte dos russos nas últimas três décadas". Camus, em 1949, escreveu: "Uma das coisas que lamento é ter feito concessões demais à objetividade. A objetividade é, às vezes, uma acomodação. Hoje, as coisas estão claras, e temos que chamar de ‘concentracional’ o que o é, mesmo que se trate do socialismo. Em um certo sentido, eu nunca mais serei polido". Camus se arrependia, publicamente, de ter sido cordeiro dos comunistas. Judt explica, detidamente, os motivos da cegueira de Sartre, Simone de Beauvoir, Merleau-Ponty e mesmo de intelectuais católicos como Emmanuel Mounier e François Mauriac. Este, herói do livro, atua, às vezes, como inocente-útil (a tradutora brasileira, Luciana Persice Nogueira, prefere a expressão idiota-útil, que não reflete bem o ambiente político e cultural). Há um trecho muito interessante no qual Judt mostra que, ao ver a França prostrada, alguns de seus intelectuais trocaram a pátria pela União Soviética, para, no geral, rivalizar com outro gigante, os Estados Unidos. A URSS era a França “em pé”. Num aspecto, pelo menos, o livro de Judt é falho, ou melhor, pouco amplo. O historiador nota a influência da filosofia alemã (anti-modernização por excelência) na filosofia francesa, sobretudo no existencialismo de Sartre, mas não vai a fundo na explicação. Não se pense que o livro de Judt é obra de mero combate intelectual. Não é. Apesar de notar a canalhice de Sartre, o autor é extremamente equilibrado. Não há ataques abaixo da linha de cintura, no estilo de Paul Johnson. Mas, sim, Sartre sai muitíssimo mal do livro, assim como, embora menos, Merleau-Ponty. Camus fica maior, porém com alguns arranhões. Judt diz que o brasileiro José Guilherme Merquior é autor de um livro "excelente" — “De Praga a Paris”. A obra de Merquior, autor de um trabalho intelectual mais consistente do que o de Olavo de Carvalho, que está se tornando mais polemista que filósofo, merece reedição urgente.
O jornal “Estado de Minas”, do grupo Diários Associados, demitiu vários jornalistas nesta semana. O Comunique-se diz que foram cortados 10 jornalistas. O Portal dos Jornalistas assinala que foram afastados 13 profissionais. O Portal Imprensa menciona 11 jornalistas.
O Portal dos Jornalistas listou de fato 13 profissionais:
1 — Alexandre Coelho — Arte
2 — Arnaldo Viana — Gerais
3 — Carlos Herculano Lopes (foto acima)— Cultura
4 — Eduardo Aquino — Veículos
5 — Eustáquio “Taquinho” Soares — Fotografia
6 — Gracie Santos — Cultura
7 — Leonardo Augusto de Azevedo — Política
8 — Marcos Michelin — Fotografia
9 — Marlyana Tavares — Suplementos
10 — Norma Ferreira — Veículos
11 — Paula Takahashi — Suplementos
12 — Pedro Lobato (foto abaixo) — Editor de Opinião
13 — Silas Scalioni — Suplementos
O Comunique-se informa que entre os demitidos está uma secretária, informação que não é prestada no Portal dos Jornalistas. O portal menciona cortes no setor administrativo, mas não explicita números e nomes. O Portal dos Jornalistas acrescenta que “mais profissionais deixarão a redação em fevereiro e março”. Carlos Herculano Lopes é, além de jornalista, escritor elogiado por críticos literários do País.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas, Kerison Lopes, afirma que “a crise financeira da qual as demissões decorrem acontece por conta da linha editorial” adotada pela cúpula do jornal. O “Estado de Minas” estaria se comportando de maneira “parcial”, notadamente na área política, e por isso estaria perdendo credibilidade e, daí, assinantes. Lopes pode ter razão em parte, mas a crise dos jornais tem menos a ver com o fato de o “Estado de Minas” apoiar o tucanato local e muito mais a ver com uma crise geral que afeta todos os jornais.
As empresas de comunicação estão aprendendo aos poucos e aos trancos e barrancos a lidar com o fenômeno da internet. Esta é fundamental para todos os jornais, para aumentar o número de acessos (em todos os lugares, numa globalização efetiva) e, até, de assinantes, mas ainda não se tornou inteiramente rentável para a maioria das publicações. A identificação com o tucanato pode ser um “problema”, mas, seguramente, é um problema menor. A “CartaCapital” é identificada com o petismo, chega a anunciar isto em editorial, mas não está em crise nem perdeu assinantes. A “Veja” não é petista, tem certo entusiasmo pelo PSDB (que avalia como meio “frouxo”, mas é a oposição mais consistente), e, aparentemente, não está mal das pernas.
O desafio dos jornais é transformar o acesso na internet — cada vez mais alto — em dinheiro. Por enquanto, a maioria dos jornais faz investimentos, mantendo em geral duas equipes, para o impresso e para o online, mas a receita publicitária ainda não é adequada.
O Grupo Globo está em crise? Não. Mas, para manter a rentabilidade alta e supostamente enfrentar a crise que se anuncia para 2015 — com possível queda publicitária, se os investimentos privados e públicos forem reduzidos —, a cúpula da empresa decidiu promover uma série de demissões, começando pelo jornal “O Globo”. Na quinta-feira, foram demitidos 160 funcionários da redação, da administração e do comercial. Entre os afastados mais conhecidos estão o colunista Artur Xexéo (foto acima) e Angelina Nunes (foto abaixo, de seu Facebook), editora-assistente de “Rio”. Em 23 anos de “O Globo”, ela ganhou os prêmios Esso e Vladimir Herzog.
Na redação foram cortados 30 profissionais. Perderam o emprego os jornalistas Fernanda Escóssia, Jorge Luiz (colunista), Agostinho Vieira, Carla Alencastro, Isabela Bastos, Laura Antunes e Paula Autran e os diagramadores Cláudio Rocha e Télio Navega.
O site Comunique-se especula que, com os cortes, “O Globo” vai encerrar “as atividades de cadernos e suplementos” (“Carros Etc”, “Morar Bem” e “Boa Chance”).
O jornalista Bruno Rocha Lima, um dos principais editores do “Pop”, conversou com o secretário de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto, e disse que, no momento, não pode assumir o cargo de seu assessor de imprensa.
Bruno Rocha Lima teria sido pressionado pela cúpula para permanecer na redação. O argumento é o de sempre: “Governo um dia acaba e quem sai de ‘O Popular’ não volta”.
Informação precisa aos repórteres: a petista Marina Sant’Anna não vai assumir a vaga de Thiago Peixoto, do PSD, na Câmara dos Deputados.
Porque Thiago Peixoto não licenciou-se da Câmara dos Deputados. Ele vai licenciar-se apenas ao assumir o segundo mandato — aí quem assumirá seu lugar será o primeiro suplente Sandes Júnior, do PP.
Detalhe: embora indicado para a Secretaria de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto ainda não foi nomeado.
As informações foram repassadas ao Jornal Opção pelo deputado federal.
O “Correio Braziliense” informa que a CTIS Digital, que atua no mercado de varejo de tecnologia em Brasília, agora pertence à empresa goiana Primetek, que tem lojas na Avenida 136 e em shoppings de Goiânia (são 22 pontos). “O novo controlador assume as operações a partir de fevereiro, quando todas as lojas passarão a adotar a identidade visual Primetek.”
A CTIS está no mercado há 30 anos, “tendo sido por 12 anos seguidos a marca mais lembrada pelo consumidor brasiliense no segmento”, registra o “Correio”.
A Primetek está há 15 anos no mercado e é apontada como uma empresa, além de vencedora, arrojada. A empresa conta com 300 trabalhadores — mais do que algumas fábricas de porte médio.
A Primetek está entrando num dos principais mercados para produtos digitais do Centro-Oeste.
Em crise, porque perdeu suas principais estrelas, a empresa dirigida por Dana White trata seu maior lutador de maneira condescendente